Interação insetos-sementes: Uma visão positiva do fenômeno

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, César Augusto Domingues
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9812
Resumo: Insetos estão intimamente associados ao esforço reprodutivo das plantas. Sua cooperação é reconhecida durante a fase inicial da reprodução quando, em última análise, insetos transferem gametas masculinos de uma planta a outra – fenômeno conhecido como polinização. Neste trabalho, entretanto, propõe-se que a cooperação entre esses grupos de organismos vai além do início da fase reprodutiva. Assim, foram avaliadas as interações entre insetos-sementes de duas espécies de planta. Uma delas, a Mimosoideae arbórea, Parkia multijuga, foi avaliada em seu ambiente natural, a Amazônia. A segunda planta, o café (Coffea canephora var. kouilou) uma Rubiaceae arbustiva, natural de áreas tropicais africanas, foi avaliada, em condições exóticas, com frutos coletados em áreas de cultivo comercial de café, em Rondônia. Em ambos os casos, foi observado que insetos são fatores chave para o sucesso da germinação de sementes e estabelecimento de novas plântulas. Insetos podem cooperar no esforço reprodutivo das plantas: (i) escarificando parte das sementes produzidas no início da estação chuvosa; (ii) liberando sementes, periodicamente, para a germinação ao longo da estação chuvosa; (iii) promovendo o desbaste de sementes. Argumenta- se que os resultados dessa interação são dependentes de como, quando e em que quantidade as sementes têm acesso a água. Diretamente, insetos podem liberar as sementes para germinação durante a estação chuvosa, período favorável ao estabelecimento das plântulas. Indiretamente, podem contribuir para a redução da competição intrafamiliar das plântulas no tempo e no espaço. Assim, propõe-se que os insetos granívoros permitem que as plantas otimizem o uso da água na germinação das sementes e estabelecimento de novas plântulas, enquanto as plantas, através de suas sementes, conferem abrigo e alimento aos insetos. A incorporação de interações positivas ao nosso entendimento dos sistemas naturais, como nos casos de insetos-sementes de P. multijuga e C. canephora var. kouilou, pode resolver muitos problemas conceituais de longa existência na ecologia.
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Uma delas, a Mimosoideae arbórea, Parkia multijuga, foi avaliada em seu ambiente natural, a Amazônia. A segunda planta, o café (Coffea canephora var. kouilou) uma Rubiaceae arbustiva, natural de áreas tropicais africanas, foi avaliada, em condições exóticas, com frutos coletados em áreas de cultivo comercial de café, em Rondônia. Em ambos os casos, foi observado que insetos são fatores chave para o sucesso da germinação de sementes e estabelecimento de novas plântulas. Insetos podem cooperar no esforço reprodutivo das plantas: (i) escarificando parte das sementes produzidas no início da estação chuvosa; (ii) liberando sementes, periodicamente, para a germinação ao longo da estação chuvosa; (iii) promovendo o desbaste de sementes. Argumenta- se que os resultados dessa interação são dependentes de como, quando e em que quantidade as sementes têm acesso a água. Diretamente, insetos podem liberar as sementes para germinação durante a estação chuvosa, período favorável ao estabelecimento das plântulas. Indiretamente, podem contribuir para a redução da competição intrafamiliar das plântulas no tempo e no espaço. Assim, propõe-se que os insetos granívoros permitem que as plantas otimizem o uso da água na germinação das sementes e estabelecimento de novas plântulas, enquanto as plantas, através de suas sementes, conferem abrigo e alimento aos insetos. A incorporação de interações positivas ao nosso entendimento dos sistemas naturais, como nos casos de insetos-sementes de P. multijuga e C. canephora var. kouilou, pode resolver muitos problemas conceituais de longa existência na ecologia.Insects are intimately associated with the reproductional effort of plants. Their cooperation is recognized during the early reproductive phase when, ultimately, insects transfer male gametes from plant to plant – the so called pollination phenomenon. In this work, however, we propose that the cooperation between these organisms goes beyond the initial period of the reproductive phase. We evaluated the insect-seeds interaction of two plant species. One of them, a Mimosoideae tree, Parkia multijuga, was evaluated under its natural environment, the Amazonian. The second plant, a perenial shrub Rubiaceae (Coffea canephora var. kouilou) native from African tropical areas was evaluated under an exotic environment, with coffee berries collected in commercial cropping areas of Rondônia state. In both cases, we have showed that insects are key factors for the success of germination of seeds and establishment of new seedlings. Insects can cooperate for the plants reproductive effort: (i) by scarifying part of seed yielding at early wet season; (ii) by, periodically, liberating seeds for germination all along the wet season; (iii) by promoting the seed thinning. We argue that the interaction results depend on how, when and how much water the seeds can access. Straightly, insects can liberate seeds for germination during the wet season, the favorable period for seedlings establishment. Indirectly, insects can also contribute for the reduction of sibling competition of seedlings in time and space. Thus, we argue that granivorous insects let plants to optimize the use of water for seeds germination and seedlings establishment, while plants, through their seeds, assure shelter and food to the insects. Incorporating positive interactions, as insect-seeds of P. multijuga and C. canephora var. kouilou, into our understanding of natural systems may resolve many long-standing conceptual problems in ecology.porUniversidade Federal de ViçosaInteração inseto-plantaMutualismoPredação (Biologia)Sementes - GerminaçãoSementes - DormênciaPragas - Controle integradoCiências AgráriasInteração insetos-sementes: Uma visão positiva do fenômenoInsect-seeds interaction: a positive view of the phenomenoninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de EntomologiaDoutor em EntomologiaViçosa - MG2002-10-22Doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf207934https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9812/1/texto%20completo.pdf6579004e9cc71cd421dbc245ccb80043MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9812/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3463https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9812/3/texto%20completo.pdf.jpg14ac15806e9cc78abd806a127a497ee6MD53123456789/98122017-03-17 23:00:27.239oai:locus.ufv.br:123456789/9812Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452017-03-18T02:00:27LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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