Caracterização molecular de híbridos obtidos via cruzamentos naturais e controle genético da resistência à murcha-de-Ceratocystis em Mangifera indica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Arriel, Daniele Aparecida Alvarenga
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7542
Resumo: A manga (Mangifera indica L.) é uma das frutas tropicais mais consumidas no mundo e a murcha-de-Ceratocystis causada por Ceratocystis fimbriata Ellis & Halsted é um dos fatores limitantes para sua produção. Embora esforços têm sido empregados na seleção e identificação de materiais resistentes à doença, a base genética da resistência à murcha-de-Ceratocystis em mangueira, informação essencial para direcionar programas de melhoramento que visem desenvolver cultivares resistentes, não é conhecida. Nos estudos sobre o controle genético da resistência, devem-se usar preferencialmente famílias segregantes oriundas de cruzamentos controlados. No entanto, em mangueira, o pequeno tamanho das flores associado à alta abscisão dos frutos torna os cruzamentos manuais muito trabalhosos e com baixo rendimento. Assim, tem-se adotado o uso de polinização aberta a qual pode apresentar indivíduos contaminantes ou oriundos de autofecundação. Portanto, o presente estudo teve como objetivos: 1) confirmar por meio de marcadores microssatélites a origem híbrida de seis progênies obtidas via cruzamentos naturais; 2) estudar o controle genético da resistência à murcha-de-Ceratocystis em mangueira. Na primeira parte, plantas isoladas das cultivares Coquinho, Espada, Haden, Keitt, Palmer e Van Dyke foram identificadas dentro de pomares comerciais estabelecidos com a cultivar Tommy Atkins. Frutos de cada uma destas seis cultivares foram colhidos para a produção das mudas que posteriormente foram levadas para o campo. Folhas das progênies e dos genitores foram coletadas, o DNA foi extraído e a caracterização dos híbridos foi feita utilizando seis marcadores microssatélites. A percentagem de híbridos confirmados nos cruzamentos (33 a 89 %) foi maior que a relatada na literatura usando polinização manual e a estratégia adotada mostrou-se eficiente na obtenção e caracterização dos híbridos. Na segunda parte do estudo, avaliou-se a resistência à murcha-de- Ceratocystis nas cultivares Coquinho, Espada, Haden, Keitt, Palmer, Van Dyke e Tommy Atkins e estudou-se o controle genético da resistência à doença em 197 plantas derivadas de cruzamentos de cada uma dessas cultivares com a “Tommy Atkins”. As cultivares Keitt, Palmer, Tommy Atkins e Van Dyke foram mais resistentes e as cultivares Coquinho, Espada e Haden mais suscetíveis à doença. Os resultados deste estudo mostram que a herança da resistência à murcha-de-Ceratocystis em mangueira é poligênica com uma prevalência de genes com efeitos de dominância e epistasia. O ganho genético obtido com a seleção das 10 melhores plantas, ou seja, as mais resistentes, foi de 46%, o que significa uma redução de 46% na severidade da doença. Em geral, observou-se baixa frequência de alelos favoráveis à resistência a doença na população estudada o que indica a necessidade de introdução de novos materiais genéticos.
