“Na minha casa mando eu” : Mães de santo, comunidades de terreiro e Estado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UnB |
Texto Completo: | http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/47221 |
Resumo: | Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, 2019. |
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“Na minha casa mando eu” : Mães de santo, comunidades de terreiro e EstadoMãe de santoCandombléTerreirosInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Brasil)Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, 2019.Objetiva-se com esta tese mostrar como o Estado brasileiro, por intermédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), é significado a partir da percepção de mães de santo do Candomblé. Para tanto, foi realizado um longo recorrido histórico pela formação da afrorreligiosidade no Brasil, desde a chegada dos primeiros africanos escravizados e estruturação dos primeiros Calundus coloniais, que iniciaram sincretismos ameríndios e, forçadamente, católicos. O violento período escravista brasileiro e a necessidade de atualização de tradições para a continuidade da afrorreligiosidade no país fortaleceram a importância das mães de santo, que foram historicamente as líderes deste processo, bem como levaram ao nascimento do Candomblé e demais religiões afrobrasileiras. Mães de santo se tornaram, ademais, importantes líderes comunitárias, ocupando um papel social de destaque com seus Candomblés nas periferias urbanas já entre os séculos XIX e XX, e no início do colonial/moderno XXI. O IPHAN, por sua vez, lidera um processo constante de (re)invenção do Brasil, por meio de tombamentos e registros patrimoniais, em que a afrorreligiosidade só recente e marginalmente foi incluída. A partir de pesquisa de campo e ampla revisão bibliográfica, na percepção das mães de santo, observa-se que o não tombamento de terreiros não é um problema. Pelo contrário, grosso modo, o acautelamento dos terreiros interfere em sua autonomia e limita a dinâmica da tradição da casa o IPHAN, em geral, é significado como organização antagônica, assim como o Estado. O tombamento do terreiro será ainda mais rechaçado quando complica o processo de herança por parte da família de sangue da mãe de santo. Todavia, pode ser buscado por comunidades de terreiro quando é considerado instrumento para a proteção fundiária do imóvel, ou quando entendido como vitória política da luta por direitos do Movimento Social Afrorreligioso. Mães de santo insistem, no limite, seguir exercendo sua afrorreligiosidade tradição, crença, modo de vida, inteligência, etc. e, para isto, leem seu contexto e atualizam as vivências em suas comunidades.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).The goal of this thesis is to show how the National Institute of Historic and Artistic Heritage (IPHAN) is signified in the perception of the mothers of the saint of Candomblé. To do so, it makes a long historical journey through the formation of the Afro-religiosity in Brazil, since the arrival of the first enslaved Africans and the structuring of the first colonial Calundus, who had Amerindian and Catholic (forced) syncretism. The violent Brazilian slave period and the need to update traditions for the continuity of the Afro-religiosity in this country have strengthened the importance of the mothers of the saint, who were historically the leaders of this process, as well as led to the birth of Candomblé and other Afro-Brazilian religions. Mothers of saints have also become important community leaders, occupying a prominent social role with their Candomblés in the urban peripheries already between the nineteenth and twentieth centuries, and in this beginning of the colonial/modern twenty-first century. IPHAN, on the other hand, leads a constant process of (re)invention of Brazil, through the protection of heritage buildings and the register of immaterial culture, in which Afro-religiosity was only recently and marginally included. It is observed through field research and extensive bibliographical review that, in summary, in the perception of the mothers of saint, the non-protection by IPHAN of their temples (terreiros) is generally not a problem. On the contrary, the safeguard of the terreiros interferes in the autonomy of the mother and limits the dynamics of the tradition of the house the IPHAN is signified as a rival organization, as is the State. The safeguard of the terreiro will be even more rejected when complicating the process of inheritance by the blood family of the mother of saint. However, it can be searched by Candomblé communities when it is seen as a means for the protection of land, or when understood as a political victory of the struggle for rights of the Afro-religious Social Movement. Mothers of saint seek, overall, to continue exercising their Afro-religiosity tradition, belief, way of life, intelligence etc. and for this they read their context and update their traditions. In addition to the Afro-religious tradition itself in Brazil, it is the exercise of this experiential