Tambores de mortos? Sobre um estudo etnográfico da democracia em Ilhéus, a antropologia feita em casa e a falácia do apelo à crença

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Verde, Filipe
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Anuário Antropológico (Online)
Texto Completo: https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/7059
Resumo: Comecemos por um conjunto de lugares comuns. A antropologia tem a sua razão de ser na constatação da diferença cultural e do obstáculo compreensivo que esta implica. Em função desta constatação, ela nasce de um duplo gesto ”“ por um lado, da assunção do relativismo cultural, pré-condição da curiosidade sobre o diferente, que corre de outra forma o risco de ser simplesmente indiferente; por outro lado, pela procura de ser ciência, conjunto de princípios e regras de observação, análise e julgamento que, usando uma metáfora visual, tem por virtude tornar o opaco transparente, superar de uma forma objetiva e impessoal o obstáculo da diferença cultural. Onde viajantes, missionários ou outros (“amadores”) se haviam apenas cruzado com os mundos exóticos e haviam fracassado, o antropólogo (“profissional”, “cientista”) tinha um encontro e triunfava. E triunfou de fato.
id UNB-23_186d2c652e38c511d50d8e164ae1f1ad
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/7059
network_acronym_str UNB-23
network_name_str Anuário Antropológico (Online)
repository_id_str
spelling Tambores de mortos? Sobre um estudo etnográfico da democracia em Ilhéus, a antropologia feita em casa e a falácia do apelo à crençaAntropologiaComecemos por um conjunto de lugares comuns. A antropologia tem a sua razão de ser na constatação da diferença cultural e do obstáculo compreensivo que esta implica. Em função desta constatação, ela nasce de um duplo gesto ”“ por um lado, da assunção do relativismo cultural, pré-condição da curiosidade sobre o diferente, que corre de outra forma o risco de ser simplesmente indiferente; por outro lado, pela procura de ser ciência, conjunto de princípios e regras de observação, análise e julgamento que, usando uma metáfora visual, tem por virtude tornar o opaco transparente, superar de uma forma objetiva e impessoal o obstáculo da diferença cultural. Onde viajantes, missionários ou outros (“amadores”) se haviam apenas cruzado com os mundos exóticos e haviam fracassado, o antropólogo (“profissional”, “cientista”) tinha um encontro e triunfava. E triunfou de fato.Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia2018-02-23info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/705910.4000/aa.853Anuário Antropológico; Vol. 35 No. 1 (2010): Anuário Antropológico; 265-277Anuário Antropológico; Vol. 35 Núm. 1 (2010): Anuário Antropológico; 265-277Anuário Antropológico; Vol. 35 No. 1 (2010): Anuário Antropológico; 265-277Anuário Antropológico; v. 35 n. 1 (2010): Anuário Antropológico; 265-2772357-738X0102-4302reponame:Anuário Antropológico (Online)instname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBporhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/7059/7252Copyright (c) 2010 Anuário Antropológicohttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessVerde, Filipe2023-06-14T17:50:58Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/7059Revistahttps://journals.openedition.org/aa/PUBhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/oairevista.anuario.antropologico@gmail.com || Revista.anuario.antropologico@gmail.com2357-738X0102-4302opendoar:2023-06-14T17:50:58Anuário Antropológico (Online) - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.none.fl_str_mv Tambores de mortos? Sobre um estudo etnográfico da democracia em Ilhéus, a antropologia feita em casa e a falácia do apelo à crença
title Tambores de mortos? Sobre um estudo etnográfico da democracia em Ilhéus, a antropologia feita em casa e a falácia do apelo à crença
spellingShingle Tambores de mortos? Sobre um estudo etnográfico da democracia em Ilhéus, a antropologia feita em casa e a falácia do apelo à crença
Verde, Filipe
Antropologia
title_short Tambores de mortos? Sobre um estudo etnográfico da democracia em Ilhéus, a antropologia feita em casa e a falácia do apelo à crença
title_full Tambores de mortos? Sobre um estudo etnográfico da democracia em Ilhéus, a antropologia feita em casa e a falácia do apelo à crença
title_fullStr Tambores de mortos? Sobre um estudo etnográfico da democracia em Ilhéus, a antropologia feita em casa e a falácia do apelo à crença
title_full_unstemmed Tambores de mortos? Sobre um estudo etnográfico da democracia em Ilhéus, a antropologia feita em casa e a falácia do apelo à crença
title_sort Tambores de mortos? Sobre um estudo etnográfico da democracia em Ilhéus, a antropologia feita em casa e a falácia do apelo à crença
author Verde, Filipe
author_facet Verde, Filipe
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Verde, Filipe
dc.subject.por.fl_str_mv Antropologia
topic Antropologia
description Comecemos por um conjunto de lugares comuns. A antropologia tem a sua razão de ser na constatação da diferença cultural e do obstáculo compreensivo que esta implica. Em função desta constatação, ela nasce de um duplo gesto ”“ por um lado, da assunção do relativismo cultural, pré-condição da curiosidade sobre o diferente, que corre de outra forma o risco de ser simplesmente indiferente; por outro lado, pela procura de ser ciência, conjunto de princípios e regras de observação, análise e julgamento que, usando uma metáfora visual, tem por virtude tornar o opaco transparente, superar de uma forma objetiva e impessoal o obstáculo da diferença cultural. Onde viajantes, missionários ou outros (“amadores”) se haviam apenas cruzado com os mundos exóticos e haviam fracassado, o antropólogo (“profissional”, “cientista”) tinha um encontro e triunfava. E triunfou de fato.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-02-23
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/7059
10.4000/aa.853
url https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/7059
identifier_str_mv 10.4000/aa.853
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/7059/7252
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2010 Anuário Antropológico
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2010 Anuário Antropológico
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia
publisher.none.fl_str_mv Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia
dc.source.none.fl_str_mv Anuário Antropológico; Vol. 35 No. 1 (2010): Anuário Antropológico; 265-277
Anuário Antropológico; Vol. 35 Núm. 1 (2010): Anuário Antropológico; 265-277
Anuário Antropológico; Vol. 35 No. 1 (2010): Anuário Antropológico; 265-277
Anuário Antropológico; v. 35 n. 1 (2010): Anuário Antropológico; 265-277
2357-738X
0102-4302
reponame:Anuário Antropológico (Online)
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Anuário Antropológico (Online)
collection Anuário Antropológico (Online)
repository.name.fl_str_mv Anuário Antropológico (Online) - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv revista.anuario.antropologico@gmail.com || Revista.anuario.antropologico@gmail.com
_version_ 1797225473961361408