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Nos estudos sobre o controle genético da resistência, devem-se usar preferencialmente famílias segregantes oriundas de cruzamentos controlados. No entanto, em mangueira, o pequeno tamanho das flores associado à alta abscisão dos frutos torna os cruzamentos manuais muito trabalhosos e com baixo rendimento. Assim, tem-se adotado o uso de polinização aberta a qual pode apresentar indivíduos contaminantes ou oriundos de autofecundação. Portanto, o presente estudo teve como objetivos: 1) confirmar por meio de marcadores microssatélites a origem híbrida de seis progênies obtidas via cruzamentos naturais; 2) estudar o controle genético da resistência à murcha-de-Ceratocystis em mangueira. Na primeira parte, plantas isoladas das cultivares Coquinho, Espada, Haden, Keitt, Palmer e Van Dyke foram identificadas dentro de pomares comerciais estabelecidos com a cultivar Tommy Atkins. Frutos de cada uma destas seis cultivares foram colhidos para a produção das mudas que posteriormente foram levadas para o campo. Folhas das progênies e dos genitores foram coletadas, o DNA foi extraído e a caracterização dos híbridos foi feita utilizando seis marcadores microssatélites. A percentagem de híbridos confirmados nos cruzamentos (33 a 89 %) foi maior que a relatada na literatura usando polinização manual e a estratégia adotada mostrou-se eficiente na obtenção e caracterização dos híbridos. Na segunda parte do estudo, avaliou-se a resistência à murcha-de- Ceratocystis nas cultivares Coquinho, Espada, Haden, Keitt, Palmer, Van Dyke e Tommy Atkins e estudou-se o controle genético da resistência à doença em 197 plantas derivadas de cruzamentos de cada uma dessas cultivares com a “Tommy Atkins”. As cultivares Keitt, Palmer, Tommy Atkins e Van Dyke foram mais resistentes e as cultivares Coquinho, Espada e Haden mais suscetíveis à doença. Os resultados deste estudo mostram que a herança da resistência à murcha-de-Ceratocystis em mangueira é poligênica com uma prevalência de genes com efeitos de dominância e epistasia. O ganho genético obtido com a seleção das 10 melhores plantas, ou seja, as mais resistentes, foi de 46%, o que significa uma redução de 46% na severidade da doença. Em geral, observou-se baixa frequência de alelos favoráveis à resistência a doença na população estudada o que indica a necessidade de introdução de novos materiais genéticos.The mango (Mangifera indica L.) is one of the most consumed tropical fruit in the world and Ceratocystis wilt caused by Ceratocystis fimbriata Ellis & Halsted is a limiting factor for its production. Although efforts have been employed in the selection and identification of materials resistant to Ceratocystis wilt, the genetic basis of resistance to the disease in mango is unknown. This information is essential to guide breeding programs aiming the development of resistant cultivars. In studies on the genetic control of resistance, segregating families, derived from controlled crossings, should be used, preferably. However, the small size of mango flowers associated with a high fruit abscission make artificial crossings laborious and with low yield. Therefore, this study aimed to: 1) to confirm by microsatellite markers the hybrid origin of six progenies obtained via natural crossings; 2) study the genetic control of resistance to Ceratocystis wilt in mango. In the first part of this work, isolated plants of cultivars Coquinho, Espada, Haden, Keitt, Palmer and Van Dyke were identified in commercial orchards established with the cultivar Tommy Atkins. Open pollinated progenies from each cultivar were planted in the field. Leaves from these progenies and parents were collected, DNA was extracted and the characterization of the hybrids was done using six microsatellite markers. The percentage of confirmed hybrids for the crossings (33-89%) was higher than expected by manual pollination, which indicates that the adopted strategy is efficient in obtaining and characterization of the hybrids. In the second part of the work, we evaluated the resistance to Ceratocystis wilt in the cultivars Coquinho, Espada, Haden, Keitt, Palmer, Van Dyke and Tommy Atkins. Subsequently, we studied the genetic control of resistance to the pathogen on 197 plants derived from crossings between the remaining cultivars and “Tommy Atkins”. The cultivars Keitt, Palmer, Tommy Atkins and Van Dyke were more resistant and the cultivars Coquinho, Espada and Haden were more susceptible. The results of this study show that the inheritance of resistance in mango is polygenic with a prevalence of genes with effects of dominance and epistasis. The genetic gain by selecting the ten more resistant plants was 46%, which means a 46% reduction in disease severity. In general, there was a low frequency of favorable alleles for resistance to the disease in the population studied indicating the need to introduce new sources of genetic materials.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoUniversidade Federal de ViçosaAlfenas, Acelino Coutohttp://lattes.cnpq.br/8452057928971283Siqueira, Dalmo Lopes deGuimarães, Lúcio Mauro da SilvaArriel, Daniele Aparecida Alvarenga2016-04-22T14:47:34Z2016-04-22T14:47:34Z2015-10-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfARRIEL, Daniele Aparecida Alvarenga. Caracterização molecular de híbridos obtidos via cruzamentos naturais e controle genético da resistência à murcha-de-Ceratocystis em Mangifera indica. 2015. 52f. Tese (Doutorado em Genética e Melhoramento) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2015.http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7542porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFV2016-05-18T09:21:19Zoai:locus.ufv.br:123456789/7542Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452016-05-18T09:21:19LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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