O hábito alimentar dos morcegos (Mammalia, Chiroptera) e sua relação com a diversidade viral
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UnB |
Texto Completo: | http://repositorio.unb.br/handle/10482/22270 http://dx.doi.org/10.26512/2016.07.D.22270 |
Resumo: | Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Zoologia, 2016. |
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O hábito alimentar dos morcegos (Mammalia, Chiroptera) e sua relação com a diversidade viralRelação hospedeiro-parasitoMorcegos - parasitasMorcegos - hábitos alimentaresDissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Zoologia, 2016.Os morcegos são reconhecidos como hospedeiros de uma grande variedade de vírus. No entanto, a relação entre a presença dos vírus e o hábito de vida dos morcegos quase não é explorada. O presente trabalho teve como objetivo entender um pouco melhor esta relação. Para tanto foi realizado um levantamento bibliográfico, apresentado no primeiro capítulo, sobre em quais morcegos já foram identificados vírus e quais são esses vírus, em um panorama global. Foi possível constatar que existe um maior número de estudos nos continentes do Velho Mundo e que a maioria dos trabalhos sobre vírus em morcegos nas Américas e no Brasil é sobre o vírus da raiva. Vírus pertencentes a 16 famílias já haviam sido identificados em morcegos no continente americano, sendo que destas famílias, apenas oito haviam sido identificadas no Brasil. Foi possível constatar que a família de morcegos Phyllostomidae é a que possui mais dados sobre vírus tanto no Brasil como nas Américas, seguida da família Molossidae, no Brasil. Sabendo que a ordem Chiroptera possui uma das dietas mais diversificadas entre todos os mamíferos, elaborei um estudo no capítulo 2 a fim de verificar a hipótese de que o hábito alimentar de quatro espécies de morcegos exerce influencia sobre a sua diversidade viral, bem como a hipótese de que quanto mais especializada a dieta dos morcegos, menor será a diversidade de vírus presentes em seus intestinos. Para tanto foram capturados 15 indivíduos de cada uma das seguintes espécies: Artibeus lituratus (Phyllostomidae) - frugívoro, Glossophaga soricina (Phyllostomidae) - nectarívoro, Desmodus rotundus (Phyllostomidae) – hematófago e, Nyctinomops laticaudatus (Molossidae) – insetívoro, em pontos aleatórios do Distrito Federal, no domínio Cerrado do Planalto Central, nos anos de 2014 e 2015. Os animais foram eutanasiados e tiveram seus intestinos armazenados a -80 ˚C para posterior análise. As amostras passaram por um processo de enriquecimento viral e os ácidos nucleicos foram extraídos utilizando-se o Kit de extração Zymo ZR Virus DNA/RNA. O DNA foi a seguir amplificado com polimerase phi29 e sequenciado usando o Kit de preparação Nextera DNA Library na plataforma Illumina MiSeq. As sequencias obtidas (reads) foram processadas e montadas usando CLC Genomics Workbench v.6.0.3. Os contigs resultantes foram comparados com o banco de dados Viral RefSeq, utilizando o programa BLASTX. A hipótese de que a diversidade viral varia de acordo com o hábito alimentar dos morcegos foi confirmad, porém a hipótese de que quanto mais especializada a dieta, dos morcegos, menor a diversidade viral encontrada no intestino, foi refutada. A espécie N. laticaudatus apresentou a maior diversidade viral, provavelmente porque os vírus encontrados no intestino dos espécimes, derivam da maior diversidade de insetos predados. As espécies G. soricina e A. lituratus apresentaram a mesma diversidade, o que pode ser explicado pelo fato de as duas espécies eventualmente utilizarem como alimentos plantas e esporadicamente insetos. D. rotundus foi a espécie com a menor diversidade viral, devido a dieta ser bastante restrita, apenas sangue. Porém, nesta espécie foi encontrado o vírus da Anemia Infecciosa das Galinhas – CAV, aqui encontrado pela primeira vez em D. rotundus, indicando que a espécie está predando além de mamíferos, aves. No todo 54 novos vírus foram detectados nas quatro espécies de morcegos, reforçando que pouco se conhece sobre os vírus presentes em morcegos.Bats have been identified as a reservoir host of many viruses. However, the relationship between the presence of virus and bats trophic guild has been underexplored. The present study aimed to know this relationship better. To do this, I did a literature compilation in Chapter 1, showing which bats have already been identified as hosts of viruses and which viruses are these at a global scale. I found that most studies have been made in the Old World countries and that most of the studies on viruses in bats in the Americas and Brazil are about rabies virus. Viruses belonging to 16 families have already been identified in bats on the American continent, but only eight of these have been identified in Brazil. The bat family Phyllostomidae is the one with most data about viruses, followed by the Molossidae family, in Brazil. Knowing that the Chiroptera order has one of the most diversified diets of all mammals, I proposed a study, presented in Chapter 2, to verify the hypothesis that viral diversity is guided by the feeding habits of four bat species and the hypothesis that the more specialized the diet of the bats, the lower the viral diversity presente in their intestines. I captured 15 individuals of each of the following species: Artibeus lituratus (Phyllostomidae) - frugivorous, Glossophaga soricina (Phyllostomidae) - nectarivorous, Desmodus rotundus (Phyllostomidae) – sanguivorous e, Nyctinomops laticaudatus (Molossidae) – insectivorous, during the years of 2014 and 2015, in the Brazilian Cerrado (a savanna-like vegetation) areas in the Federal District. The captured bats were euthanized, and their intestines were stored at -80 ˚C until processing. After viral enrichment, nucleic acids were extracted using the Zymo ZR Virus DNA/RNA Extraction kit. The resulting DNA was amplified with a phi29 polymerase and sequenced using Nextera DNA Library Preparation Kit and Illumina MiSeq platform. The paired-ends readings (881,946) were quality-filtered, re-assembled using CLC Genomics Workbench v.6.0.3, and the resulting contigs were compared to the Viral RefSeq database using BLASTX. The hypothesis that viral diversity varies according to the eating habits of the bats was confirmed, but the hypothesis that the more specialized the diet of the bats, the lower the viral diversity present in their intestines, was disproved. N. laticaudatus species had the highest viral diversity, probably because the viruses found in the intestines of specimens reflect the diversity of insects predated by them. The species G. soricina and A. lituratus showed the same viral diversity, which can be explained by the fact that this two species feed on plants and sporadically in insects. D. rotundus was the species with the lowest viral diversity due to its restricted blood feeding habits. However, Chicken Anemia Virus – CAV was reported for the first time in D. rotundus, indicating that D. rotundus bats are preying on avian hosts, despite preying on mammals too. Finally, altogether, 54 new viruses have been detected in the four bat species on this study, stressing that little is known about viruses in bats.Aguiar, Ludmilla Moura de SouzaMelo, Fernando LucasTeixeira, Paula Galvão2017-01-27T17:21:15Z2017-01-27T17:21:15Z2017-01-272016-07-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfTEIXEIRA, Paula Galvão. O hábito alimentar dos morcegos (Mammalia, Chiroptera) e sua relação com a diversidade viral. 2016. 87 f., il. Dissertação (Mestrado em Zoologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.http://repositorio.unb.br/handle/10482/22270http://dx.doi.org/10.26512/2016.07.D.22270A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-07-14T18:16:47Zoai:repositorio.unb.br:10482/22270Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-07-14T18:16:47Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false |
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