Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1983 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UnB |
Texto Completo: | http://repositorio.unb.br/handle/10482/18781 |
Resumo: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Medicina Especializada, Núcleo de Medicina Tropical e Nutrição, 1983. |
id |
UNB_1fb86542865adfa5e26a964fc71109a6 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.unb.br:10482/18781 |
network_acronym_str |
UNB |
network_name_str |
Repositório Institucional da UnB |
repository_id_str |
|
spelling |
Transmissão materno-infantil da Doença de ChagasDoenças de ChagasTransmissão congênitaAleitamentoDissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Medicina Especializada, Núcleo de Medicina Tropical e Nutrição, 1983.O objetivo desta tese é estudar a transmissão materno-infantil da Doença de Chagas no Distrito Federal. O trabalho foi dividido em duas partes: A- Estudo clínico epidemiológico e B- Estudo experimental. A - O estudo clinico epidemiológico, realizado no Hospital Regional da Asa Sul, constou de: a) inquérito sorológico, b) exame de mulheres chagásicas, c) exame de crianças de mães chagásicas, d) exame de natimortos e neomortos, e) exame de placentas e f) acompanhamento de chagásica na fase aguda. a) Inquérito sorológico através da reação de Machado Guerreiro em 1737 gestantes, dentre 306 8 atendidas no período de um ano, com 5,9% de reações positivas. b) Cento e quinze gestantes, com três reações sorológicas positivas para Doença de Chagas, foram acompanhadas e inquiridas sobre a evolução de suas 437 gestações anteriores (média de 4,8 por mulher). A frequência de abortamento (12,-7%), partos prematuros (6,4%) e natimortalidade (22,58:1000) neste grupo foi igual a da população em geral. Entretanto, a Doença de Chagas Congênita foi causa de nati mortalidade, prematuridade e baixo peso ao nascer. Três mulheres transmitiram congenitamente a infecção: duas aos conceptos e outra â placenta. c) De 243 filhos resultantes de 552 gestações das 115 chagásicas, 105 foram pesquisadas parasitologicamente através do xenodiagnóstico e/ou do método de Strout modificado, dentro dos cinco primeiros dias de vida. Foi diagnosticada a Doença de Chagas Congênita em apenas um recém-nascido (1%). Em 83 que se encontravam em acompanhamento aos dois meses de idade foi detectada a fase aguda da Doença de Chagas em uma delas (1,2%). Esta criança tinha tido pesquisa negativa para T.cruzi ao nascer, através do método de Strout e pelo xenodiagnóstico. Sua placenta teve xenodiagnóstico negativo e exame histológico normal. Com um mês de vida a criança era clinicamente normal, morava em casa livre de triatomíneo, na periferia do Distrito Federal e, só se alimentava de leite materno. Sua mãe já havia transmitido a infecção em gestação anterior há dois anos. Foram realizadas reações sorológicas nos 105 e em outros 135 filhos das 115 mulheres chagásicas crônicas. Ao nascimento havia anticorpos específicos para Doença de Chagas em títulos semelhantes aos maternos, com variação máxima de duas diluições, exceto aquele com a Doença de Chagas Congênita, que apresentavam títulos de 1/40 na hemaglutinação e na imunofluorescência indireta enquanto em sua mãe esses títulos eram de 1:320. Após os quatro meses de idade havia 10(5,7%) dos filhos com reaçóes positivas. Um deles, aos oi to e meio meses de idade, amamentado ao seio até aos oito meses, nunca tinha saído do Distrito Federal e ao nascer tinha Strout e xenodiagnóstico negativos. Também nos outros nove, maiores de um ano de idade não pudemos determinar o modo de aquisição da infecção, apesar de cinco deles já terem ido a áreas endêmicas para Doença de Chagas. d) Dois natimortos e dois neomortos foram estudados histopatologicamente. Três deles eram portadores de Doença de Chagas Congênita e em um outro, natimorto, foi diagnosticada infecção bacteriana as cendente. e) Quarenta e nove placentas puderam ser estudadas histopatologicamente e formas amastigotas do T.cruzi foram encontradas em uma delas. f) Uma gestantes na fase aguda da Doença de Chagas adquirida no 89 mês foi acompanhada durante cinco meses. As pesquisas parasitológicas na criança até os quatro meses foram negativas. O xenodiagnóstico e o exame histopatológico de placenta evidenciaram o T.cruzi. Foram inoculados em camundongos, a urina, a saliva, o colostro e o leite materno e, o líquido amniótico e o sangue do cordão do recém-nascido. Os