A construção da imagem dos “Bravios” e a memória Aitkum

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Grünewald, Rodrigo de Azeredo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Anuário Antropológico (Online)
Texto Completo: https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6741
Resumo: A experiência colonizadora dos sertões nordestinos teve como objetivo principal a ocupação efetiva da terra a ser transformada em pastagens. Diante da contrariedade indígena, estabeleceram-se as guerras justas contra os índios de corso1. Sobressaíam-se aí os Cariris, que ocupavam uma faixa de terra que se estendia do rio São Francisco até a Serra do Ibiapaba, no Ceará. A primeira metade do século XVIII se caracterizou pela escravidão indígena e pela administração de missões por padres jesuítas. Já na segunda metade, ambos sistemas foram abolidos e criado o chamado Diretório dosíndios (para promover a integração dos índios à sociedade colonial), extinto ainda nesse século. No entanto, as chamadas “guerras indígenas” prolongaram- se durante toda a etapa colonial e somente em inícios do século XIX os sertões do Pajeú (onde está situada a Serra do Umã) começaram a ficar mais pacíficos. De fato, esse foi o século dos aldeamentos na região, quando os índios bravios começam a entregar suas armas e se estabelecer em missões como a do Olho d’Água da Gameleira (atual aldeia Olho d’Água do Padre, na Serra do Umã) ou a do Jacaré ou a de Baixa Verde. Já na passagem do século XIX para o XX, as idéias de “progresso” e “civilização” passam a ser levadas adiante. Em 1910 é fundado o Serviço de Proteção ao índio (SPI), marcado ideologicamente pela “idéia dos postos de atração e dos postos de pacificação para se colocar os índios em contato com o civilizado” (Rondon 1947).
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