O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cristo, Fábio de
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/15413
Resumo: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, 2013.
id UNB_4e572946e6b5b71239b3ae206401a36d
oai_identifier_str oai:repositorio2.unb.br:10482/15413
network_acronym_str UNB
network_name_str Repositório Institucional da UnB
repository_id_str
spelling Cristo, Fábio deGünther, Hartmut2014-04-02T16:07:49Z2014-04-02T16:07:49Z2014-04-022013CRISTO, Fábio de. O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim? 2013. 157 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.http://repositorio.unb.br/handle/10482/15413Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, 2013.O uso em massa do automóvel tem contribuído no desenvolvimento econômico do país (e.g., rapidez nos deslocamentos, abertura de postos de trabalho). Todavia, também vem gerando sérias consequências na saúde pública, como os acidentes de trânsito, a poluição atmosférica e sonora. Isto configura um problema que demanda a elaboração de políticas públicas (e.g., o estímulo aos transportes coletivos e menos poluentes). O uso frequente do automóvel pode tornar-se um hábito, mantendo o indivíduo preso a determinados padrões de conduta que se repetem ao longo do tempo. Por isso, o hábito tem sido considerado uma barreira importante para o desenvolvimento de alternativas de transportes sustentáveis, e redução do uso de transporte individual motorizado. O hábito é um comportamento aprendido que se tornou automático após ser repetido várias vezes. Ele alivia o esforço cognitivo de ponderar sempre os prós e contras das diversas situações. Nesta tese, investiguei o uso habitual do automóvel. Realizei três Estudos, sendo que os dois primeiros objetivaram desenvolver e obter evidências de validade e precisão de medidas psicológicas de hábito e de percepção da qualidade do transporte coletivo por ônibus urbano. O terceiro Estudo objetivou examinar a relação entre o hábito de usar automóvel, o hábito potencial de usar automóvel (i.e., disposição de comprar um carro, se puder comprá-lo, para não andar de ônibus) e a percepção da qualidade do transporte coletivo por ônibus. Os resultados do Estudo 1, com 238 participantes, indicaram que o Índice de Autorrelato do Hábito (IAH), traduzido e adaptado ao contexto brasileiro, evidenciaram bons indicadores de validade de construto e de validade convergente com relação ao uso do carro. Teve associação tanto com outras duas medidas de hábito de usar carro (ambas r = 0,7, p = 0,01) quanto com a quantidade de quilômetros rodados (r = 0,2, p = 0,05). Também foi evidenciada a precisão do instrumento (α = 0,95). Os resultados do Estudo 2, com 970 participantes de vários estados brasileiros, por meio de um survey on-line, identificaram novas evidências de validade do IAH (de construto, convergente e discriminante), assim como de sua precisão (α = 0,95), corroborando com os resultados do Estudo 1. Também obteve-se boas evidências de validade (de construto e convergente) e de precisão da Escala de Percepção da Qualidade do Transporte Coletivo (EPQTC) por ônibus. A partir da análise de componentes principais, foram identificados 10 componentes da percepção da qualidade (itens com cargas fatoriais acima de 0,40): manutenção e limpeza (α = 0,92), relacionamento (α = 0,90), conforto (α = 0,87), informação (α = 0,86), condução do veículo (α = 0,87), autonomia (α = 0,86), segurança (α = 0,78), facilidade (α = 0,73), custo (α = 0,85) e barreiras (α = 0,66). Os resultados do Estudo 3, realizado com os mesmos participantes do Estudo anterior, evidenciaram relações inexistentes ou fracas entre o hábito de usar carro e os componentes da percepção de qualidade dos ônibus obtidos no Estudo 2. A análise de regressão múltipla (stepwise) indicou quatro componentes como preditores (facilidade, segurança, informações e custo), explicando apenas 5% do hábito de usar carro. Além disso, conforme esperado, o hábito potencial de usar carro, por sua vez, guarda maior relação com o hábito de usar carro do que com a qualidade do transporte coletivo (ônibus urbano). Conclui-se que a percepção da melhoria do transporte coletivo (nas dimensões aqui avaliadas) terá pouca influência na diminuição do uso habitual do carro. As implicações práticas dos resultados indicam intervenções para políticas públicas de trânsito e transporte utilizando-se o hábito como foco. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACTThe mass use of the automobile has contributed to the economic development of the country (e.g. speed of transportation, increase in job posts). Nevertheless, it has also been generating serious consequences to public healthcare, such as traffic accidents and air and noise pollution. This constitutes a problem which demands the creation of public policies (e.g. the stimulation of mass transportation, which is less pollutant). The frequent use of the automobile can become a habit, keeping the individual prisoner to certain behavior patterns which are repeated through time. Thus, the habit has been considered an important barrier to the development of sustainable transport alternatives and to the reduction in the use of individual modes of motorized transport. Habit is a learned behavior which becomes automatic after being repeated several times. It relieves the cognitive load of always pondering the pros and cons of everyday situations. In this thesis, the habitual use of the automobile was investigated. Three studies were carried out in which the first two aimed to develop and obtain evidence of the validity and reliability of psychological habit measurement instruments and of the perception of the quality of public transport by urban bus. The third study aimed to examine the relation between the habit of using the automobile, the potential habit of using the automobile (i.e. disposition to buy a car, if one could afford it, in order to avoid the bus) and the perception of the quality of public transportation by bus. The results of Study 1, with 238 participants, indicated that the Self-Report Habit Index (SRHI), translated and adapted to the Brazilian context, evidenced good construct validity and convergent validity indicators in relation to the use of the car. There was an association with two other measures of car usage habit (both r = 0,7, p = 0,01) and also with the amount of kilometers