Homicídio juvenil por arma de fogo : luto, enfrentamento e reorganização na família vitimada
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UnB |
Texto Completo: | http://repositorio.unb.br/handle/10482/6684 |
Resumo: | A morte de jovens por armas de fogo é, atualmente, um problema de saúde pública que afeta milhares de pessoas no Brasil. A perda, agravada por circunstâncias imprevistas e violentas, repercute no sistema familiar podendo gerar prejuízos de ordem emocional, social e material. Ao enfrentar a situação, os sobreviventes nem sempre dispõem de recursos pessoais e ambientais suficientes para se adaptar às mudanças decorrentes do impacto da morte. Assim, este estudo abordou o processo de luto, os fatores de risco e proteção relativos à reorganização familiar e as estratégias de enfrentamento de 8 famílias do Distrito Federal que perderam um jovem vitimado por homicídio com arma de fogo, nos primeiros 12 meses após a perda. A pesquisa foi planejada com base na teoria sistêmica da família e a coleta de dados contou com a participação de duas pessoas de cada família: uma do subsistema parental (mãe) e outra do fraternal (irmão ou irmã). Famílias em que o jovem falecido era filho único (n=2) ou que o irmão não pode participar (n=1) contaram somente com a genitora. Três instrumentos foram empregados: um roteiro de entrevista semiestruturado, um questionário de caracterização do sistema familiar e a Escala Modos de Enfrentamento de Problemas – EMEP (em versão adaptada para a população brasileira). As entrevistas focalizaram o significado e as conseqüências da perda para os sobreviventes, as mudanças empreendidas no contexto da família, bem como as expectativas para o futuro. O questionário incluiu aspectos sobre o sistema familiar, os modos de vida dos familiares, além de questões acerca dos fatores de risco e proteção. A Escala Modos de Enfrentamento de Problemas foi utilizada para identificar similaridades e diferenças nas estratégias de enfrentamento das mães e dos irmãos. A análise qualitativa dos dados revelou que o processo de luto das famílias estava pautado na oscilação entre a compreensão do episódio e a continuidade da trajetória familiar, implicando em estratégias focadas principalmente no enfrentamento do problema e em práticas religiosas e pensamento fantasioso. Os homicídios estavam associados aos comportamentos transgressores dos jovens, bem como à violência nas comunidades, caracterizadas pela falta de infraestrutura e de serviços de qualidade oferecidos à população. A carência de apoio do Estado, tanto no período precedente à perda como no momento posterior ao fato, evidenciou a necessidade da elaboração de políticas preventivas e de atendimento especializado para as famílias. Apesar de relatos de situações adversas, as famílias apresentaram indícios de mudanças adaptativas. Tais indícios precisam ser investigados em pesquisas longitudinais que permitam uma melhor compreensão dos processos de reorganização familiar. Considerando a escassez de trabalhos empíricos com o foco na família vitimada, este estudo pode contribuir para um melhor entendimento sobre o tema. __________________________________________________________________________________________ ABSTRACT |
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Homicídio juvenil por arma de fogo : luto, enfrentamento e reorganização na família vitimadaJuvenile homicide by firearm: bereavement, coping and reorganization on victimized familyHomicídio juvenilFamíliaLutoReorganização familiarA morte de jovens por armas de fogo é, atualmente, um problema de saúde pública que afeta milhares de pessoas no Brasil. A perda, agravada por circunstâncias imprevistas e violentas, repercute no sistema familiar podendo gerar prejuízos de ordem emocional, social e material. Ao enfrentar a situação, os sobreviventes nem sempre dispõem de recursos pessoais e ambientais suficientes para se adaptar às mudanças decorrentes do impacto da morte. Assim, este estudo abordou o processo de luto, os fatores de risco e proteção relativos à reorganização familiar e as estratégias de enfrentamento de 8 famílias do Distrito Federal que perderam um jovem vitimado por homicídio com arma de fogo, nos primeiros 12 meses após a perda. A pesquisa foi planejada com base na teoria sistêmica da família e a coleta de dados contou com a participação de duas pessoas de cada família: uma do subsistema parental (mãe) e outra do fraternal (irmão ou irmã). Famílias em que o jovem falecido era filho único (n=2) ou que o irmão não pode participar (n=1) contaram somente com a genitora. Três instrumentos foram empregados: um roteiro de entrevista semiestruturado, um questionário de caracterização do sistema familiar e a Escala Modos de Enfrentamento de Problemas – EMEP (em versão adaptada para a população brasileira). As entrevistas focalizaram o significado e as conseqüências da perda para os sobreviventes, as mudanças empreendidas no contexto da família, bem como as expectativas para o futuro. O questionário incluiu aspectos sobre o sistema familiar, os modos de vida dos familiares, além de questões acerca dos fatores de risco e proteção. A Escala Modos de Enfrentamento de Problemas foi utilizada para identificar similaridades e diferenças nas estratégias de enfrentamento das mães e dos irmãos. A análise qualitativa dos dados revelou que o processo de luto das famílias estava pautado na oscilação entre a compreensão do episódio e a continuidade da trajetória familiar, implicando em estratégias focadas principalmente no enfrentamento do problema e em práticas religiosas e pensamento fantasioso. Os homicídios estavam associados aos comportamentos transgressores dos jovens, bem como à violência nas comunidades, caracterizadas pela falta de infraestrutura e de serviços de qualidade oferecidos à população. A carência de apoio do Estado, tanto no período precedente à perda como no momento posterior ao fato, evidenciou a necessidade da elaboração de políticas preventivas e de atendimento especializado para as famílias. Apesar de relatos de situações adversas, as famílias apresentaram indícios de mudanças adaptativas. Tais indícios precisam ser investigados em pesquisas longitudinais que permitam uma melhor compreensão dos processos de reorganização familiar. Considerando a escassez de trabalhos empíricos com o foco na família vitimada, este estudo pode contribuir para um melhor entendimento sobre o tema. __________________________________________________________________________________________ ABSTRACTThe death of young people caused by firearms is a current public health problem that affects thousands of people in Brazil. The loss of