Geotecnologia como ferramenta de análise para a conservação de Callithrix aurita É. Geoffroy, 1812 (primates: Callitrichidae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santana Neto, Vicente Paulo
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: https://locus.ufv.br//handle/123456789/30368
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.474
Resumo: Os primatas estão entre os grupos de mamíferos mais ameaçados no mundo, com mais da metade de suas espécies em risco de extinção, sendo o Callithrix aurita (sagui-da-serra-escuro ou macaco aurita) uma delas. A perda de habitat, fragmentação da floresta, competição e hibridação com outras espécies de saguis são as principais causas para seu atual estado de conservação. A compreensão da paisagem e a definição de corredores ecológicos são estratégias eficazes para a conservação da biodiversidade. O trabalho teve como objetivo avaliar a estrutura da paisagem e realizar uma pré-seleção de fragmentos mais adequados para a reintrodução de Callithrix aurita no município de Viçosa – MG e definir corredores ecológicos entre estes fragmentos selecionados serem ambiente SIG. Foi realizada a classificação de uso e cobertura de solo (UCS) para o município pelo método de segmentação. A partir da UCS, foram calculadas 10 métricas de ecologia de paisagem para os fragmentos nativos, discriminando em três classes de tamanho: menor que 11 ha; entre 11 e 40 ha; e maior que 40 ha, conforme a área de vida dos auritas. Posteriormente, foram selecionados fragmentos florestais com uma distância maior de 3 km dos fragmentos com presença de híbridos, e área entre 11 e 40 ha. Em seguida, foram realizadas visitas a campo nos fragmentos selecionados a fim de se verificar a presença ou ausência de auritas ou híbridos a partir do método adaptado de transectos lineares combinados com playback. A área de estudo apresentou uma predominância de áreas de pastagem e florestas nativas. Os fragmentos de 11 a 40 hectares representaram 13,09% da área florestal, e somente 4,36% do número de fragmentos nativos. Além disso, apresentaram menores valores nas métricas de borda, e um valor intermediário na métrica de forma, se comparado às demais classes. Também apresentou uma área nuclear de 30,24% e uma distância média do vizinho mais próximo de 511,35 m, entretanto, se avaliada a fisionomia florestal como um todo, o índice reduziu para 52,96 metros. Foram selecionados quatro fragmentos, sendo encontrados saguis híbridos em três destes. e nenhum indivíduo de aurita. Para a definição dos corredores ecológicos, foram utilizadas as variáveis UCS, Áreas de Preservação Permanente (APP), Estradas e Declividade. Foram calculados os custos para cada uma das classes a partir do método Processo Analítico Hierárquico, para a definição do caminho de menor custo. Foi definida uma largura de 60 m para os corredores ecológicos. Os corredores ecológicos definidos apresentaram um comprimento de 2292,15 metros, e área de 13,95 hectares, com predominância de florestas nativas e pastagens. O estudo apresentou uma área fragmentada com poucos fragmentos mostrando-se adequados para a reintrodução de auritas, das considerando métricas de paisagem. Devido à proximidade dos fragmentos, a elaboração de corredores ecológicos interligando os mesmos se torna uma opção viável para auxiliar na dispersão dos indivíduos. Ademais, é importante ressaltar que a reintrodução de auritas está condicionada ao controle de híbridos na região, enquanto que para a implantação dos corredores é importante que haja uma recuperação da vegetação nativa e adaptação à paisagem local. Palavras-chave: Ecologia. Floresta Atlântica. Geoprocessamento. Primatas. Saguis.