animais inoculados com colostro e o leite no 39 e 79 dias após o parto se infectaram. B - No estudo experimental, foram inoculados 80 camundongos fêmeas da linhagem Charles River, cepa CDl, com a cepa NS do T.cruzi, isolado de criança com a forma congênita da Doença de Chagas. Estas fêmeas foram posteriormente acasaladas e apenas 30 (37,7%) delas engravidaram. Vinte e uma foram cesareadas e as 157 crias resultantes e as placentas, foram estudadas histopatologicamente. Sessenta e uma crias das nove fêmeas que pariram naturalmente foram submetidas a xenodiagnóstico e em 41 também foram feitos estudos histopatológicos. Nenhuma cria mostrou-se positiva para T. cruzi. Em uma das 157 placentas foram encontradas amastigotas do T.cruzi na decídua. Pela primeira vez foi descrita a presença de metafisite associada â Doença de Chagas Congênita, observada nos dois recém-nascidos infectados intra-útero. Também a transmissão da infecção através da amamentação ao seio de toma chagásica na fase crônica indeterminada da doença e a presença do T.cruzi no colostro humano. E, ainda, a infecção pelo T.cruzi no estroma vilositário, estando o concepto livre de infecção. _____________________________________________________________________________ ABSTRACTThe objective of this thesis is to study the maternal transmission to the infant of Chagas' disease in the Federal District. The work was devided into two parts:(A) an clinico-epidemiological study and (B) an experimental study. A. The clinico-epidemiological study was done in the regional hospital of the South wing of Brasilia. It consisted of a) a serological survey; b) examination of chagasic mothers; c) examination of children of chagasic mothers; d) examination of neonates dying at or shortly after birth; e) examination of the placenta; f) follow up of an acute phase Chagas'disease patient. a) The complement fixation test (Machado Guerreito) in 1737 pregnant women, among the 3068 seen during a year, was positive in 5,9%. b) One hundred and fifteen pregnant women, with three positive serological reactions for Chagas'disease, were accompanied or their records studied relating to their 437 previous pregnances (mean 4.8 pregnancies). The frequency of miscarriage (12.7%) premature births (6.4%) and death in the neonatal period (22.58:1000) was equal to the general population. However congenital Chagas'disease was a cause of neonatal death, prematurity and low birth weight. The women trasmitted the infection congenitally two the foetus and one to the placenta. c) Of 243 children the result of 552 pregnancies in 115 chagasics,105 were examined parasitologically by xenodiagnosis and/or a modified Strout method during the first five of life. Congenital Chagas'disease was diagnosed in only one neonate (1%). In 83 infants followed up for two months after birth the acute phase of Chagas'disease was detected in one (1.2%). This child was negative for T.cruzi infection at birth on xenodiagnosis and by the method of Strout. The placenta was negative on xenodiagnosis and its histology normal. At one month of age the child was clinically normal, lived in a house free of triatomine bugs on the periphery or the Federal District and was only fed on maternal milk. The monther had already transmitted the infection in a previous pregnancy two years before. Serological tests were done in 105 plus a further 135 children of the 115 mothers with chronic Chagas'disease. At birth they had titres similar to the mother with a maximum variation of two dilutions, with the exception of the congenital Chagas'disease case. Here the baby had a 1/40 positive titre for haemogglutination and indirect immunofluorescence while the mother had titres of 1:320. After four months of age 10(5.7%) of the children had positive serology. One of these at 81/2 months of age, fed on the breast until 8 months of age, had never the Federal District and at birth had a negative Strout and xenodiagnosis. Also in the other nine, one to twenty years of age, we could not determine the mode of acquistion of infection, although five of them had been in endemic areas of Chagas'disease. d) The two still births and the two neonatal deaths were studied histologically. Three were carriers of congenital Chagas'disease while the other death was associated with an ascending bacterial infection. e) Forty-nine placentas were studied histopathologically and amastigotes of T.cruzi found