Os tradutores da Casa do Arco do Cego e a ciência iluminista: a conciliação pelas palavras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Harden, Alessandra Ramos de Oliveira
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/28066
https://dx.doi.org/10.1590/S0103-18132011000200005
Resumo: Entre 1799 e 1801, funcionou em Lisboa a Casa Literária do Arco do Cego. Voltada para a publicação de obras científicas e didáticas ligadas à aplicação das ciências naturais, a Arco do Cego foi dirigida pelo frei José Mariano da Conceição Veloso, naturalista brasileiro e tradutor incansável. Para realizar o objetivo de trazer o progresso para o reino português por meio da instrução, as atividades da Arco do Cego ocorreram dentro de um sistema de mecenato em que a coroa portuguesa arcava com as despesas dos projetos. Essas despesas incluíam aquelas referentes ao pagamento dos tradutores recrutados por Frei Veloso, como Manoel Jacinto Nogueira da Gama, matemático, filósofo naturalista e professor que traduziu obras nas áreas de matemática e engenharia. As traduções publicadas sob a supervisão de Veloso eram introduzidas por dedicatórias e prefácios de tom laudatório escritos pelos tradutores, que assim reconheciam seu débito com a monarquia e declaravam sua fidelidade à Coroa e às tradições portuguesas. O objetivo deste trabalho é mostrar que esses paratextos funcionaram como instrumentos para a aceitação dos princípios científicos iluministas, pois as ideias progressistas eram apresentadas aos leitores portugueses por discursos comprometidos com as tradições do antigo regime português e com a retórica escolástica.
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