Colonialismo em São Tomé e Príncipe: hierarquização, classificação e segregação da vida social

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Seibert, Gerhard
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Anuário Antropológico (Online)
Texto Completo: https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6699
Resumo: São Tomé e Príncipe foi colonizado duas vezes. Na primeira colonização, no século XVI, o arquipélago desabitado foi povoado por colonos brancos e escravos negros. Esse período foi marcado pelo estabelecimento de uma economia de plantação, baseada no trabalho escravo e na monocultura do açúcar, e pela emergência da sociedade crioula. Depois do declínio do açúcar, no século XVII, houve um interregno de uns duzentos anos em que os crioulos praticamente se autogovernaram. A segunda colonização, iniciada nos meados do século XIX, foi caracterizada pelo restabelecimento da plantation, fundada no regime de contrato, na monocultura do cacau e na dominância dos portugueses. No século XVI, devido à fraqueza da hegemonia portuguesa numa sociedade colonial em formação, a hierarquia política era frequentemente contestada pelas diferentes categorias raciais e sociais. A segunda colonização resultou no estabelecimento de uma hierarquia mais rígida, permeada por conceitos racistas. As categorias foram classificadas conforme o seu suposto grau de civilização e viviam separadas espacialmente. Depois da independência, começou gradualmente uma maior inclusão e assimilação das categorias antigamente discriminadas na sociedade crioula. Mesmo assim, persistem grandes desigualdades socioeconômicas, com a metade da população afetada pela pobreza.
id UNB-23_a963ebe6f1ebf4996ff90021f59ae845
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/6699
network_acronym_str UNB-23
network_name_str Anuário Antropológico (Online)
repository_id_str
spelling Colonialismo em São Tomé e Príncipe: hierarquização, classificação e segregação da vida socialSão Tomé e Príncipeeconomia de plantaçãocrioulizaçãoescravidãoregime de contratoSão Tomé e Príncipe foi colonizado duas vezes. Na primeira colonização, no século XVI, o arquipélago desabitado foi povoado por colonos brancos e escravos negros. Esse período foi marcado pelo estabelecimento de uma economia de plantação, baseada no trabalho escravo e na monocultura do açúcar, e pela emergência da sociedade crioula. Depois do declínio do açúcar, no século XVII, houve um interregno de uns duzentos anos em que os crioulos praticamente se autogovernaram. A segunda colonização, iniciada nos meados do século XIX, foi caracterizada pelo restabelecimento da plantation, fundada no regime de contrato, na monocultura do cacau e na dominância dos portugueses. No século XVI, devido à fraqueza da hegemonia portuguesa numa sociedade colonial em formação, a hierarquia política era frequentemente contestada pelas diferentes categorias raciais e sociais. A segunda colonização resultou no estabelecimento de uma hierarquia mais rígida, permeada por conceitos racistas. As categorias foram classificadas conforme o seu suposto grau de civilização e viviam separadas espacialmente. Depois da independência, começou gradualmente uma maior inclusão e assimilação das categorias antigamente discriminadas na sociedade crioula. Mesmo assim, persistem grandes desigualdades socioeconômicas, com a metade da população afetada pela pobreza.Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia2018-02-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6699Anuário Antropológico; Vol. 40 No. 2 (2015): Anuário Antropológico; 99-120Anuário Antropológico; Vol. 40 Núm. 2 (2015): Anuário Antropológico; 99-120Anuário Antropológico; Vol. 40 No. 2 (2015): Anuário Antropológico; 99-120Anuário Antropológico; v. 40 n. 2 (2015): Anuário Antropológico; 99-1202357-738X0102-4302reponame:Anuário Antropológico (Online)instname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBporhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6699/6669Copyright (c) 2015 Anuário Antropológicohttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessSeibert, Gerhard2023-06-14T17:49:59Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/6699Revistahttps://journals.openedition.org/aa/PUBhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/oairevista.anuario.antropologico@gmail.com || Revista.anuario.antropologico@gmail.com2357-738X0102-4302opendoar:2023-06-14T17:49:59Anuário Antropológico (Online) - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.none.fl_str_mv Colonialismo em São Tomé e Príncipe: hierarquização, classificação e segregação da vida social
title Colonialismo em São Tomé e Príncipe: hierarquização, classificação e segregação da vida social
spellingShingle Colonialismo em São Tomé e Príncipe: hierarquização, classificação e segregação da vida social
Seibert, Gerhard
São Tomé e Príncipe
economia de plantação
crioulização
escravidão
regime de contrato
title_short Colonialismo em São Tomé e Príncipe: hierarquização, classificação e segregação da vida social
title_full Colonialismo em São Tomé e Príncipe: hierarquização, classificação e segregação da vida social
title_fullStr Colonialismo em São Tomé e Príncipe: hierarquização, classificação e segregação da vida social
title_full_unstemmed Colonialismo em São Tomé e Príncipe: hierarquização, classificação e segregação da vida social
title_sort Colonialismo em São Tomé e Príncipe: hierarquização, classificação e segregação da vida social
author Seibert, Gerhard
author_facet Seibert, Gerhard
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Seibert, Gerhard
dc.subject.por.fl_str_mv São Tomé e Príncipe
economia de plantação
crioulização
escravidão
regime de contrato
topic São Tomé e Príncipe
economia de plantação
crioulização
escravidão
regime de contrato
description São Tomé e Príncipe foi colonizado duas vezes. Na primeira colonização, no século XVI, o arquipélago desabitado foi povoado por colonos brancos e escravos negros. Esse período foi marcado pelo estabelecimento de uma economia de plantação, baseada no trabalho escravo e na monocultura do açúcar, e pela emergência da sociedade crioula. Depois do declínio do açúcar, no século XVII, houve um interregno de uns duzentos anos em que os crioulos praticamente se autogovernaram. A segunda colonização, iniciada nos meados do século XIX, foi caracterizada pelo restabelecimento da plantation, fundada no regime de contrato, na monocultura do cacau e na dominância dos portugueses. No século XVI, devido à fraqueza da hegemonia portuguesa numa sociedade colonial em formação, a hierarquia política era frequentemente contestada pelas diferentes categorias raciais e sociais. A segunda colonização resultou no estabelecimento de uma hierarquia mais rígida, permeada por conceitos racistas. As categorias foram classificadas conforme o seu suposto grau de civilização e viviam separadas espacialmente. Depois da independência, começou gradualmente uma maior inclusão e assimilação das categorias antigamente discriminadas na sociedade crioula. Mesmo assim, persistem grandes desigualdades socioeconômicas, com a metade da população afetada pela pobreza.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-02-07
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6699
url https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6699
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6699/6669
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2015 Anuário Antropológico
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2015 Anuário Antropológico
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia
publisher.none.fl_str_mv Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia
dc.source.none.fl_str_mv Anuário Antropológico; Vol. 40 No. 2 (2015): Anuário Antropológico; 99-120
Anuário Antropológico; Vol. 40 Núm. 2 (2015): Anuário Antropológico; 99-120
Anuário Antropológico; Vol. 40 No. 2 (2015): Anuário Antropológico; 99-120
Anuário Antropológico; v. 40 n. 2 (2015): Anuário Antropológico; 99-120
2357-738X
0102-4302
reponame:Anuário Antropológico (Online)
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Anuário Antropológico (Online)
collection Anuário Antropológico (Online)
repository.name.fl_str_mv Anuário Antropológico (Online) - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv revista.anuario.antropologico@gmail.com || Revista.anuario.antropologico@gmail.com
_version_ 1797225472583532544