O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT) : petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moura, Márcia Abrahão
Data de Publicação: 1998
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/8040
Resumo: Tese(Doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, 1998.
id UNB_1274c824efe7bc820e7dfcb2a5adc641
oai_identifier_str oai:repositorio2.unb.br:10482/8040
network_acronym_str UNB
network_name_str Repositório Institucional da UnB
repository_id_str
spelling Moura, Márcia AbrahãoBotelho, Nilson Francisquini2011-05-25T18:52:10Z2011-05-25T18:52:10Z2011-05-251998-12MOURA, Márcia Abrahão. O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT): petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia.1998. xii, 238 f., il. Tese(Doutorado em Geologia)-Universidade de Brasília, Brasília, 1998.http://repositorio.unb.br/handle/10482/8040Tese(Doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, 1998.Resumo: O Depósito de ouro Serrinha, localizado no extremo norte do Estado do Mato Grosso, na Província Aurífera Juruena-Teles Pires, associa-se espacial e geneticamente ao Maciço granítico Matupá, de 1872 ±12 Ma, inserido no Domínio Geocronológico Ventuari-Tapajós. O Maciço Matupá apresenta-se no Depósito Serrinha como um corpo de biotita monzogranito, denominado Granito Matupá, equigranular a porfirítico, subsolvus, raramente contendo hornblenda. Magnetita, ilmenita, titanita, zircão, fluorapatita, allanita e monazita são minerais acessórios. Diques de composição riolítica, cogenéticos ao magmatismo granítico, e diques de diabásio, com características químicas de basaltos toleíticos continentais, cortam o Granito Matupá. O Granito Matupá é cálcio-alcalino, metaluminoso a peraluminoso, semelhante aos granitos do tipo I, com SiO2 = 68-75%, MgO/TiO2 = 2,56, K2O/Na2O > 1, A12O3 = 13-14%, CaO = 1-2%, elevados conteúdos de Ba e Sr, quantidades moderadas de Zr e Rb e baixos conteúdos de Nb, Y, Ta, Ga, Zn, F, C e Li. ETR = 250 ppm, Lan/Yhn 30 e Eu/Eu* = 0,35. Assemelha-se a granitos orogênicos, especialmente granitos de arco vulcânico ou pós-colisionais. Sua pressão de cristalização, estimada com base no geobarômetro da hornblenda, situou-se entre 3,3 e 4,5 Kb. Os valores de TDM situam-se entre 2,34 e 2,47 Ga e podem representar a idade de formação de crosta continental considerando-se uma única fonte para o magma granítico original, mas a hipótese de que o magma resultou da mistura de fontes mantélica e crustal não deve ser descartada. O Granito Matupá foi submetido a expressiva alteração hidrotermal de infiltração disseminada no Depósito Serrinha, começando por hidrotermalismo incipiente do biotita granito, seguido de alteração K-silicática, sódica, cloritização, alteração sericítica, piritização e carbonatação. Considerando-se Zr imóvel, AI2O3 e TiO2 foram pouco móveis durante o processo, enquanto FeO, MnO, Fe2O3, CaO, MgO, K2O e Na2O foram muito móveis, resultados condizentes com albitização, sericitização, microclinização, piritização e carbonatação do granito. A clorita é abundante nos fácies hidrotermais do Granito Matupá e constitui três diferentes grupos: grupo A, clorita intermediária entre chamosita e clinocloro; grupo B, clinocloro, e grupo C, chamosita com elevados teores de MnO, entre 2 e 5,5%. Três tipos de titanita ocorrem em Serrinha: titanita magmática, com Al2O3 próximo de 1,7%; titanita hidrotermal do granito pouco hidrotermalizado, com Al2O3 sempre superior a 2%, e titanita hidrotermal de SE IVG, com Al2O3 desprezível e contendo Na2O (0,53 a 0,76%). Dois tipos de epidoto constituem produto de alteração hidrotermal do Granito Matupá: epidoto da série clinozoisita-epidoto, predominante, e epidoto com até 3,5% de MnO, restrito à área II. 1. Fluidos H2O-NaCl-KCl, exsolvidos do magma granítico e aprisionados a 423°C e 1,3 Kbar, foram provavelmente os primeiros a circular no Granito Matupá em Serrinha, seguidos de fluidos H2O-NaCl-CO2-(CH4), CO2 e H2O-NaCl, aprisionados a T = 330°C e P = 0,5 - 1,3 Kbar, provavelmente resultantes de imiscibilidade. A evolução final do sistema hidrotermal foi dominada por mistura de fluidos salinos e meteóricos e circulação de fluido rico em Ca. A mineralização de ouro no Depósito Serrinha é disseminada e se restringe às áreas de intensa alteração hidrotermal do Granito Matupá em que há associação de pirita, sericha, clorita e/ou albita. Magnetita hidrotermal e rutilo acompanham a pirita. O ouro está na forma nativa, incluso ou em fraturas de pirita. Análises de pirita por LAM-ICP-MS resultaram em teores de Au, Ag, Pd e Pt inferiores a 10 ppm. Os valores de isótopos de enxofre obtidos para pirita (+1,3 a +3,5 96o) e os dados de inclusões fluidas são compatíveis com um fluido mineralizante oriundo do próprio magma granítico. O ouro foi inicialmente transportado na forma de complexos cloretados em fluidos quentes, exsolvidos do magma