Há filosofia antes dos gregos?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Archai (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.unb.br/index.php/archai/article/view/8478 |
Resumo: | Circunscrever de modo consensual e rigoroso aquilo a que se convencionou chamar “filosofia antiga” não é tarefa que levante dificuldade. Com efeito, se encararmos este conceito de um ponto de vista histórico, imediatamente se perfila um determinado quadro temporal, decorrendo grosso modo entre os séculos VII a.C. e VI d.C., mediando a emergência da primeira especulação em moldes filosóficos, com Tales de Mileto, e os últimos testemunhos de um pensamento especificamente grego ou “pagão”, com o neoplatonismo, dentro do qual é possível reconhecer uma sucessão de determinados períodos, fases e épocas, bem como o florescimento de outras tantas correntes e escolas, que esgotam e estruturam a filosofia antiga. Todavia, o que assim se encontra exposto é simplesmente a filosofia antiga enquanto conceito historiográfico, ou, se se preferir, é a história da filosofia antiga: e enquanto conceito historiográfico, a filosofia antiga deixa-se, de facto, retratar nestes termos, convergindo numa larga periodização de conjunto, que todos reconhecem e respeitam. Ora, se é de admitir um consenso em torno da circunscrição histórica da filosofia antiga, o mesmo não é possível dizer da sua caracterização filosófica. E não o é, desde logo, porque não existe sequer consenso quanto à tese preliminar segundo a qual, para além da sua descrição histórica, a filosofia antiga é também passível de uma perspectivação filosófica, isto é, a tese segundo a qual, longe de ser apenas um período histórico-filosófico, ela configura antes de mais um modo de consciência particular, cujo reconhecimento como tal modo de consciência constituiria justamente a aludida caracterização filosófica do conceito de filosofia antiga. É nesta segunda direcção que segue o presente texto. E, ao prossegui-la, a resposta à questão enunciada no título, “há filosofia antes dos gregos?”, impor-se-á, assim o esperamos, por si mesma. |
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Há filosofia antes dos gregos?Diógenes LaérciofilosofiaGréciagénero humanoCircunscrever de modo consensual e rigoroso aquilo a que se convencionou chamar “filosofia antiga” não é tarefa que levante dificuldade. Com efeito, se encararmos este conceito de um ponto de vista histórico, imediatamente se perfila um determinado quadro temporal, decorrendo grosso modo entre os séculos VII a.C. e VI d.C., mediando a emergência da primeira especulação em moldes filosóficos, com Tales de Mileto, e os últimos testemunhos de um pensamento especificamente grego ou “pagão”, com o neoplatonismo, dentro do qual é possível reconhecer uma sucessão de determinados períodos, fases e épocas, bem como o florescimento de outras tantas correntes e escolas, que esgotam e estruturam a filosofia antiga. Todavia, o que assim se encontra exposto é simplesmente a filosofia antiga enquanto conceito historiográfico, ou, se se preferir, é a história da filosofia antiga: e enquanto conceito historiográfico, a filosofia antiga deixa-se, de facto, retratar nestes termos, convergindo numa larga periodização de conjunto, que todos reconhecem e respeitam. Ora, se é de admitir um consenso em torno da circunscrição histórica da filosofia antiga, o mesmo não é possível dizer da sua caracterização filosófica. E não o é, desde logo, porque não existe sequer consenso quanto à tese preliminar segundo a qual, para além da sua descrição histórica, a filosofia antiga é também passível de uma perspectivação filosófica, isto é, a tese segundo a qual, longe de ser apenas um período histórico-filosófico, ela configura antes de mais um modo de consciência particular, cujo reconhecimento como tal modo de consciência constituiria justamente a aludida caracterização filosófica do conceito de filosofia antiga. É nesta segunda direcção que segue o presente texto. E, ao prossegui-la, a resposta à questão enunciada no título, “há filosofia antes dos gregos?”, impor-se-á, assim o esperamos, por si mesma.Cátedra UNESCO Archai (Universidade de Brasília); Imprensa da Universidade de Coimbra, Portugal; Annablume Editora, São Paulo, Brasil2014-07-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArticlesArtigosapplication/pdfhttps://periodicos.unb.br/index.php/archai/article/view/8478Revista Archai; No. 13 (2014): Revista Archai nº13 (janeiro, 2014); 11Archai Journal; n. 13 (2014): Revista Archai nº13 (janeiro, 2014); 111984-249X2179-4960reponame:Revista Archai (Online)instname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBporhttps://periodicos.unb.br/index.php/archai/article/view/8478/7065Mesquita, Antônio Pedroinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-05-30T14:48:03Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/8478Revistahttps://periodicos.unb.br/index.php/archaiPUBhttps://periodicos.unb.br/index.php/archai/oai||archaijournal@unb.br|| cornelli@unb.br1984-249X1984-249Xopendoar:2018-05-30T14:48:03Revista Archai (Online) - Universidade de Brasília (UnB)false |
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