a loved one in unprecedent and violent circumstances has an impact within the family system and may cause emotional, social and material damages. In coping with the situation, surviving family members are not always equipped with the personal and environmental resources required to adapt to the changes caused by the impact of death. This study dealt with the bereavement process, as well as with the risk and protective factors related to the reorganization and coping strategies of 8 families from the Federal District (DF – Brasilia) who lost a young member victimized by a homicide by firearm, during the first 12 months after the loss. The study design was based on the systemic family theory and the data collection counted with the participation of two members of each family; one of them from the parental subsystem (mother) and, the other, from the fraternal subsystem (sibling). Only the mother’s inputs were collected in families whose deceased youngster was the only child (n=2) or whose brother could not participate (n=1). Three instruments were applied: a semistructured interview guide, a questionnaire to characterize the family system and a scale to measure the Ways of Coping with Problems (EMEP is the acronym of its version adapted to Brazil). Interviews focused on the meaning and consequences of the loss to the surviving members, the changes that took place within the family context, and the family’s future expectations. The questionnaire included aspects concerning the family system, the family’s way of life and the risk and protective factors. The Ways of Coping with Problems Scale was used in order to identify similarities and differences in the coping strategies used by mothers and siblings. The qualitative analysis of the data revealed that the families’ bereavement and mourning process was marked by the fluctuation between understanding the tragic episode and the continuity of family life, which mainly resulted in problem-focused coping strategies, religious practices and fanciful thinking. Murders were associated with the youngsters’ transgressive behaviors, as well as with community violence, often due to the lack of infrastructure and deficit in quality services provided to the population. The lack of State support both before and after the loss showed that there is an urgent need to propose preventive policies and to provide specialized services to families. Despite the reports of adverse situations, the families showed evidence of adaptive changes. Such evidence must be investigated in longitudinal studies that allow a better understanding of the processes of family reorganization. Some positive transformations, however, seem to be underway. Given the lack of studies focusing on victimized families, this work is an attempt to improve our understanding about this issue.Dessen, Maria Auxiliadora da Silva CamposDomingues, Daniela Fontoura2011-01-31T15:22:14Z2011-01-31T15:22:14Z2011-01-312010-06-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfDOMINGUES, Daniela Fontoura. Homicídio juvenil por arma de fogo : luto, enfrentamento e reorganização na família vitimada. 2010. xi, 154 f., il. Dissertação (Mestrado em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde)-Universidade de Brasília, Brasília, 2010.http://repositorio.unb.br/handle/10482/6684info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-07-17T18:30:19Zoai:repositorio.unb.br:10482/6684Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-07-17T18:30:19Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false |
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A morte de jovens por armas de fogo é, atualmente, um problema de saúde pública que afeta milhares de pessoas no Brasil. A perda, agravada por circunstâncias imprevistas e violentas, repercute no sistema familiar podendo gerar prejuízos de ordem emocional, social e material. Ao enfrentar a situação, os sobreviventes nem sempre dispõem de recursos pessoais e ambientais suficientes para se adaptar às mudanças decorrentes do impacto da morte. Assim, este estudo abordou o processo de luto, os fatores de risco e proteção relativos à reorganização familiar e as estratégias de enfrentamento de 8 famílias do Distrito Federal que perderam um jovem vitimado por homicídio com arma de fogo, nos primeiros 12 meses após a perda. A pesquisa foi planejada com base na teoria sistêmica da família e a coleta de dados contou com a participação de duas pessoas de cada família: uma do subsistema parental (mãe) e outra do fraternal (irmão ou irmã). Famílias em que o jovem falecido era filho único (n=2) ou que o irmão não pode participar (n=1) contaram somente com a genitora. Três instrumentos foram empregados: um roteiro de entrevista semiestruturado, um questionário de caracterização do sistema familiar e a Escala Modos de Enfrentamento de Problemas – EMEP (em versão adaptada para a população brasileira). As entrevistas focalizaram o significado e as conseqüências da perda para os sobreviventes, as mudanças empreendidas no contexto da família, bem como as expectativas para o futuro. O questionário incluiu aspectos sobre o sistema familiar, os modos de vida dos familiares, além de questões acerca dos fatores de risco e proteção. A Escala Modos de Enfrentamento de Problemas foi utilizada para identificar similaridades e diferenças nas estratégias de enfrentamento das mães e dos irmãos. A análise qualitativa dos dados revelou que o processo de luto das famílias estava pautado na oscilação entre a compreensão do episódio e a continuidade da trajetória familiar, implicando em estratégias focadas principalmente no enfrentamento do problema e em práticas religiosas e pensamento fantasioso. Os homicídios estavam associados aos comportamentos transgressores dos jovens, bem como à violência nas comunidades, caracterizadas pela falta de infraestrutura e de serviços de qualidade oferecidos à população. A carência de apoio do Estado, tanto no período precedente à perda como no momento posterior ao fato, evidenciou a necessidade da elaboração de políticas preventivas e de atendimento especializado para as famílias. Apesar de relatos de situações adversas, as famílias apresentaram indícios de mudanças adaptativas. Tais indícios precisam ser investigados em pesquisas longitudinais que permitam uma melhor compreensão dos processos de reorganização familiar. Considerando a escassez de trabalhos empíricos com o foco na família vitimada, este estudo pode contribuir para um melhor entendimento sobre o tema. __________________________________________________________________________________________ ABSTRACT |
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