A abertura de Timor Português à antropologia social no colonialismo tardio: o papel de Ruy Cinatti
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Anuário Antropológico (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/7403 |
Resumo: | Neste artigo, seguimos a história de vida de Ruy Cinatti, poeta, agrónomo e (a partir de 1958) etnólogo, que viveu alguns anos em Timor Português e contribuiu para a abertura do território à antropologia moderna. Como naturalista e colector amador, foi tecendo uma rede científica internacional e construindo um estatuto de autoridade, que lhe permitiria aceder ao campo científico. Para esse facto, também contribuiu a rede de relações privilegiadas que mantinha no campo político. O artigo destaca a influência do antropólogo australiano A. P. Elkin no interesse de Cinatti por uma antropologia aplicada ao desenvolvimento e promoção cultural dos timorenses. A debilidade da antropologia cultural e social em Portugal (ausência de institucionalização e escassez de profissionais) e o descrédito que lhe merece o trabalho do antropólogo físico António de Almeida levam Cinatti a promover ou favorecer a entrada e o trabalho de campo intensivo de antropólogos franceses e anglosaxónicos no território, sob uma suposta tutela da Junta de Investigações do Ultramar. O Estado-império português, acossado pela crescente contestação ao colonialismo e pelas guerras de libertação em África, subscreveu a sua estratégia como forma de garantir a “ocupação científica” de Timor, a prioridade nacional e a credibilidade do país na cena internacional. |
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Neste artigo, seguimos a história de vida de Ruy Cinatti, poeta, agrónomo e (a partir de 1958) etnólogo, que viveu alguns anos em Timor Português e contribuiu para a abertura do território à antropologia moderna. Como naturalista e colector amador, foi tecendo uma rede científica internacional e construindo um estatuto de autoridade, que lhe permitiria aceder ao campo científico. Para esse facto, também contribuiu a rede de relações privilegiadas que mantinha no campo político. O artigo destaca a influência do antropólogo australiano A. P. Elkin no interesse de Cinatti por uma antropologia aplicada ao desenvolvimento e promoção cultural dos timorenses. A debilidade da antropologia cultural e social em Portugal (ausência de institucionalização e escassez de profissionais) e o descrédito que lhe merece o trabalho do antropólogo físico António de Almeida levam Cinatti a promover ou favorecer a entrada e o trabalho de campo intensivo de antropólogos franceses e anglosaxónicos no território, sob uma suposta tutela da Junta de Investigações do Ultramar. O Estado-império português, acossado pela crescente contestação ao colonialismo e pelas guerras de libertação em África, subscreveu a sua estratégia como forma de garantir a “ocupação científica” de Timor, a prioridade nacional e a credibilidade do país na cena internacional. |
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