Mulheres com deficiência : corporeidades e experiências com a dor no voleibol sentado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Maria Denise Dourado da
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: https://repositorio.unb.br/handle/10482/43658
Resumo: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Educação Física, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, 2022.
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spelling Mulheres com deficiência : corporeidades e experiências com a dor no voleibol sentadoCorporeidadeMulheres com deficiênciaDorVoleibol sentadoTese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Educação Física, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, 2022.A presente tese se insere no campo de estudos das práticas corporais e tem por objeto a compreensão das corporeidades de mulheres com deficiência praticantes de voleibol sentado, inscrevendo-se em um conjunto de pesquisas sobre a temática da corporeidade do Núcleo de Estudos do Corpo e Natureza da Universidade de Brasília. Justifica-se considerando que, como apontam estudos precedentes (KWOK, 2012; SILVA, 2013; KIUPPIS, 2018), a relação do corpo da pessoa com deficiência com as práticas corporais esportivas é apontada como fundamental, sobretudo por estimular sua ativa participação em busca de oportunidades e como forma de se recolocar no mundo, ao tempo em que contribui para deflagar seus processos de socialização ou interação social. Diante do objeto apresentado, nosso problema de pesquisa foi sistematizado na seguinte questão: quais são os sentidos e significados manifestados nas corporeidades das mulheres com deficiência, suas relações com a dor e como se constituem seus processos de interação social por intermédio da prática corporal voleibol sentado? O estudo teve como objetivo geral compreender os sentidos e significados atribuídos pelas mulheres com deficiência, atletas de voleibol sentado, às suas corporeidades. Especificamente, pretendeu-se: (a) descrever como se construiu, historicamente, a prática corporal voleibol sentado, considerando a dinamicidade das regras do jogo, suas propriedades como um sistema adaptativo complexo e a virada biográfica decorrente da inserção/participação de mulheres com deficiência ao se tornarem jogadoras dessa modalidade paradesportiva; (b) interpretar a corporeidade de mulheres praticantes de voleibol sentado acerca de seus corpos e potencialidades em relação às dimensões intersubjetivas e sociais, isto é, a relação consigo, com o outro e com o mundo, a partir da imagem corporal; e (c) identificar na experiência da corporeidade desse grupo de mulheres com deficiência sua relação com as sensações, particularmente com a dor. O aporte teórico foi delineado com base na perspectiva de autores como Le Breton (2012, 2013, 2013a), Csordas (2008), Ferreira (2013, 2017), Nóbrega (2019), Gonçalves (1994) e Shilling (2007), que são utilizados na análise de cada capítulo em razão do formato que se convenciou utilizar para esta tese. A pesquisa, com abordagem qualitativa, pautou-se pelo estudo de campo, realizado em uma associação voltada a pessoas com deficiências em Goiás, Brasil. O grupo investigado foi composto por nove mulheres, cujas deficiências atendiam a diferentes critérios, conquanto todas elas integrantes de uma equipe de voleibol sentado. Os procedimentos de pesquisa compreenderam a observação participante; relato de experiências; história de vida; questionário socioeconômico e entrevistas com roteiro flexível. A pesquisa foi realizada entre janeiro de 2020 e outubro de 2021. Em razão do contexto da pandemia decorrente da Covid-19, a investigação ocorreu de forma híbrida, sendo que parte da obtenção de informações se deu de forma presencial e parte ocorreu virtualmente, por meio de videoconferências, mensagens por correio eletrônico e uso de aplicativos de comunicação (WhatsApp, Instagram, Facebook, Messenger). O voleibol sentado é uma criação humana situada no tempo e no espaço, sendo modificada da atenção às necessidades fisioterapêuticas para uma modalidade paralímpica, com necessidade de aquisição de técnicas corporais que propiciam a atuação em um ambiente dinâmico em prol dos objetivos coletivos, promovendo uma virada ontológica na experiência das corporeidades dessas mulheres. Esses corpos com deficiência refutam as representações sociais estigmatizadoras a eles endereçadas e, por intermédio do voleibol sentado, passam a experimentar um divertido contraponto à lógica da incapacidade corporal. Essas corporeidades foram forjadas por sensações dolorosas (impostas e desejadas) em variadas circunstâncias e experiências. Concluímos que as corporeidades dessas mulheres são marcadas por aspectos multidimensionais e (re)definidas e ampliadas no dialético universo esportivo, apontando o aspecto paradoxal da dor como um objeto de reflexões e aprofundamentos em suas experiências como praticantes de voleibol sentado diante da singularidade e da potência criativa de seus corpos. Os sentidos e os significados desses corpos são produzidos em um fluxo contínuo mediante as experiências cotidianas com o esporte e seu entorno, com a dor e com os outros, como um fenômeno que se estabelece entre o individual e a esfera social e manifestado nas e pelas corporeidades de cada uma das participantes desta pesquisa.The