granítico, oxidados, altamente salinos e ácidos. Diminuição da temperatura do fluido durante sua ascensão, imiscibilidade ou aumento de pH pode ter propiciado a precipitação de ouro. A diluição e/ou a desmistura do fluido salino podem ter ocasionado a deposição da segunda geração de Au. O Depósito Serrinha assemelha-se aos depósitos disseminados classificados como do tipo ouro pórfiro. Apesar de o nível de erosão atual diminuir a probabilidade de existir um depósito de grande porte em Serrinha, dados geológicos sobre a Província Aurífera Juruena-Teles Pires permitem sugerir que o modelo proposto para o Depósito Serrinha seja aplicável a outros depósitos de ouro da região. _______________________________________________________________________________ ABSTRACTThe Serrinha gold Deposit, northern Mato Grosso state (Brazil), is part of the Juruena-Teles Pires gold Province. The deposit is spatially and genetically related to the Matupá granitic Massif (1872 ±12 Ma), part of the Ventuari-Tapajós geochronological Domain. At the Serrinha Deposit, the Matupá Massif comprises a single biotite monzogranite, called Matupá Granite, which outcrops as isotropic undeformed and little-fractured blocks. The Matupá Granite is subsolvus, medium to coarse grained, equigranular to porphyritic. Hornblende is very rare and magnetite, titanite, zircon, fluorapatite, allanite, monazite and ilmenite are accessory minerals. Comagmatic rhyolitic dikes and younger diabase dikes crosscut the granite. The Matupá Granite is calc-alkaline, metaluminous to peraluminous, similar to I-type granites developed in orogenic terrains, specially volcanic arc and post-collisional settings. The biotite granite is characterized by 68-75 w.t.% SiO2, 13-14 w.t.% A12O3, high MgO/TiO2 ratio (2.56), K2O/Na2O ratio higher than 1,1-2 w.t.% Ca, high Ba and Sr, medium Zr and Rb, low Nb, Y, Ga, Zn, F, Sn, W, Cu, Mo, Ta, Cl and Li contents. ETR = 250 ppm, La/Yb ratios 30 and Eu/Eu* ratio 0.35. The crystallization pressure of the Matupá Granite, based on hornblende geobaromether, was 3.3 to 4.5 Kb. ТDM values lie between 2.34 and 2.47 Ga and may represent the continental crust crystallizing age = -2.7 a -4.3), considering a unique source for the original granitic magma, but the hypothesis of mixing mantelic and crustal sources cannot be disregarded. The Matupá Granite was submitted to a pervasive hydrothermal alteration at the Serrinha Deposit, beginning with an incipient hydrothermal alteration, followed by K-silicatic, sodic, chloritic, sericitic and pyritic alterations, with final carbonatization. Considering Zr as having been immobile during the alteration, A12O3 and TiO2 were less mobile while FeO, MnO, Fe2O3, CaO, MgO, K2O and Na2O were mobile, results compatible to the hydrothermal processes that took part in Serrinha. Chlorite is a widespread secondary mineral at the deposit and comprises three different groups: group A, intermediary between clinochlore and chamosite; group B, clinochlore, and group C, chamosite with high manganese content (2 - 5.5 w.t.% MnO). Three types of titanite were identified: magmatic (near 1.7 w.t.% A12O3); hydrothermal titanite developed during the incipient hydrothermal alteration of the granite (A12O3 > 2 w.t.%) and hydrothermal titanite associated to the sodic assemblage (near zero Al2O3 and 0.53 to 0.76 w.t.% Na2O). Two epidote types were formed during alteration: epidote from clinozoisite-epidote series, widespread, and epidote containing up to 3.5 w.t.% MnO, restricted to II. 1 area. H2O-NaCl-KCl fluids, interpreted to have been exsolved from the granitic magma, and entrapped at 423 °C and 1.3 Kbar, were probably the earliest fluids that circulated through the Matupá Granite in the Serrinha Deposit. The early fluids were superimposed by lower temperature and pressure (330°C and 0.5 to 1.3 Kbar ) H2O-NaCl-CO2-(CH4), CO2 e H2O-NaCl fluids, probably derived from imiscibility. The final evolution of the hydrothermal system was dominated by mixing of saline and meteoric fluids and by circulation of low temperature Ca-enriched fluids. The gold mineralization is disseminated and restricted to the intense hydrothermal alteration areas where it is associated to pyrite, sericite, chlorite and/or albite. Hydrothermal magnetite and rutile occur with pyrite. Gold is in the native form, included or filling fractures in pyrite. LAM-ICP-MS analysis in pyrite grains show Au, Ag, Pd and Pt values below 10 ppm. 34S data of pyrite (+1.3 to +3.5 %o) together with fluid inclusion data are consistent with a mineralizing fluid exsolved from the crystallizing magma. Gold was iniatially transported as chlorine complexes in a hot, saline, acid and oxidized fluid. Decreasing in temperature during the fluid ascent, imiscibitity process or pH increase could have enhanced gold precipitation. Dilution and/or unmixing of the saline fluid can have been responsible