in one of them. f) A pregnant woman acquired acute Chagas'disease in the 8th. month of her pregnancy and was followed for five months. Until the fourth month of age parasito¬logical examinations of the child were negative. Xenodiagnosis and histological examination of the placenta showed T.cruzi. Samples of urine, saliva, colostrum, maternal milk, amniotic fluid and cord blood were innoculated into mice. Further samples of colostrum and milk were innoculated on day 3 and day 7 after parturition. T.cruzi was isolated in mice receiving colostrum. B. In the experimental study 80 female mice of the CDI Charles river strain were innoculated with T.cruzi strain NS isolated from the Child with congenital Chagas'disease. These females were exposed to males afterward and 30(37.7%) became pregnant. Twenty-one were examined by ceasarian section and 157 progeny and their placentas examined histologically. Sixty-one progeny of nine females born naturally were examined by xenodiagnosis and in 41 histopathological studies were done. No foetus or neonate was positive for T.cruzi. In one of the 157 placentas amastigotes of T.cruzi were found in the decidua. For the first time we record metaphysitis associated with congenital Chagas'disease in two neonates infected in utero. Also the transmission of infection by breast freeding in a chagasic in the chronic indeterminate phase and the presence of T.cruzi in colostrum. Also T.cruzi in the villous stroma when the live conceptus was free of infection.Macêdo, Vanize de OliveiraMedina-Lopes, Maria das Dores2015-11-25T13:40:57Z2015-11-25T13:40:57Z2015-11-251983info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfMEDINA-LOPES, Maria das Dores. Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas. 1983. 137 f., il. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical)—Universidade de Brasília, Brasília, 1983.http://repositorio.unb.br/handle/10482/18781A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-07-13T14:52:17Zoai:repositorio.unb.br:10482/18781Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-07-13T14:52:17Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas |
title |
Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas |
spellingShingle |
Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas Medina-Lopes, Maria das Dores Doenças de Chagas Transmissão congênita Aleitamento |
title_short |
Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas |
title_full |
Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas |
title_fullStr |
Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas |
title_full_unstemmed |
Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas |
title_sort |
Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas |
author |
Medina-Lopes, Maria das Dores |
author_facet |
Medina-Lopes, Maria das Dores |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Macêdo, Vanize de Oliveira |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Medina-Lopes, Maria das Dores |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Doenças de Chagas Transmissão congênita Aleitamento |
topic |
Doenças de Chagas Transmissão congênita Aleitamento |
description |
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Medicina Especializada, Núcleo de Medicina Tropical e Nutrição, 1983. |
publishDate |
1983 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1983 2015-11-25T13:40:57Z 2015-11-25T13:40:57Z 2015-11-25 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
MEDINA-LOPES, Maria das Dores. Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas. 1983. 137 f., il. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical)—Universidade de Brasília, Brasília, 1983. http://repositorio.unb.br/handle/10482/18781 |
identifier_str_mv |
MEDINA-LOPES, Maria das Dores. Transmissão materno-infantil da Doença de Chagas. 1983. 137 f., il. Dissertação (Mestrado em Medicina Tropical)—Universidade de Brasília, Brasília, 1983. |
url |
http://repositorio.unb.br/handle/10482/18781 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UnB instname:Universidade de Brasília (UnB) instacron:UNB |
instname_str |
Universidade de Brasília (UnB) |
instacron_str |
UNB |
institution |
UNB |
reponame_str |
Repositório Institucional da UnB |
collection |
Repositório Institucional da UnB |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB) |
repository.mail.fl_str_mv |
repositorio@unb.br |
_version_ |
1814508341303443456 |