No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, Eduardo Soares
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/10332
Resumo: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2012.
id UNB_4cec2b22d1d87ce077d0c73e1bcc41c8
oai_identifier_str oai:repositorio2.unb.br:10482/10332
network_acronym_str UNB
network_name_str Repositório Institucional da UnB
repository_id_str
spelling Nunes, Eduardo SoaresSouza, Marcela Stockler Coelho de2012-04-26T13:09:26Z2012-04-26T13:09:26Z2012-04-262012-02-23NUNES, Eduardo Soares. No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO). 2012. iv, 425 f., il. Dissertação(Mestrado em Antropologia Social)-Universidade de Brasília, Brasília, 2012.http://repositorio.unb.br/handle/10482/10332Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2012.Buridina é uma pequena aldeia Karajá incrustada no centro da turística cidade de Aruanã (GO). Os moradores dessa aldeia têm um longo histórico de relações com os brancos e, desde a década de 1970, casam-se com eles. Falando não apenas dos filhos resultantes desses casamentos, mas também dos índios puros, eu defino esses indígenas como pessoas misturadas, pessoas internamente repartidas entre uma “metade inỹ” (Karajá) e uma “metade tori”. A mistura é a forma indígena da relação entre os pontos de vista indígena e não-indígena. Ela não pode ser representada por uma equação do tipo A + B = C, mas sim por uma do tipo A(/b) + (a/)B = A/B. O resultado de “se misturar” com os brancos não é um terceiro tipo de povo, mestiço, mas uma comunidade inỹ composta de pessoas misturadas. Nessa dissertação elaboro a idéia da mistura e tento etnografar os mecanismos por meio dos quais esses Karajá logram produzi-la cotidianamente. Investindo sobre as relações entre os índios e destes com os brancos, mostro como a vida desses Inỹ – sua comunidade e suas pessoas – é produzida pela coexistência dos movimentos de aparentamento e alteração. Para se ser uma pessoa misturada, é preciso fazer esses dois movimentos “ao mesmo tempo”, “virar índio” e “virar branco”. “Ao mesmo tempo” entre aspas, pois, se eles coexistem, apenas um pode ser ativado a cada momento. Na parte final, faço uma reflexão sobre o lugar dos não-indígenas no processo de auto-constituição desse coletivo Karajá e sobre os problemas do “virar branco”. ______________________________________________________________________________ ABSTRACTBuridina is a small Karajá village located in the very center of the touristic city of Aruanã (Goiás, Brazil). The inhabitants of this village have a long history of interaction with the whites, and since the 1970’s they marry with them. Dealing not only with the children resulting of this interethnic marriages but also with the índios puros [“pure Indians”], I define this Indians as mixed persons, persons internally divided between an Inỹ, indigenous half and a tori, non-indigenous half. Mixture [mistura] is the indigenous form of the relation between Karajá’s and white’s points of view. It cannot be represented by an equation of the type A + B = C, but only by another one of the type A(/b) + (a/)B = A/B. The result of ‘mixing’ with the whites is not a third kind of people, mestiço, but an Inỹ community composed of mixed persons. In this dissertation, I explore this idea of mixture trying to make an ethnographic description of the mechanisms by which these Karajá manage to produce it in a daily basis. Focusing on the relations between the Indians and between them and the whites I show how the life of these Inỹ – their community and their persons – is produced by the coexistence of the movements of kin-becoming and other-becoming. To be a mixed person it is necessary to perform this two movements ‘at one and the same time’, to ‘became Inỹ’ and to ‘become tori’. ‘At one and the same time’ quoted because, although they coexist, only one may be performed at each time. In the final chapter, I make some comments on the place the whites play on the self-constitution process of this Karajá group and equally on the problems of the white-becoming.No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisÍndios Karajá - Goiás (Estado)Índios da América do Sul - Goiás (Estado) - vida e costumes sociaisRelações étnicasinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBORIGINAL2012_EduardoSoaresNunes.pdf2012_EduardoSoaresNunes.pdfapplication/pdf22652030http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/10332/1/2012_EduardoSoaresNunes.pdf33ad67c0abeda3f1ceabdcfd66216768MD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain772http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/10332/2/license.txt887f02c6a38995ac3cd21ac8c6df5bdcMD52open access10482/103322023-07-14 15:19:49.251open accessoai:repositorio2.unb.br:10482/10332TGljZW5zZSBncmFudGVkIGJ5IEFsYsOibmlhIEPDqXphciBkZSBNZWxvIChhbGJhbmlhQGJjZS51bmIuYnIpIG9uIDIwMTItMDQtMjVUMTQ6Mjg6MjRaIChHTVQpOgoKQSBjb25jZXNzw6NvIGRhIGxpY2Vuw6dhIGRlc3RhIGNvbGXDp8OjbyByZWZlcmUtc2UgYW8gdGVybW8gZGUgYXV0b3JpemHDp8OjbyBpbXByZXNzbyBhc3NpbmFkbyANCnBlbG8gYXV0b3IgY29tIGFzIHNlZ3VpbnRlcyBjb25kacOnw7VlczoNCg0KTmEgcXVhbGlkYWRlIGRlIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbywgYXV0b3Jpem8gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgZGUgQnJhc8OtbGlhDQogZSBvIElCSUNUIGEgZGlzcG9uaWJpbGl6YXIgcG9yIG1laW8gZG9zIHNpdGVzIHd3dy5iY2UudW5iLmJyLCB3d3cuaWJpY3QuYnIsDQogaHR0cDovL2hlcmN1bGVzLnZ0bHMuY29tL2NnaS1iaW4vbmRsdGQvY2hhbWVsZW9uP2xuZz1wdCZza2luPW5kbHRkIHNlbSByZXNzYXJjaW1lbnRvIGRvcyANCmRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBkZSBhY29yZG8gY29tIGEgTGVpIG7CuiA5NjEwLzk4LCBvIHRleHRvIGludGVncmFsIGRhIG9icmEgZGlzcG9uaWJpbGl6YWRhLA0KIGNvbmZvcm1lIHBlcm1pc3PDtWVzIGFzc2luYWxhZGFzLCBwYXJhIGZpbnMgZGUgbGVpdHVyYSwgaW1wcmVzc8OjbyBlL291IGRvd25sb2FkLCBhIHTDrXR1bG8gZGUgDQpkaXZ1bGdhw6fDo28gZGEgcHJvZHXDp8OjbyBjaWVudMOtZmljYSBicmFzaWxlaXJhLCBhIHBhcnRpciBkZXN0YSBkYXRhLg==Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestopendoar:2023-07-14T18:19:49Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.en.fl_str_mv No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)
title No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)
spellingShingle No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)
Nunes, Eduardo Soares
Índios Karajá - Goiás (Estado)
Índios da América do Sul - Goiás (Estado) - vida e costumes sociais
Relações étnicas
title_short No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)
title_full No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)
title_fullStr No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)
title_full_unstemmed No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)
title_sort No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)
author Nunes, Eduardo Soares
author_facet Nunes, Eduardo Soares
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Nunes, Eduardo Soares
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Souza, Marcela Stockler Coelho de
contributor_str_mv Souza, Marcela Stockler Coelho de
dc.subject.keyword.en.fl_str_mv Índios Karajá - Goiás (Estado)
Índios da América do Sul - Goiás (Estado) - vida e costumes sociais
Relações étnicas
topic Índios Karajá - Goiás (Estado)
Índios da América do Sul - Goiás (Estado) - vida e costumes sociais
Relações étnicas
description Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2012.
publishDate 2012
dc.date.submitted.none.fl_str_mv 2012-02-23
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2012-04-26T13:09:26Z
dc.date.available.fl_str_mv 2012-04-26T13:09:26Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2012-04-26
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv NUNES, Eduardo Soares. No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO). 2012. iv, 425 f., il. Dissertação(Mestrado em Antropologia Social)-Universidade de Brasília, Brasília, 2012.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unb.br/handle/10482/10332
identifier_str_mv NUNES, Eduardo Soares. No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO). 2012. iv, 425 f., il. Dissertação(Mestrado em Antropologia Social)-Universidade de Brasília, Brasília, 2012.
url http://repositorio.unb.br/handle/10482/10332
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UnB
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Repositório Institucional da UnB
collection Repositório Institucional da UnB
bitstream.url.fl_str_mv http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/10332/1/2012_EduardoSoaresNunes.pdf
http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/10332/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 33ad67c0abeda3f1ceabdcfd66216768
887f02c6a38995ac3cd21ac8c6df5bdc
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801863774911594496