driven (r = 0,2, p = 0,05). The reliability of the instrument was also evidenced (α = 0,95). The results of Study 2, with 970 participants of several Brazilian states via an on-line survey, identified new evidence of the validity of the SRHI (construct, convergent and discriminating) as well as of its precision (α = 0,95), corroborating with the results of Study 1. In addition, good evidence was obtained of validity (construct and convergent) and of reliability of the Quality Perception of Public Transport Scale (QPPTS) by bus. Principal components analyses indicated 10 components of quality perception (items with factorial load above 0,40): maintenance and cleaning (α = 0,92), customer service (α = 0,90), comfort (α = 0,87), information (α = 0,86), vehicle conduction (α = 0,87), autonomy (α = 0,86), safety (a α lfa = 0,78), ease of access (α = 0,73), cost (α = 0,85) and barriers (α = 0,66). The results of Study 3, carried out with the same participants of the previous study, evidenced weak or inexistent relations between car usage habit and the quality perception components of buses obtained in Study 2. The stepwise multiple regression indicated four components as predictors (ease of access, safety, information and cost), explaining only 5% of the car usage habit. In addition, as expected, the potential habit of using the automobile, as it turns out, holds a greater relation to car usage habit than to the quality of public transport (urban bus). It is concluded that the perception of the improvement of public transport (in the dimensions here evaluated) will exert little influence in reducing the habitual car usage. The practical implications of the results indicate interventions in the traffic and transport public policies utilizing the habit as their focus.A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessO hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim?Does the habit of using automobiles bear any relation to the bad public transport system?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisHábitos (Psicologia)Trânsito urbano - aspectos psicológicosporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBORIGINAL2013_FabiodeCristo.pdf2013_FabiodeCristo.pdfapplication/pdf1325271http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/15413/1/2013_FabiodeCristo.pdf012cf88ff5a216a384f2d049b5536829MD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain768http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/15413/2/license.txte28a54592681fa2cadcc4b4d944899a4MD52open access10482/154132023-07-10 21:30:00.091open accessoai:repositorio2.unb.br:10482/15413TGljZW5zZSBncmFudGVkIGJ5IEFsYcOtZGUgR29uw6dhbHZlcyBkb3MgU2FudG9zIChhbGFpZGVAdW5iLmJyKSBvbiAyMDE0LTA0LTAyVDEyOjMxOjU5WiAoR01UKToKCkEgY29uY2Vzc8OjbyBkYSBsaWNlbsOnYSBkZXN0ZSBpdGVtIHJlZmVyZS1zZSBhbyB0ZXJtbyBkZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGltcHJlc3NvIGFzc2luYWRvIA0KcGVsbyBhdXRvciBjb20gYXMgc2VndWludGVzIGNvbmRpw6fDtWVzOg0KDQpOYSBxdWFsaWRhZGUgZGUgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgZGEgcHVibGljYcOnw6NvLCBhdXRvcml6byBhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBkZSBCcmFzw61saWENCiBlIG8gSUJJQ1QgYSBkaXNwb25pYmlsaXphciBwb3IgbWVpbyBkb3Mgc2l0ZXMgd3d3LmJjZS51bmIuYnIsIHd3dy5pYmljdC5iciwNCiBodHRwOi8vaGVyY3VsZXMudnRscy5jb20vY2dpLWJpbi9uZGx0ZC9jaGFtZWxlb24/bG5nPXB0JnNraW49bmRsdGQgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIA0KZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIGRlIGFjb3JkbyBjb20gYSBMZWkgbsK6IDk2MTAvOTgsIG8gdGV4dG8gaW50ZWdyYWwgZGEgb2JyYSBkaXNwb25pYmlsaXphZGEsDQogY29uZm9ybWUgcGVybWlzc8O1ZXMgYXNzaW5hbGFkYXMsIHBhcmEgZmlucyBkZSBsZWl0dXJhLCBpbXByZXNzw6NvIGUvb3UgZG93bmxvYWQsIGEgdMOtdHVsbyBkZSANCmRpdnVsZ2HDp8OjbyBkYSBwcm9kdcOnw6NvIGNpZW50w61maWNhIGJyYXNpbGVpcmEsIGEgcGFydGlyIGRlc3RhIGRhdGEuBiblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestopendoar:2023-07-11T00:30Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.en.fl_str_mv O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim?
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Does the habit of using automobiles bear any relation to the bad public transport system?
title O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim?
spellingShingle O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim?
Cristo, Fábio de
Hábitos (Psicologia)
Trânsito urbano - aspectos psicológicos
title_short O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim?
title_full O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim?
title_fullStr O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim?
title_full_unstemmed O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim?
title_sort O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim?
author Cristo, Fábio de
author_facet Cristo, Fábio de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cristo, Fábio de
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Günther, Hartmut
contributor_str_mv Günther, Hartmut
dc.subject.keyword.en.fl_str_mv Hábitos (Psicologia)
Trânsito urbano - aspectos psicológicos
topic Hábitos (Psicologia)
Trânsito urbano - aspectos psicológicos
description Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, 2013.
publishDate 2013
dc.date.submitted.none.fl_str_mv 2013
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2014-04-02T16:07:49Z
dc.date.available.fl_str_mv 2014-04-02T16:07:49Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2014-04-02
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv CRISTO, Fábio de. O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim? 2013. 157 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unb.br/handle/10482/15413
identifier_str_mv CRISTO, Fábio de. O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim? 2013. 157 f., il. Tese (Doutorado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
url http://repositorio.unb.br/handle/10482/15413
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UnB
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Repositório Institucional da UnB
collection Repositório Institucional da UnB
bitstream.url.fl_str_mv http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/15413/1/2013_FabiodeCristo.pdf
http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/15413/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 012cf88ff5a216a384f2d049b5536829
e28a54592681fa2cadcc4b4d944899a4
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801864180064583680