Impacto do agronegócio na dinâmica hídrica da bacia hidrográfica do rio Corrente : pegada hídrica e percepção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Gabriela de Souza
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: https://repositorio.unb.br/handle/10482/38523
Resumo: As diversas atividades produtivas que configuram uma sociedade majoritariamente regida por um modo de produção capitalista globalizado acabam por interferir nas dinâmicas da natureza, como o ciclo da água. O setor agropecuário, por exemplo, é o maior consumidor de água do mundo, evidenciando a importância de compreender em maior profundidade a relação entre o agronegócio e a água. Diversos conflitos por água têm se intensificado no mundo todo nas últimas décadas. E a região Oeste da Bahia, que faz parte do Plano de Desenvolvimento Agropecuário do Matopiba, foi palco em 2017 de um episódio emblemático fruto de um conflito por água no municípi o de Correntina. A questão do consumo de água e a divergência entre comunidades camponesas da região e representantes do agronegócio se sobressaem neste conflito. Assim, o intuito deste trabalho foi compreender os impactos gerados a partir do consumo de água pelo agronegócio na bacia hidrográfica do rio Corrente, por meio de dois eixos metodológicos. O primeiro fundamentado na aplicação de 10 entrevistas com membros de comunidades camponesas do município de Correntina, para compreender sua percepção sobre as mudanças nos corpos hídricos das últimas décadas, de que maneira estavam sendo afetados e ao que elas poderiam ser atribuídas. E o segundo eixo fundamentado na aplicação da ferramenta da pegada hídrica, para descobrir a magnitude do consumo de água para as três mais expressivas commodities produzidas na região: soja, milho e algodão. Entre os principais impactos relatados pelos entrevistados estão a drástica redução da disponibilidade de água na região e consequente diminuição significativa na produção de alimentos. As mudanças observadas nos corpos hídricos e impactos decorrentes foram atribuídos ao agronegócio. Os valores encontrados para as pegadas hídricas foram: para a soja 2.063,16 m³/ton; para o algodão 1.753,20 m³/ton; para o milho 1.081,77 m³/ton (1ª safra) e 1.099,33 m³/ton (2ª safra). As mudanças no uso do solo que ocorreram nas últimas décadas e a magnitude de consumo indicada no cálculo da pegada hídrica também sugerem a forte relação entre os impactos relatados e as grandes lavouras instaladas na região.
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A questão do consumo de água e a divergência entre comunidades camponesas da região e representantes do agronegócio se sobressaem neste conflito. Assim, o intuito deste trabalho foi compreender os impactos gerados a partir do consumo de água pelo agronegócio na bacia hidrográfica do rio Corrente, por meio de dois eixos metodológicos. O primeiro fundamentado na aplicação de 10 entrevistas com membros de comunidades camponesas do município de Correntina, para compreender sua percepção sobre as mudanças nos corpos hídricos das últimas décadas, de que maneira estavam sendo afetados e ao que elas poderiam ser atribuídas. E o segundo eixo fundamentado na aplicação da ferramenta da pegada hídrica, para descobrir a magnitude do consumo de água para as três mais expressivas commodities produzidas na região: soja, milho e algodão. Entre os principais impactos relatados pelos entrevistados estão a drástica redução da disponibilidade de água na região e consequente diminuição significativa na produção de alimentos. As mudanças observadas nos corpos hídricos e impactos decorrentes foram atribuídos ao agronegócio. Os valores encontrados para as pegadas hídricas foram: para a soja 2.063,16 m³/ton; para o algodão 1.753,20 m³/ton; para o milho 1.081,77 m³/ton (1ª safra) e 1.099,33 m³/ton (2ª safra). As mudanças no uso do solo que ocorreram nas últimas décadas e a magnitude de consumo indicada no cálculo da pegada hídrica também sugerem a forte relação entre os impactos relatados e as grandes lavouras instaladas na região.CAPESThe different productive activities which constitute a society mostly oriented by the globalized capitalist mode of production also interfere in natural dynamics such as the water cycle. The agriculture sector, for example, is the largest consumer of water in the world, revealing the importance of an in depth understanding of the relation between agribusiness and water. Several water conflicts have been intensified around the world during the last decades. In this sense, the western region of the state of Bahia, in Brazil, which is a part of the area designated in the Matopiba Plan for Agricultural Development, saw in 2017 an emblematic episode of a water conflict in the city of Correntina. The water consumption and the disagreement between peasant communities of the region and agribusiness representatives stand out in this particular conflict. Therefore, the aim of this research was to comprehend the impacts generated by agribusiness water consumption in the Corrente river basin. The methodological framework which oriented this research was based on two different approaches. The first one consisted of the conduction of 10 interviews with members of peasant communities of Correntina, to comprehend their perception in regard to changes in the water bodies observed in the last decades, how they were being affected and to what those changes could be attributed to. The second approach was based on the calculation of the water footprint, to discover the magnitude of the water consumption for the three most significant commodities produced in the region: soybeans, maize and cotton. The drastic reduction of water availability in the region and, consequently, a significant decrease in food production were the main impacts described by the interviewees. The changes observed in the water bodies and consequent impacts were attributed to the agribusiness sector. The numbers found for the water footprints were: for soybeans 2.063,16 m³/ton; for cotton 1.753,20 m³/ton; for maize 1.081,77 m³/ton (first harvest period) and 1.099,33 m³/ton (second harvest period). The changes observed in land use which occurred during the last decades and the magnitude of the consumption indicated by the water footprint calculation also suggest the strong relation between the impacts described and the large croplands implanted in the region.Centro de Desenvolvimento SustentávelPrograma de Pós-Graduação em Desenvolvimento SustentávelSayago, Doris Aleida VillamizarCarvalho, Gabriela de Souza2020-06-30T15:15:31Z2020-06-30T15:15:31Z2020-06-302019-10-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfCARVALHO, Gabriela de Souza. Impacto do agronegócio na dinâmica hídrica da bacia hidrográfica do rio Corrente: pegada hídrica e percepção. 2019. 179 f., il. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019.https://repositorio.unb.br/handle/10482/38523A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-07-11T00:51:42Zoai:repositorio.unb.br:10482/38523Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-07-11T00:51:42Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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