Privacidade e confidencialidade médica em redes sociais : os limites da publicidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vasconcélos, Viviane Ferreira de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: https://repositorio.unb.br/handle/10482/44210
Resumo: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Bioética, 2022.
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spelling Privacidade e confidencialidade médica em redes sociais : os limites da publicidadePrivacidadeConfidencialidadeMídia socialPublicidadeBioéticaDissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Bioética, 2022.As mídias sociais, que revolucionaram a comunicação e as relações pessoais, já transformam as práticas de saúde e são cada vez mais utilizadas como estratégia de marketing digital pelos profissionais. Como resultado da busca por maior publicidade, essas práticas põem em risco a privacidade e a confidencialidade, historicamente associadas à construção do vínculo e confiança nos cuidados em saúde. Tal tema, de especial preocupação bioética desde os seus primórdios, é aqui pautada a partir da leitura dos princípios enunciados pela Declaração Universal de Bioética e Direitos Humanos (DUBDH). Objetivo: Avaliar a relação entre a presença digital dos profissionais de saúde, mais especificamente médicos dermatologistas, e o respeito à privacidade e confidencialidade dos pacientes. Metodologia: Foram analisados 471 perfis públicos de médicos dermatologistas brasileiros, avaliando todas as suas “entradas” no feed do Instagram durante o período de 1 mês e nos stories por um período de 5 dias. Todos os registros de exposição foram avaliados em relação à forma como essa exposição ocorria. Resultados: 227 perfis (48,2%) continham registros de exposição de pacientes, com 154 (32,7%) apresentando mais de um registro. O número de perfis que apresentavam registros de exposição em suas publicações no feed foi de 93 (19,7%) enquanto 189 perfis (39,9%) o fizeram nos stories. Dos registros de exposição, 198 (98%) e 578 (86,4%), realizados na modalidade feed e stories respectivamente, evidenciavam alguma parte do corpo e/ou rosto de pacientes, sendo que 102 (52%) dos registros do feed e 259 (38,7%) dos registros dos stories mostravam o rosto completamente. Apenas 13 registros do feed (6,6%) e 86 dos stories (12,9%) utilizaram recursos de edições de imagem para tentar proteger a identidade do indivíduo. Foi possível conhecer algum dado da história clínica, diagnóstico ou procedimento realizado por 111 (56,6%) dos indivíduos no feed e 468 (70%) nos stories. O profissional realizou a identificação por meio da exposição do nome de 40 pacientes (20,4%) no feed e 227 (33,9%) nos stories. Apenas dois registros de exposição traziam relato de autorização do paciente para postagem no feed. Conclusão: Mais da metade dos dermatologistas expuseram seus pacientes digitalmente, com um percentual maior realizando isso nos stories, mostrando como a efemeridade pode trazer uma irreal sensação de privacidade ou ainda ser uma ferramenta para burlar a fiscalização sobre suas ações. Essas não parecem ser ocorrências eventuais, devido a uma elevada taxa de reexposições, o que implica em um maior risco à privacidade e à confidencialidade. Essa erosão da privacidade é significativa uma vez que tal prerrogativa se relaciona intimamente com a liberdade individual e a capacidade humana de se interrelacionar social e politicamente. Os resultados do estudo evidenciam a necessidade de maior reflexão e discussão bioética sobre a importância da privacidade e confidencialidade para o indivíduo e sociedade e nas relações em saúde. Os princípios da DUBDH podem servir de guia para que os profissionais reflitam sobre sua presença digital.Social media, which revolutionized communication and personal relationships, are already transforming health practices and are increasingly used as a digital marketing strategy by professionals. As a result of the search for greater publicity, these practices jeopardize privacy and confidentiality, historically associated with bond building and trust in health care. This theme, which has special reading of bioethical attention since its beginnings, is guided here from principles and statements by the Universal Declaration of Bioethics and Human Rights (UDBHR). Objective: To assess the relationship between the digital presence of health professionals, more specifically dermatologists, and respect for patient privacy and confidentiality. Methodology: 471 public profiles of Brazilian dermatologists were analyzed, evaluating all their “entries” in the Instagram feed during the period of 1 month and in the stories for a period of 5 days. All exposure records were further evaluated in relation to how this exposure occurred. Results: 227 profiles (48.2%) contained patient exposure records, with 154 (32.7%) having more than one record. The number of profiles that had exposure records in in their Instagram feed posts was 93 (19.7%) while 189 profiles (39.9%) had it in their stories post. Of the exposure records, 198 (98%) and 578 (86.4%), performed in the feed and stories modality, respectively, showed some part of the body and/or face of patients, with 102 (52%) of the feed records and 259 (38.7%) of the story records showed the full face. Only 13 feed records (6.6%) and 86 stories (12.9%) used image editing features to try to protect the individual's identity. It was possible to know some data from the clinical history, diagnosis or procedure performed by 111 (56.6%) of the individuals in the feed and 468 (70%) in the stories. The professional performed the identification by exposing the name of 40 patients (20.4%) in the feed and 227 (33.9%) in the stories. Only two exposure records had a patient authorization report for posting in the feed. Conclusion: More than half of dermatologists exposed their patients digitally, with a higher percentage doing so in stories, showing how ephemerality can bring an unreal sense of privacy or even be a tool to evade supervision over their actions. These do not appear to be occasional occurrences, due to a high rate of re-exposures, which implies a greater risk to privacy and confidentiality. This erosion of privacy is significant since such the prerogative is intimately related to individual freedom and the human capacity to interrelate socially and politically. The results of the study show the needed of greater bioethical reflection and discussion on the importance of privacy and confidentiality for the individual and society and in health relationships. The UDBHR principles can guide medical professionals to a reflective digital presence.Faculdade de Ciências da Saúde (FS)Programa de Pós-Graduação em BioéticaVasconcélos, Viviane Ferreira devivianereumato@gmail.comVasconcélos, Viviane Ferreira de2022-07-12T20:01:42Z2022-07-12T20:01:42Z2022-07-122022-04-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfVASCONCÉLOS, Viviane Ferreira de. Privacidade e confidencialidade médica em redes sociais: os limites da publicidade. 2022. 119 f., il. Dissertação (Mestrado em Bioética) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.https://repositorio.unb.br/handle/10482/44210info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-01-26T16:12:47Zoai:repositorio.unb.br:10482/44210Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-01-26T16:12:47Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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