for the deposition of the second generation of gold. Serrinha gold Deposit is similar to disseminated deposits genetically related to granite magmas classified as porphyry gold. Nevertheless, the present deep erosion level in the region, probably located at the root of the hydrothermal system, does not favor the presence of a giant Au deposit at Serrinha.Instituto de Geociências (IG)Programa de Pós-Graduação em GeologiaO maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT) : petrologia, alteração hidrotermal e metalogeniainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisOuro - minas e mineraçãoGranitoMato Grosso (MT)Rochas magmáticasGeologia econômicainfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBORIGINAL1998_MarciaAbrahaoMoura.pdf1998_MarciaAbrahaoMoura.pdfapplication/pdf6090109http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/8040/1/1998_MarciaAbrahaoMoura.pdf48c9b4162b207d4a9e2733d2f59deabbMD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1867http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/8040/2/license.txtaed176b2ed11012178e57d06b86f022eMD52metadata only accessTEXT1998_MarciaAbrahaoMoura.pdf.txt1998_MarciaAbrahaoMoura.pdf.txtExtracted texttext/plain662954http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/8040/3/1998_MarciaAbrahaoMoura.pdf.txt11c6dba1d4a30b105505230bf0cf2fdeMD53open access10482/80402024-02-20 13:42:38.14open accessoai:repositorio2.unb.br:10482/8040Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestopendoar:2024-02-20T16:42:38Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.en.fl_str_mv O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT) : petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia
title O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT) : petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia
spellingShingle O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT) : petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia
Moura, Márcia Abrahão
Ouro - minas e mineração
Granito
Mato Grosso (MT)
Rochas magmáticas
Geologia econômica
title_short O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT) : petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia
title_full O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT) : petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia
title_fullStr O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT) : petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia
title_full_unstemmed O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT) : petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia
title_sort O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT) : petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia
author Moura, Márcia Abrahão
author_facet Moura, Márcia Abrahão
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Moura, Márcia Abrahão
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Botelho, Nilson Francisquini
contributor_str_mv Botelho, Nilson Francisquini
dc.subject.keyword.en.fl_str_mv Ouro - minas e mineração
Granito
Mato Grosso (MT)
Rochas magmáticas
Geologia econômica
topic Ouro - minas e mineração
Granito
Mato Grosso (MT)
Rochas magmáticas
Geologia econômica
description Tese(Doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, 1998.
publishDate 1998
dc.date.submitted.none.fl_str_mv 1998-12
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2011-05-25T18:52:10Z
dc.date.available.fl_str_mv 2011-05-25T18:52:10Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2011-05-25
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv MOURA, Márcia Abrahão. O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT): petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia.1998. xii, 238 f., il. Tese(Doutorado em Geologia)-Universidade de Brasília, Brasília, 1998.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unb.br/handle/10482/8040
identifier_str_mv MOURA, Márcia Abrahão. O maciço granítico Matupá no depósito de ouro serrinha (MT): petrologia, alteração hidrotermal e metalogenia.1998. xii, 238 f., il. Tese(Doutorado em Geologia)-Universidade de Brasília, Brasília, 1998.
url http://repositorio.unb.br/handle/10482/8040
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UnB
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Repositório Institucional da UnB
collection Repositório Institucional da UnB
bitstream.url.fl_str_mv http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/8040/1/1998_MarciaAbrahaoMoura.pdf
http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/8040/2/license.txt
http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/8040/3/1998_MarciaAbrahaoMoura.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 48c9b4162b207d4a9e2733d2f59deabb
aed176b2ed11012178e57d06b86f022e
11c6dba1d4a30b105505230bf0cf2fde
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801863922475597824