Fuga a três vozes
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UnB |
Texto Completo: | https://repositorio.unb.br/handle/10482/44307 |
Resumo: | Neste artigo examinamos o sentido da fuga, fenômeno bastante freqüente entre vários grupos camponeses. Os dados empíricos foram obtidos quando realizávamos pesquisa relativa à s estratégias produtivas de sitiantes em Sergipe, nos anos de 1980 e 1981. A freqüência com que dela se falava fez com que ficasse registrada em nossas notas de campo, embora não percebêssemos seu significado. Só mais tarde o compreendemos e fomos capazes de tematizá-lo. A literatura está repleta de casos de fuga de jovens enamorados que, tendo suas paixões contrariadas pelos desígnios familiares, decidem afirmar suas individualidades unindo-se contra as vontades paternas. Romeu e Julieta continuam povoando o imaginário romântico. Mas hoje a vontade familiar é cada vez menos capaz de se impor à s escolhas matrimoniais. Ainda existem casamentos de conveniência, como, por exemplo, nas elites políticas. Contudo, na maioria dos casos, a imposição de valores individualistas parece ter deslocado o foco da escolha para os próprios nubentes, mesmo que princípios classificatórios, como os de classe e de raça, continuem sendo operativos na definição dos limites do "isolado matrimonial", como diria Lévi-Strauss. |
id |
UNB_34271788b16b5d58bea5c5a6ae94c193 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.unb.br:10482/44307 |
network_acronym_str |
UNB |
network_name_str |
Repositório Institucional da UnB |
repository_id_str |
|
spelling |
Fuga a três vozesAntropologiaNeste artigo examinamos o sentido da fuga, fenômeno bastante freqüente entre vários grupos camponeses. Os dados empíricos foram obtidos quando realizávamos pesquisa relativa à s estratégias produtivas de sitiantes em Sergipe, nos anos de 1980 e 1981. A freqüência com que dela se falava fez com que ficasse registrada em nossas notas de campo, embora não percebêssemos seu significado. Só mais tarde o compreendemos e fomos capazes de tematizá-lo. A literatura está repleta de casos de fuga de jovens enamorados que, tendo suas paixões contrariadas pelos desígnios familiares, decidem afirmar suas individualidades unindo-se contra as vontades paternas. Romeu e Julieta continuam povoando o imaginário romântico. Mas hoje a vontade familiar é cada vez menos capaz de se impor à s escolhas matrimoniais. Ainda existem casamentos de conveniência, como, por exemplo, nas elites políticas. Contudo, na maioria dos casos, a imposição de valores individualistas parece ter deslocado o foco da escolha para os próprios nubentes, mesmo que princípios classificatórios, como os de classe e de raça, continuem sendo operativos na definição dos limites do "isolado matrimonial", como diria Lévi-Strauss.Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de Brasília (PPGAS/UnB)2022-07-21T11:05:04Z2022-07-21T11:05:04Z2018-01-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfWOORTMANN, Klaas; WOORTMANN, Ellen F. Fuga a três vozes. Anuário Antropológico, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 89-137, 1992. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6467. Acesso em: 19 jan. 2022.https://repositorio.unb.br/handle/10482/44307Copyright (c) 1992 Anuário Antropológico (CC BY NC ND) Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License. Fonte: https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6467. Acesso em: 19 jan. 2022.info:eu-repo/semantics/openAccessWoortmann, KlaasWoortmann, Ellen F.porreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-05-24T23:55:23Zoai:repositorio.unb.br:10482/44307Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-05-24T23:55:23Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Fuga a três vozes |
title |
Fuga a três vozes |
spellingShingle |
Fuga a três vozes Woortmann, Klaas Antropologia |
title_short |
Fuga a três vozes |
title_full |
Fuga a três vozes |
title_fullStr |
Fuga a três vozes |
title_full_unstemmed |
Fuga a três vozes |
title_sort |
Fuga a três vozes |
author |
Woortmann, Klaas |
author_facet |
Woortmann, Klaas Woortmann, Ellen F. |
author_role |
author |
author2 |
Woortmann, Ellen F. |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Woortmann, Klaas Woortmann, Ellen F. |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Antropologia |
topic |
Antropologia |
description |
Neste artigo examinamos o sentido da fuga, fenômeno bastante freqüente entre vários grupos camponeses. Os dados empíricos foram obtidos quando realizávamos pesquisa relativa à s estratégias produtivas de sitiantes em Sergipe, nos anos de 1980 e 1981. A freqüência com que dela se falava fez com que ficasse registrada em nossas notas de campo, embora não percebêssemos seu significado. Só mais tarde o compreendemos e fomos capazes de tematizá-lo. A literatura está repleta de casos de fuga de jovens enamorados que, tendo suas paixões contrariadas pelos desígnios familiares, decidem afirmar suas individualidades unindo-se contra as vontades paternas. Romeu e Julieta continuam povoando o imaginário romântico. Mas hoje a vontade familiar é cada vez menos capaz de se impor à s escolhas matrimoniais. Ainda existem casamentos de conveniência, como, por exemplo, nas elites políticas. Contudo, na maioria dos casos, a imposição de valores individualistas parece ter deslocado o foco da escolha para os próprios nubentes, mesmo que princípios classificatórios, como os de classe e de raça, continuem sendo operativos na definição dos limites do "isolado matrimonial", como diria Lévi-Strauss. |
publishDate |
2018 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2018-01-30 2022-07-21T11:05:04Z 2022-07-21T11:05:04Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
WOORTMANN, Klaas; WOORTMANN, Ellen F. Fuga a três vozes. Anuário Antropológico, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 89-137, 1992. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6467. Acesso em: 19 jan. 2022. https://repositorio.unb.br/handle/10482/44307 |
identifier_str_mv |
WOORTMANN, Klaas; WOORTMANN, Ellen F. Fuga a três vozes. Anuário Antropológico, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 89-137, 1992. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6467. Acesso em: 19 jan. 2022. |
url |
https://repositorio.unb.br/handle/10482/44307 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de Brasília (PPGAS/UnB) |
publisher.none.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de Brasília (PPGAS/UnB) |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UnB instname:Universidade de Brasília (UnB) instacron:UNB |
instname_str |
Universidade de Brasília (UnB) |
instacron_str |
UNB |
institution |
UNB |
reponame_str |
Repositório Institucional da UnB |
collection |
Repositório Institucional da UnB |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB) |
repository.mail.fl_str_mv |
repositorio@unb.br |
_version_ |
1810580674440069120 |