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O trabalho teve como objetivo avaliar a estrutura da paisagem e realizar uma pré-seleção de fragmentos mais adequados para a reintrodução de Callithrix aurita no município de Viçosa – MG e definir corredores ecológicos entre estes fragmentos selecionados serem ambiente SIG. Foi realizada a classificação de uso e cobertura de solo (UCS) para o município pelo método de segmentação. A partir da UCS, foram calculadas 10 métricas de ecologia de paisagem para os fragmentos nativos, discriminando em três classes de tamanho: menor que 11 ha; entre 11 e 40 ha; e maior que 40 ha, conforme a área de vida dos auritas. Posteriormente, foram selecionados fragmentos florestais com uma distância maior de 3 km dos fragmentos com presença de híbridos, e área entre 11 e 40 ha. Em seguida, foram realizadas visitas a campo nos fragmentos selecionados a fim de se verificar a presença ou ausência de auritas ou híbridos a partir do método adaptado de transectos lineares combinados com playback. A área de estudo apresentou uma predominância de áreas de pastagem e florestas nativas. Os fragmentos de 11 a 40 hectares representaram 13,09% da área florestal, e somente 4,36% do número de fragmentos nativos. Além disso, apresentaram menores valores nas métricas de borda, e um valor intermediário na métrica de forma, se comparado às demais classes. Também apresentou uma área nuclear de 30,24% e uma distância média do vizinho mais próximo de 511,35 m, entretanto, se avaliada a fisionomia florestal como um todo, o índice reduziu para 52,96 metros. Foram selecionados quatro fragmentos, sendo encontrados saguis híbridos em três destes. e nenhum indivíduo de aurita. Para a definição dos corredores ecológicos, foram utilizadas as variáveis UCS, Áreas de Preservação Permanente (APP), Estradas e Declividade. Foram calculados os custos para cada uma das classes a partir do método Processo Analítico Hierárquico, para a definição do caminho de menor custo. Foi definida uma largura de 60 m para os corredores ecológicos. Os corredores ecológicos definidos apresentaram um comprimento de 2292,15 metros, e área de 13,95 hectares, com predominância de florestas nativas e pastagens. O estudo apresentou uma área fragmentada com poucos fragmentos mostrando-se adequados para a reintrodução de auritas, das considerando métricas de paisagem. Devido à proximidade dos fragmentos, a elaboração de corredores ecológicos interligando os mesmos se torna uma opção viável para auxiliar na dispersão dos indivíduos. Ademais, é importante ressaltar que a reintrodução de auritas está condicionada ao controle de híbridos na região, enquanto que para a implantação dos corredores é importante que haja uma recuperação da vegetação nativa e adaptação à paisagem local. Palavras-chave: Ecologia. Floresta Atlântica. Geoprocessamento. Primatas. Saguis.Primates are among the most endangered mammal groups in the world, with more than half of their species at risk of extinction, being Callithrix aurita (buffy tufted-ear marmoset or aurita monkey) one of them. Habitat loss, forest fragmentation, competition and hybridization with other marmoset species are the main causes for its current conservation status. Understanding the landscape and defining wildlife corridors are effective strategies for conserving biodiversity. The work aimed to evaluate the landscape structure and carry out a pre-selection of the most suitable fragments for the reintroduction of Callithrix aurita in the municipality of Viçosa - MG and define ecological corridors between these selected fragments in the GIS environment. The land use/cover classification (LCU) of the municipality was made by the segmentation method. From the LCU, 10 landscape ecology metrics were calculated for the native fragments, discriminated into three size classes: smaller than 11 ha; between 11 and 40 ha; and greater than 40 ha, depending on the home range of the auritas. Subsequently, forest fragments were selected with a distance greater than 3 km from the fragments with the presence of hybrids, and an area between 11 and 40 ha. Then, field visits were carried out in the selected fragments to verify the presence or absence of auritas or hybrids using the adapted method of linear transects combined with playback. The study area showed a predominance of pasture areas and native forests. Fragments from 11 to 40 hectares represented 13.09% of the forest area and only 4.36% of the number of native fragments. In addition, they presented lower values in the edge metrics, and an intermediate value in the shape metric, when compared to the other classes. It also presented a core area of 30.24% and a mean nearest neighbor distance of 511.35 m, however, when evaluating the whole forest physiognomy, the index reduced to 52.96 meters. Four fragments were selected, and hybrid marmosets were found in three of the fragments. To define the ecological corridors, the variables LCU, Permanent Preservation Areas (PPA), Roads and Slope were used. The costs for each of the classes were calculated using the Analytical Hierarchy Process method, for the definition of the least cost path. A width of 60 m was defined for the ecological corridors. The ecological corridors defined had a 2292.15 meters length, and 13.95 hectares, with predominance of native forests and pastures. The study presented a fragmented site with few fragments for the reintroduction of Callithrix aurita, proving to be suitable for the reintroduction of auritas, if analyzed from the landscape metrics. Due to the proximity of the fragments, the elaboration of ecological corridors connecting them becomes a viable option to assist in the dispersion of individuals. Furthermore, it is important to emphasize that the reintroduction of auritas is conditioned to the control of hybrids in the region, while it is important to recover the native vegetation for the implementation of corridors and further adaptation to the local landscape. Keywords: Ecology. Atlantic Forest. Geoprocessing. Primates. Marmoset.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoUniversidade Federal de ViçosaCiência FlorestalLorenzon, Alexandre Simõeshttp://lattes.cnpq.br/4921535382973472Melo, Fabiano Rodrigues deSantana Neto, Vicente Paulo2022-12-23T16:10:47Z2022-12-23T16:10:47Z2022-08-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSANTANA NETO, Vicente Paulo. Geotecnologia como ferramenta de análise para a conservação de Callithrix aurita É. Geoffroy, 1812 (primates: Callitrichidae). 2022. 58 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2022.https://locus.ufv.br//handle/123456789/30368https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.474porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFV2024-07-12T06:05:46Zoai:locus.ufv.br:123456789/30368Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452024-07-12T06:05:46LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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