Prometeu:: a sabedoria pelo trabalho e pela dor

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Azambuja, Celso Candido
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Archai (Online)
Texto Completo: https://periodicos.unb.br/index.php/archai/article/view/8361
Resumo: Exploramos aqui as conexões do mito de Prometeu com o nascimento do iluminismo ocidental. O estudo tem como base as obras de Hesíodo e Ésquilo, a partir das interpretações de Werner Jaeger e Junito Brandão. Nos poemas de Hesíodo, Prometeu é aquele titã que roubou o fogo de Zeus para entregá-lo à humanidade. Por este gesto, Prometeu e seus protegidos são duramente castigados por Zeus. Assim, mergulhados em um mundo de incontáveis e incontornáveis males, os homens, honestos, conquistam a esperança de uma boa vida através do trabalho infatigável. Na tragédia de Ésquilo, Prometeu é apresentado como o iluminador e protetor da humanidade. Multi-sábio foi ele quem deu pensamento aos homens, pois estes faziam tudo sem razão. Todas as técnicas e artes humanas são devidas a Prometeu, o previdente. Aqui o mito revela o fundo a partir do qual brota a sabedoria humana: o sofrimento e a dor. No mito, revela-se, de modo essencial, a exigência do trabalho e a presença do sofrimento como condições de uma existência humana definida e considerada do ponto de vista do iluminismo. A sabedoria é a força capaz de fazer o homem superar os obstáculos e as adversidades. Prometeu representa, dessa forma, uma imagem primordial da condição humana cuja sabedoria é conquistada pelo trabalho e pela dor.
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