Capitalismo, ciência e natureza: do ideário iluminista do progresso à crise ambiental contemporânea
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | LOCUS Repositório Institucional da UFV |
Texto Completo: | http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9771 |
Resumo: | Há um paradoxo fundamental na lógica operacional do sistema capitalista, que determina que este seja um sistema autodestrutivo. Esse paradoxo pode ser expresso pela seguinte equação: o consumo de recursos naturais é diretamente proporcional ao ritmo do crescimento econômico. Portanto, quanto mais efetivo é o sucesso do modelo econômico capitalista, mais intensa é a dilapidação dos seus próprios meios de reprodução, ou seja, mais perto ele se encontra da carestia e, logo, da ruína. Pari passu às transformações que determinaram a ascensão e a expansão do capitalismo como modelo econômico hegemônico, surgiu e se projetou também de forma hegemônica uma lógica de pensamento que respaldou e incitou a lógica operacional da exploração capitalista, não obstante todas as correntes contrárias. Essa lógica de pensamento, que pode ser traduzida como ideário (ou filosofia) do progresso, se assenta na ideia de que a expansão do saber científico e tecnológico é determinante para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, uma vez que viabiliza a ampliação da produção e do consumo de bens materiais. Ao admitir que a produção e o consumo são os indicadores máximos da prosperidade das nações e da qualidade de vida dos indivíduos, esta perspectiva infere que quanto maiores são os níveis de produção e consumo, mais próspera é a nação e, em última instância, mais felizes são seus cidadãos. Tornando-se hegemônica, essa lógica de pensamento se afirmou como a melhor expressão da própria racionalidade humana, legitimando todos os esforços voltados para a ampliação da capacidade produtiva e, logo, do consumo. Sob a égide do ideário do progresso, a ciência moderna se tornou um dos principais instrumentos da expansão capitalista. A especificidade da forma de produção do conhecimento científico estimulou (e estimula) incrementos técnicos sucessivos, que, em última instância, determinaram (e determinam) o ritmo do crescimento econômico e, logo, do escasseamento dos recursos naturais. Portanto, o ideário do progresso contribuiu decisivamente para a produção do cenário de crise ambiental contemporânea. |
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Ferreira, Rodrigo de Souzahttp://lattes.cnpq.br/0403376630808068Botelho, Maria Izabel Vieira2017-03-13T12:22:27Z2017-03-13T12:22:27Z2016-12-02FERREIRA, Rodrigo de Souza. Capitalismo, ciência e natureza: do ideário iluminista do progresso à crise ambiental contemporânea. 2016. 131 f. Tese (Doutorado em Extensão Rural) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2016.http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9771Há um paradoxo fundamental na lógica operacional do sistema capitalista, que determina que este seja um sistema autodestrutivo. Esse paradoxo pode ser expresso pela seguinte equação: o consumo de recursos naturais é diretamente proporcional ao ritmo do crescimento econômico. Portanto, quanto mais efetivo é o sucesso do modelo econômico capitalista, mais intensa é a dilapidação dos seus próprios meios de reprodução, ou seja, mais perto ele se encontra da carestia e, logo, da ruína. Pari passu às transformações que determinaram a ascensão e a expansão do capitalismo como modelo econômico hegemônico, surgiu e se projetou também de forma hegemônica uma lógica de pensamento que respaldou e incitou a lógica operacional da exploração capitalista, não obstante todas as correntes contrárias. Essa lógica de pensamento, que pode ser traduzida como ideário (ou filosofia) do progresso, se assenta na ideia de que a expansão do saber científico e tecnológico é determinante para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, uma vez que viabiliza a ampliação da produção e do consumo de bens materiais. Ao admitir que a produção e o consumo são os indicadores máximos da prosperidade das nações e da qualidade de vida dos indivíduos, esta perspectiva infere que quanto maiores são os níveis de produção e consumo, mais próspera é a nação e, em última instância, mais felizes são seus cidadãos. Tornando-se hegemônica, essa lógica de pensamento se afirmou como a melhor expressão da própria racionalidade humana, legitimando todos os esforços voltados para a ampliação da capacidade produtiva e, logo, do consumo. Sob a égide do ideário do progresso, a ciência moderna se tornou um dos principais instrumentos da expansão capitalista. A especificidade da forma de produção do conhecimento científico estimulou (e estimula) incrementos técnicos sucessivos, que, em última instância, determinaram (e determinam) o ritmo do crescimento econômico e, logo, do escasseamento dos recursos naturais. Portanto, o ideário do progresso contribuiu decisivamente para a produção do cenário de crise ambiental contemporânea.There is a basic paradox in the operational logic of the capitalist system, which determines it to be a self-destructive system. This paradox may be expressed by the following equation: the consumption of natural resources is directly proportional to the rhythm of economic growth. Therefore, the more effective is the success of the capitalist economic model, the more intense is the dilapidation of their own reproduction means, that is, the closer it is to scarcity, and soon, to ruin. Pari passu to the transformations that determined the ascension and expansion of capitalism as a hegemonic economic model, a logic of thinking which supported and incited the operational logic of capitalist exploitation also arose and projected in a hegemonic way, notwithstanding all the opposing currents. This logic thinking, which can be translated as ideary (or philosophy) of progress, is based on the idea that the expansion of scientific and technological knowledge is essential to improve the life quality of people, once it enables the production expansion as well as the consumption of material assets. When one admits that the production and the consumption are the maximum indicators of prosperity of nations and the life quality of individuals, this perspective infers that the bigger the levels of production and consumption, the more prosperous a nation is and, ultimately, the happier their citizens are. When this logic of thinking became hegemonic, it asserted itself as the best expression of human rationality itself, making all the efforts towards the expansion of productive capacity, thus, consumption as well, legitimate. Under the auspices of the ideary of progress, modern Science has become one of the main tools of the capitalist expansion. The specificity of the way of production of scientific knowledge stimulated (and still stimulates) successive technical increments which, ultimately, determined (and still determine) the rhythm of economic growth and, consequently, the scarcity of natural resources. Furthermore, the ideary of progress has contributed decisively to the production of the contemporary environmental crisis scenario.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de ViçosaCapitalismoCiênciaEcologia humanaNatureza - ConservaçãoExtensão RuralCapitalismo, ciência e natureza: do ideário iluminista do progresso à crise ambiental contemporâneaCapitalism, science and nature: from the enlightenment ideary of progress to the contemporary environmental crisisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Economia RuralDoutor em Extensão RuralViçosa - MG2016-12-02Doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf994155https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9771/1/texto%20completo.pdfdf3402435ab7859ad908b543e4158de5MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9771/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3777https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9771/3/texto%20completo.pdf.jpg3cd46aeb9705902c3fd2749b81662570MD53123456789/97712017-03-13 23:00:26.455oai:locus.ufv.br:123456789/9771Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452017-03-14T02:00:26LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false |
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