O belo antro e a grande oliveira : recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cornelli, Gabriele
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/21239
Resumo: Desde a Magna Grécia de Pitágoras, Empédocles e Parmênides, passando pelas relações “perigosas” entre a sabedoria nascente e as tradições órfico-dionisíacas, em nítida continuidade com a mitologia arcaica e as narrativas teogônicas, dialogando com as práticas médicas asclepíades, a filosofia antiga visita cavernas. A caverna da República, uma das mais poderosas e fecundas alegorias do pensamento ocidental, é simultaneamente herdeira e ponto de fuga da longa trajetória dessa metáfora. Não se pretende aqui, no entanto, compreender a imagem platônica como a consumação de uma velha tradição filosófica que “pensa em cavernas”; procura-se, antes, iluminar essa alegoria com a interpretação oferecida pela filosofia acadêmica posterior. No Antro das Ninfas, Porfírio parte de 11 versos de Homero (Od. XIII, 102-112) para habilmente desenhar uma exegese inspirada na teoria platônica da alma. A lectio porfiriana permite sugerir que a imagem da caverna revela algo mais que uma simples alegoria literária. Ela dá prova da existência de relações dialógicas e circulares entre a filosofia platônica e o imaginário religioso popular do mundo antigo. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT
id UNB_31a803a0056665f696c34fce1e61e487
oai_identifier_str oai:repositorio2.unb.br:10482/21239
network_acronym_str UNB
network_name_str Repositório Institucional da UnB
repository_id_str
spelling Cornelli, Gabriele2016-08-18T14:36:03Z2016-08-18T14:36:03Z2012-01CORNELLI, Gabriele. O belo antro e a grande oliveira: recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 26, p. 93-112, jan./jun. 2012. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/8245>. Acesso em: 1 jun. 2016.http://repositorio.unb.br/handle/10482/21239Desde a Magna Grécia de Pitágoras, Empédocles e Parmênides, passando pelas relações “perigosas” entre a sabedoria nascente e as tradições órfico-dionisíacas, em nítida continuidade com a mitologia arcaica e as narrativas teogônicas, dialogando com as práticas médicas asclepíades, a filosofia antiga visita cavernas. A caverna da República, uma das mais poderosas e fecundas alegorias do pensamento ocidental, é simultaneamente herdeira e ponto de fuga da longa trajetória dessa metáfora. Não se pretende aqui, no entanto, compreender a imagem platônica como a consumação de uma velha tradição filosófica que “pensa em cavernas”; procura-se, antes, iluminar essa alegoria com a interpretação oferecida pela filosofia acadêmica posterior. No Antro das Ninfas, Porfírio parte de 11 versos de Homero (Od. XIII, 102-112) para habilmente desenhar uma exegese inspirada na teoria platônica da alma. A lectio porfiriana permite sugerir que a imagem da caverna revela algo mais que uma simples alegoria literária. Ela dá prova da existência de relações dialógicas e circulares entre a filosofia platônica e o imaginário religioso popular do mundo antigo. _______________________________________________________________________________ ABSTRACTSince the Magna Graecia of Pythagoras, Parmenides, Empedocles and passing by the “dangerous” relations between the nascent wisdom and orphic-dionisiacs traditions, in clear continuity with the archaic mythology and teogonical narratives, dialoguing with asclepians medical practice, ancient philosophy frequents caves. The cave of the Republic, one of the most powerful and fruitful allegories of Western thought, is simultaneously heiress and vanishing point of the long career of this metaphor. It is not intended here, however, understand the Platonic image as the consummation of an old philosophical tradition that “thinks in caves”; seeks rather to illuminate this allegory with the interpretation offered by later academic philosophy. In the Cave of Nymphs, Porphyry starts from 11 verses of Homer (Od. XIII, 102-112) to cleverly draw a platonic theory inspired exegesis of the soul. The lectio porfiriana allows to suggest that the image of cave reveals something more than a simple literary allegory. It gives evidence of the existence of relationships, dialogical and circular, between platonic philosophy and popular religious imagery of the ancient world.Universidade Federal de UberlândiaEducação e filosofia - Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0). Fonte: http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/8245. Acesso em: 1 jun. 2016.info:eu-repo/semantics/openAccessO belo antro e a grande oliveira : recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlePlatãoNeoplatonismoporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBORIGINALARTIGO_BeloAntroGrande.pdfARTIGO_BeloAntroGrande.pdfapplication/pdf804550http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/21239/1/ARTIGO_BeloAntroGrande.pdfe15817d7f5468d04f2b9211a57da0e48MD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain253http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/21239/2/license.txtd009368d59399f240f761da9f23f15e4MD52open access10482/212392023-05-26 21:27:21.133open accessoai:repositorio2.unb.br:10482/21239TGljZW5zZSBncmFudGVkIGJ5IENhbWlsYSAgRHVhcnRlIChjYW1pbGFkaWFzQGJjZS51bmIuYnIpIG9uIDIwMTYtMDYtMDFUMTk6MDA6MzBaIChHTVQpOgoKU3VibWlzc8OjbyBlZmV0aXZhZGEgcG9yIGludGVncmFudGUgZGEgZXF1aXBlIGRvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVuQiBkZSBhY29yZG8gY29tIGxpY2Vuw6dhIGNvbmNlZGlkYSBwZWxvIGF1dG9yIGUvb3UgZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLg==Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestopendoar:2023-05-27T00:27:21Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.en.fl_str_mv O belo antro e a grande oliveira : recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica
title O belo antro e a grande oliveira : recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica
spellingShingle O belo antro e a grande oliveira : recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica
Cornelli, Gabriele
Platão
Neoplatonismo
title_short O belo antro e a grande oliveira : recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica
title_full O belo antro e a grande oliveira : recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica
title_fullStr O belo antro e a grande oliveira : recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica
title_full_unstemmed O belo antro e a grande oliveira : recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica
title_sort O belo antro e a grande oliveira : recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica
author Cornelli, Gabriele
author_facet Cornelli, Gabriele
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cornelli, Gabriele
dc.subject.keyword.en.fl_str_mv Platão
Neoplatonismo
topic Platão
Neoplatonismo
description Desde a Magna Grécia de Pitágoras, Empédocles e Parmênides, passando pelas relações “perigosas” entre a sabedoria nascente e as tradições órfico-dionisíacas, em nítida continuidade com a mitologia arcaica e as narrativas teogônicas, dialogando com as práticas médicas asclepíades, a filosofia antiga visita cavernas. A caverna da República, uma das mais poderosas e fecundas alegorias do pensamento ocidental, é simultaneamente herdeira e ponto de fuga da longa trajetória dessa metáfora. Não se pretende aqui, no entanto, compreender a imagem platônica como a consumação de uma velha tradição filosófica que “pensa em cavernas”; procura-se, antes, iluminar essa alegoria com a interpretação oferecida pela filosofia acadêmica posterior. No Antro das Ninfas, Porfírio parte de 11 versos de Homero (Od. XIII, 102-112) para habilmente desenhar uma exegese inspirada na teoria platônica da alma. A lectio porfiriana permite sugerir que a imagem da caverna revela algo mais que uma simples alegoria literária. Ela dá prova da existência de relações dialógicas e circulares entre a filosofia platônica e o imaginário religioso popular do mundo antigo. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012-01
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-08-18T14:36:03Z
dc.date.available.fl_str_mv 2016-08-18T14:36:03Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv CORNELLI, Gabriele. O belo antro e a grande oliveira: recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 26, p. 93-112, jan./jun. 2012. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/8245>. Acesso em: 1 jun. 2016.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unb.br/handle/10482/21239
identifier_str_mv CORNELLI, Gabriele. O belo antro e a grande oliveira: recepções da alegoria da caverna na tradição neoplatônica. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 26, p. 93-112, jan./jun. 2012. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/8245>. Acesso em: 1 jun. 2016.
url http://repositorio.unb.br/handle/10482/21239
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Uberlândia
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Uberlândia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UnB
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Repositório Institucional da UnB
collection Repositório Institucional da UnB
bitstream.url.fl_str_mv http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/21239/1/ARTIGO_BeloAntroGrande.pdf
http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/21239/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv e15817d7f5468d04f2b9211a57da0e48
d009368d59399f240f761da9f23f15e4
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801863724437340160