Brasília e a invenção da arquitetura-arte:: transformações estéticas na noção espacial da obra de arte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hagihara, Márcio Takeo Sobral
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Sociedade e Estado
Texto Completo: https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5630
Resumo: O advento das instalações e de obras que visam à interação com o público, criando ambientes que envolvem percepções sinestésicas, estão presentes nas mais célebres bienais e exposições de arte pelo mundo. A arquitetura e a arte brasileiras contribuíram bastante para a mudança espacial da obra de arte. O modernismo brasileiro forjou o discurso de ampliação dos princípios das artes plásticas para a construção da cultura nacional. A dimensão construtiva das artes plásticas refletiu-se na ampliação da criação plástica dos singelos quadros de cavalete burgueses para os murais sociais de Portinari e para a nacional e monumental arquitetura do Grupo Carioca. Oscar Niemeyer e Lucio Costa projetaram a pretensão máxima de ampliação de escala da obra de arte: Brasília. Frustrada a utopia, irrompe o Movimento Neoconcreto, cuja crítica infligiu-se contra a arquitetura, o espaço clássico e o conceito de cultura nacional, por meio da quebra da tradicional associação simbólica entre arte e cultura. A ligação entre a arquitetura e o Movimento Neoconcreto só faz sentido se ligada à análise iconográfica, pois o exame do discurso escrito ”“ que é uma das obsessões de nossa cultura pela palavra ”“ é insuficiente para estabelecer tal ligação. Entre maquetes e instalações labirínticas de Hélio Oiticica, observa-se a crítica visual da coerência espacial imposta pela política cultural das elites brasileiras. Mais do que isso, a arte brasileira deu sua contribuição, modificando a configuração espacial da obra de arte. Foi preciso destruir a última grande regra da arte, através da morte do Plano.
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