present thesis is part of the field of studies of bodily practices and has as its object the understanding of the embodiments of women with disabilities who practice sitting volleyball, being part of a set of research on the theme of embodiment of the Núcleo de Estudos do Corpo e Natureza from the University of Brasilia. It is justified considering that, as previous studies point out (KWOK, 2012; SILVA, 2013; KIUPPIS, 2018), the relationship between the body of the person with a disability and physical sports practices is considered fundamental, mainly because it stimulates their active participation in search of opportunities and as a way of repositioning themselves in the world, while contributing to trigger their socialization or social interaction processes. In view of the presented object, our research problem was systematized in the following question: what are the senses and meanings manifested in the embodiments of women with disabilities, their relationships with pain and how their processes of social interaction are constituted through the body practice sitting volleyball? The study had as general objective to understand the senses and meanings attributed by women with disabilities, sitting volleyball athletes, to their embodiments. Specifically, it was intended to: (a) describe how the sitting volleyball body practice was historically constructed, considering the dynamics of the rules of the game, its properties as a complex adaptive system and the biographical turn resulting from the insertion/participation of women with disabilities by becoming players of this parasports modality; (b) interpret the embodiment of women who practice sitting volleyball about their bodies and potentialities in relation to intersubjective and social dimensions, that is, the relationship with themselves, with others and with the world, based on body image; and (c) identify in the experience of of this group of women with disabilities its relationship with sensations, particularly with pain. The theoretical contribution was designed based on the perspective of authors such as Le Breton (2012, 2013, 2013a), Csordas (2008), Ferreira (2013, 2017), Nóbrega (2019), Gonçalves (1994) and Shilling (2007), who are used in the analysis of each chapter due to the format agreed to be used for this thesis. The research, with a qualitative approach, was based on the field study, carried out in an association focused on people with disabilities in Goiás, Brazil. The investigated group consisted of nine women, whose disabilities met different criteria, although all of them were members of a sitting volleyball team. The research procedures comprised participant observation; report of experiences; life history, socioeconomic questionnaire and flexible script interviews. The research was carried out between January 2020 and October 2021. Due to the context of the pandemic resulting from Covid 19, the investigation took place in a hybrid way, with part of the obtaining of information taking place in person and part taking place virtually, through of videoconferences, messages by e-mail and use of communication applications (WhatsApp, Instagram, Facebook, Messeger). Sitting volleyball is a human creation situated in time and space, being modified from attention to physical therapy needs to a Paralympic modality, with the need to acquire body techniques that provide performance in a dynamic environment in favor of collective goals, promoting a turnaround ontological in the experience of the embodiment of these women. These bodies with disabilities refute the stigmatizing social representations addressed to them and, through sitting volleyball, begin to experience a fun counterpoint to the logic of bodily incapacity. These embodiments were forged by painful sensations (imposed and desired) in varied circumstances and experiences. We conclude that the embodiments of these women are marked by multidimensional aspects and (re)defined and expanded in the dialectical sports universe, pointing out the paradoxical aspect of pain as an object of reflection and deepening in their experiences as sitting volleyball practitioners in the face of singularity and creative power of their bodies. The senses and meanings of these bodies are produced in a continuous flow through everyday experiences with sport and its surroundings, with pain and with others, as a phenomenon that is established between the individual and the social sphere and manifested in and through corporeities of each of the participants of this research.Faculdade de Educação Física (FEF)Programa de Pós-Graduação em Educação FísicaAlmeida, Dulce Maria Filgueira deSilva, Maria Denise Dourado da2022-05-05T21:58:02Z2022-05-05T21:58:02Z2022-05-052022-02-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfSILVA, Maria Denise Dourado da. Mulheres com deficiência: corporeidades e experiências com a dor no voleibol sentado. 2022. 132 f., il. Tese (Doutorado em Educação Física) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.https://repositorio.unb.br/handle/10482/43658A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-02-08T19:50:02Zoai:repositorio.unb.br:10482/43658Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-02-08T19:50:02Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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