A infância espetacular sem criança e a criança sem infância espetacular

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Peraci, Elisângela Moreira
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/4091
Resumo: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, 2009.
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spelling A infância espetacular sem criança e a criança sem infância espetacularEducação de criançasCrianças - desenvolvimentoDissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, 2009.A instituição escolar tornou-se central na sociedade contemporânea e adotou o modelo das organizações econômicas do mundo capitalista, cujo caráter é puramente mercantil. Nesse sistema organizacional monocêntrico, imperam o espaço econômico e a dimensão de tempo serial. Esse espaço-tempo comporta uma visão teleológica de mundo e uma concepção funcional da razão, de caráter utilitário, que descreve o ordenamento das pessoas no nível pessoal ou social. Como reflexo desse enfoque, tem-se o espetáculo e a mercantilização do conhecimento bem como o espetáculo da infância. Considerando a escola como uma organização mercantil em que prevalece a idéia de tempo serial é possível admitir que as concepções de infância e de desenvolvimento infantil assumem um caráter linear e cronológico. Portanto, pode-se pensar que quanto mais escolarizada for uma coletividade, mais forte será a tendência a atribuir à infância e ao desenvolvimento o sentido da vida adulta. Em vista de tais argumentos, buscou-se examinar se as concepções de infância e de desenvolvimento infantil guardam relação com o grau de importância e penetração da escola na vida de uma comunidade. O sistema social e temporal hegemônico em nossa sociedade não é o único; outros sistemas coexistem com a economia e com o tempo serial, como a isonomia, cujo tempo característico é o convivial, e a fenonomia, com seu tempo de salto. Num sistema paraeconômico, os três tempos e os três espaços atuam simultaneamente na vida das pessoas. Foi esse sistema paraeconômico que encontramos em comunidades tradicionais do interior do Maranhão, cuja atividade principal é a quebra do coco babaçu e a agricultura. Nessas comunidades, a escola não é central na vida das pessoas. Os pais reconhecem a importância do conhecimento escolar, mas ele não define o lugar das pessoas e o futuro das crianças. Além disso, os pais não dissociam o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. Na criação de cada filho, a concepção que os conduz contém idéias de autonomia e de responsabilidade da criança, seja com ela mesma ou com os demais. E isso acontece quando a criança convive com os pais na atividade do trabalho. _________________________________________________________________________________________ ABSTRACTIn the contemporary society school became a central institution and has adopted the capitalist model of economical organizations, which is fundamentally mercantile. In this monocentric system of organization, there is a primacy of economical space and serial time which contains a teleological vision and a functional conception of reason, as an utilitarian tool that describes the ordered arrangement of people personally or socially. As a result of this conception, knowledge turns out to be a spectacle to be seen and a merchandise, as well as childhood. Assuming that school is a mercantile organization where the idea of serial time prevails, it is possible to admit that the conceptions of childhood and child development have a linear and chronologic characterization. Therefore, it is possible to believe that the stronger the influence the school has on people’s life in a community, the more the conception of childhood and child development will be directed towards adult’s life. Hence, the present work aimed to verify if childhood and child development conceptions are related to the intensity and force of influence of school in the way of life of people in a community. The current social and temporal system that is hegemonic in our society is not unique; there are others systems that coexist with it, such as the isonomy space, which is characterized by convivial time, and fenonomy space, characterized by a non-continuous time. In a paraeconomic system, the three times and three spaces play a role simultaneously in people’s life. This paraeconomic system was the one we found in traditional communities in the country side of Maranhão, where the main economic activity is agriculture and manual handling of babaçu coconut. In those communities, school does not play a central role in people’s life. Parents recognize the importance of school knowledge, but they do not agree that this knowledge defines or drives the social place of people and the future of their children. Moreover, parents do not separate child’s development from child’s learning. When raising their children, they are guided by the idea of promoting the autonomy and responsibility of the child with himself/herself and with others. For them, the work activity is a way of achieving this.Faculdade de Educação (FE)Programa de Pós-Graduação em EducaçãoTunes, ElizabethPeraci, Elisângela Moreira2010-04-06T20:47:17Z2010-04-06T20:47:17Z2010-04-062009info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfPERACI, Elisângela Moreira. A infância espetacular sem criança e a criança sem infância espetacular. 2009. 161 f. Dissertação (Mestrado em Educação)-Universidade de Brasília, Brasília, 2009.http://repositorio.unb.br/handle/10482/4091info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-02-29T12:43:16Zoai:repositorio.unb.br:10482/4091Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-02-29T12:43:16Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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