intelligence that is the characteristic feature of the mothers of the saint.El objetivo de esta tesis es mostrar cómo el Instituto Nacional de Patrimonio Histórico (IPHAN) es significado a partir de la percepción de las madres de santo del Candomblé. Para ello, se realizó un largo recorrido histórico por la formación de la afro religiosidad en Brasil, desde la llegada de los primeros africanos esclavizados y estructuración de los primeros Calundus coloniales, que tenían sincretismos amerindios y católicos (forzados). El violento período esclavista brasileño y más, la necesidad de actualización de tradiciones para la continuidad de la afro religiosidad en este país, fortalecieron la importancia de las madres de santo, que fueron históricamente las líderes de este proceso, así como llevaron al nacimiento del Candomblé y demás religiones afrobrasileñas. Las madres de santo se convirtieron, además, importantes líderes comunitarias ocupando un rol social destacado con sus Candomblés en las periferias urbanas ya entre los siglos XIX y XX, y en este inicio del colonial/moderno XXI. El IPHAN, por su parte, lidera un proceso de constante (re)invención de Brasil, por medio de salvaguardias y registros patrimoniales, en que la afro religiosidad sólo reciente y marginalmente fue incluida. Se observa a partir de investigación de campo y amplia revisión bibliográfica que, en síntesis, en la percepción de las madres de santo, la no salvaguardia de sus templos (terreiros) en general no es un problema. Por el contrario, la protección de los terreiros por el IPHAN interfiere en su autonomía y limita la dinámica de la tradición de la casa el IPHAN es significado cómo una organización rival, así como el Estado. La salvaguardia de los terreiros será aún más rechazada cuando complicar el proceso de herencia por parte de la familia de sangre de la madre de santo. Sin embargo, puede ser buscado por comunidades de terreiro cuando vista como medio para la protección legal del inmueble o cómo una victoria de la lucha política por derechos del Movimiento Social Afro Religioso. Las madres de santo buscan, en el límite, seguir ejerciendo su afro religiosidad tradición, creencia, modo de vida, inteligencia, etc. y, para ello, leen su contexto y actualizan sus tradiciones. Además de la propia tradición afrorreligiosa en Brasil, es el ejercicio de esta inteligencia vivencial el gran rasgo característico de las madres de santo.Cette thèse a pour objectif de montrer comment l'État brésilien, à travers l'Institut National du Patrimoine Historique et Artistique (IPHAN), est représenté par la perception des mèresde- saints du Candomblés. À cette fin, un long cours historique a été fait pour la formation de la religiosité afro au Brésil, à partir de esclavage et de la structuration des premier Calundus coloniales, avec du syncrétisme amérindien et catholique (forcé). La violente période esclavagiste brésilienne et la nécessité d'actualiser les traditions pour la continuité de la religiosité afro dans le pays ont renforcé l'importance des mères-de-saint, qui ont été historiquement les leaders de ce processus, et ont également conduit à la naissance du Candomblé et d'autres religions afro-brésiliennes. Les mères-de-saints sont également devenues des leaders communautaires importants, occupant un rôle social important avec leurs Candomblés dans les périphéries urbaines déjà e part, mène un processus constant de (ré)invention du Brésil, à travers la protection des bâtiments du patrimoine et le registre de la culture immatérielle, dans lesquels la religiosité afro Des recherches sur le terrain et une revue bibliographique approfondie sur la perception des mères-de-saints ont montré que le non-protection des maisons/temples afro-religieux (terreiros) contraire, en synthèse, la protection des terreiros s'immisce dans son autonomie et limite la dynamique de la tradition de la maison l'IPHAN, en général, se veut une organisation antagoniste, à l'instar de l'État. La protection du bâtiments du terreiro sera encore plus rejeté lorsqu'il compliquera le processus d'héritage par la famille de sang de la mère de santo. Cependant, il peut être recherché par les communautés terreiro lorsqu'il est considéré comme un instrument de protection du bien ou lorsqu'il est compris comme une victoire politique de la lutte pour les droits du Mouvement Social Afro-Religieux. Les mères-de-saints insistent, à la limite, pour continuer à exercer leur religiosité afro tradition, croyance, mode de vie, intelligence, etc. et pour cela, elles lisent leur contexte et mettent à jour les expériences de leurs communautés.Instituto de Ciências Sociais (ICS)Departamento de Sociologia (ICS SOL)Programa de Pós-Graduação em SociologiaAlmeida, Tânia Mara Campos deNogueira, Guilherme Dantas2024-01-11T21:07:47Z2024-01-11T21:07:47Z2024-01-112019-03-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfNOGUEIRA, Guilherme Dantas. “Na minha casa mando eu”: Mães de santo, comunidades de terreiro e Estado. 2019. 287 f., il. 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