A tradição analógica e o surgimento de uma antropologia dialógica
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Anuário Antropológico (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6363 |
Resumo: | Franz Boas (1921:468) e Stith Thompson (1929: XVII) observaram, há muito tempo, que parecia não haver quase nenhum “mito autêntico sobre a criação” na América do Norte indígena, com o que eles queriam, aparentemente, se referir aos mitos de origem, segundo o modelo metafísico do Gênesis I, João I, e, por falar nisso, segundo a Metafísica de Aristóteles. Mas Boas mencionou que há, ao norte da Califórnia, mitos nos quais “a criação espontânea” acontece (1921:468). Ao relermos as versões Maidu e Kato desses mitos, vemos que o que acontece é que há dois criadores, masculino e feminino, e que ambos se acham presentes num mundo que possui existência física já no começo da estória (Thompson, 1929:24-37). As mudanças que então se operam no mundo se concretizam quando esse homem e essa mulher mantêm um diálogo ”” não há nenhum ser solitário e masculino que diz: “Que isto ou aquilo seja feito.” Um diálogo semelhante acontece no Popol Vuh, o livro sagrado dos Quichê-Maia'-, e constitui uma profunda rejeição contra o livro do Gênesis (Tedlock, 1183: cap. 11). |
id |
UNB-23_016a2d630f265af36a6d7f32394a39f0 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/6363 |
network_acronym_str |
UNB-23 |
network_name_str |
Anuário Antropológico (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
A tradição analógica e o surgimento de uma antropologia dialógicaAntropologiaFranz Boas (1921:468) e Stith Thompson (1929: XVII) observaram, há muito tempo, que parecia não haver quase nenhum “mito autêntico sobre a criação” na América do Norte indígena, com o que eles queriam, aparentemente, se referir aos mitos de origem, segundo o modelo metafísico do Gênesis I, João I, e, por falar nisso, segundo a Metafísica de Aristóteles. Mas Boas mencionou que há, ao norte da Califórnia, mitos nos quais “a criação espontânea” acontece (1921:468). Ao relermos as versões Maidu e Kato desses mitos, vemos que o que acontece é que há dois criadores, masculino e feminino, e que ambos se acham presentes num mundo que possui existência física já no começo da estória (Thompson, 1929:24-37). As mudanças que então se operam no mundo se concretizam quando esse homem e essa mulher mantêm um diálogo ”” não há nenhum ser solitário e masculino que diz: “Que isto ou aquilo seja feito.” Um diálogo semelhante acontece no Popol Vuh, o livro sagrado dos Quichê-Maia'-, e constitui uma profunda rejeição contra o livro do Gênesis (Tedlock, 1183: cap. 11).Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia2018-01-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6363Anuário Antropológico; Vol. 10 No. 1 (1986): Anuário Antropológico; 183-202Anuário Antropológico; Vol. 10 Núm. 1 (1986): Anuário Antropológico; 183-202Anuário Antropológico; Vol. 10 No. 1 (1986): Anuário Antropológico; 183-202Anuário Antropológico; v. 10 n. 1 (1986): Anuário Antropológico; 183-2022357-738X0102-4302reponame:Anuário Antropológico (Online)instname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBporhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6363/7680Copyright (c) 1986 Anuário Antropológicohttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessTedlock, Dennis2023-06-14T17:49:27Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/6363Revistahttps://journals.openedition.org/aa/PUBhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/oairevista.anuario.antropologico@gmail.com || Revista.anuario.antropologico@gmail.com2357-738X0102-4302opendoar:2023-06-14T17:49:27Anuário Antropológico (Online) - Universidade de Brasília (UnB)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
A tradição analógica e o surgimento de uma antropologia dialógica |
title |
A tradição analógica e o surgimento de uma antropologia dialógica |
spellingShingle |
A tradição analógica e o surgimento de uma antropologia dialógica Tedlock, Dennis Antropologia |
title_short |
A tradição analógica e o surgimento de uma antropologia dialógica |
title_full |
A tradição analógica e o surgimento de uma antropologia dialógica |
title_fullStr |
A tradição analógica e o surgimento de uma antropologia dialógica |
title_full_unstemmed |
A tradição analógica e o surgimento de uma antropologia dialógica |
title_sort |
A tradição analógica e o surgimento de uma antropologia dialógica |
author |
Tedlock, Dennis |
author_facet |
Tedlock, Dennis |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Tedlock, Dennis |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Antropologia |
topic |
Antropologia |
description |
Franz Boas (1921:468) e Stith Thompson (1929: XVII) observaram, há muito tempo, que parecia não haver quase nenhum “mito autêntico sobre a criação” na América do Norte indígena, com o que eles queriam, aparentemente, se referir aos mitos de origem, segundo o modelo metafísico do Gênesis I, João I, e, por falar nisso, segundo a Metafísica de Aristóteles. Mas Boas mencionou que há, ao norte da Califórnia, mitos nos quais “a criação espontânea” acontece (1921:468). Ao relermos as versões Maidu e Kato desses mitos, vemos que o que acontece é que há dois criadores, masculino e feminino, e que ambos se acham presentes num mundo que possui existência física já no começo da estória (Thompson, 1929:24-37). As mudanças que então se operam no mundo se concretizam quando esse homem e essa mulher mantêm um diálogo ”” não há nenhum ser solitário e masculino que diz: “Que isto ou aquilo seja feito.” Um diálogo semelhante acontece no Popol Vuh, o livro sagrado dos Quichê-Maia'-, e constitui uma profunda rejeição contra o livro do Gênesis (Tedlock, 1183: cap. 11). |
publishDate |
2018 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2018-01-25 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6363 |
url |
https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6363 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6363/7680 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 1986 Anuário Antropológico https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 1986 Anuário Antropológico https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia |
publisher.none.fl_str_mv |
Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia |
dc.source.none.fl_str_mv |
Anuário Antropológico; Vol. 10 No. 1 (1986): Anuário Antropológico; 183-202 Anuário Antropológico; Vol. 10 Núm. 1 (1986): Anuário Antropológico; 183-202 Anuário Antropológico; Vol. 10 No. 1 (1986): Anuário Antropológico; 183-202 Anuário Antropológico; v. 10 n. 1 (1986): Anuário Antropológico; 183-202 2357-738X 0102-4302 reponame:Anuário Antropológico (Online) instname:Universidade de Brasília (UnB) instacron:UNB |
instname_str |
Universidade de Brasília (UnB) |
instacron_str |
UNB |
institution |
UNB |
reponame_str |
Anuário Antropológico (Online) |
collection |
Anuário Antropológico (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Anuário Antropológico (Online) - Universidade de Brasília (UnB) |
repository.mail.fl_str_mv |
revista.anuario.antropologico@gmail.com || Revista.anuario.antropologico@gmail.com |
_version_ |
1797225472008912896 |