Representações sociais da loucura e práticas sociais : o desafio cotidiano da desinstitucionalização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pacheco, Juliana Garcia
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/10194
Resumo: Tese (doutorado)-Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, 2011.
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spelling Representações sociais da loucura e práticas sociais : o desafio cotidiano da desinstitucionalizaçãoPolítica de saúde mentalLoucuraIdentidade socialTese (doutorado)-Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, 2011.A Reforma Psiquiátrica no Brasil consiste na reorientação do modelo de atenção à saúde mental, com a substituição do modelo hospitalocêntrico pelo modelo de desinstitucionalização. Apesar dos avanços na legislação e incremento da rede de serviços substitutivos, vivemos ainda a transição dos dois modelos, implicando na tensão entre o novo e o tradicional, relativos às representações sociais (RS) da loucura e às práticas sociais (PS) dirigidas aos sujeitos em processo de desinstitucionalização. Este estudo objetiva investigar as relações entre RS da loucura e práticas sociais em dois contextos resultantes de uma tentativa de implementação da Reforma Psiquiátrica no DF: a Enfermaria psiquiátrica do Instituto de Saúde Mental (ISM) e o Programa Vida em Casa (PVC). Tratam-se de dois contextos, originados no fechamento de um hospital psiquiátrico do DF, que se desenvolveram com características distintas. Foram realizados dois estudos empíricos. No Estudo 1, realizado na Enfermaria Psiquiátrica do ISM, foram entrevistados oito técnicos de enfermagem que mantinham contato direto com pacientes ex-moradores do hospital psiquiátrico. Neste contexto, nos deparamos com a manutenção do manicômio, representada pela lógica hospitalar, pela supremacia das ações procedimentais. Os afetos construídos e as surpresas do cotidiano relativas aos pacientes não foram suficientes para transformar aquele ambiente, onde a lógica manicomial permaneceu praticamente intacta. Recrudesceram-se as representações arcaicas da loucura e ficaram bem visíveis os processos de construção de alteridade, “entre loucos” e “não loucos”. O Estudo 2, realizado no Programa Vida em Casa teve a duração de um ano, quando foram feitas observações participantes, pesquisa documental e entrevistas aprofundadas com três grupos de atores que convivem no programa: profissionais, familiares e usuários. A imposição de novas práticas na forma das visitas domiciliares, sustentadas pelo ideal da desinstitucionalização, permitiu uma aproximação maior entre os grupos, revelando a necessidade de inventar novas formas de lidar com a loucura e com realidade do cuidado para além dos muros institucionais. Neste estudo evidenciaram-se as tensões entre o novo e o tradicional, tanto no nível das práticas como das representações sociais da loucura. Tensões que apontam para transformações que acontecem na dinâmica estabelecida entre os atores do programa, evidenciando que o modelo psicossocial é uma construção coletiva, sem respostas prontas, com desejos e práticas a serem experimentados. ________________________________________________________________________________________ ABSTRACTThe psychiatric reform in Brazil consists of the reorientation of the mental health attention model, with the substitution of the hospital centered model by the deinstitutionalized model. In spite of the developments in legislation, and the increase of substitute service networks, we still live in the transition of both models, implying in a tension between the new and the traditional, relative to social representations (SR) of madness and the social practices (SP) directed at characters involved in the process of deinstitutionalization. This study focuses in the investigation of the relationship between SR of madness and SP in two contexts that resulted from a tentative to implement the Psychiatric Reform in the Federal District (D.F.): The Psychiatric Infirmary of the Mental Health Institute (ISM), and the Life In-house Program (PVC). These contexts developed with distinct characteristics at the time of the closing of a psychiatric hospital in the Federal District. Two empirical studies were produced. On the first one, done at the Infirmary of the ISM, eight technicians who had maintained direct contact with resident patients of the hospital, were interviewed. In this context, we were faced with the maintenance of an asylum, represented by the hospital logic, and by the supremacy of action procedures. The relationships developed, and the daily discoveries related to the patients were not sufficient to transform that environment, where the asylum logic remained practically untouched. The archaic representations of madness were aggravated, and the alterity of construction processes were visible “between the mad ones, and the not mad.” The second study, produced within the Life in-House Program, lasted about a year, involving participant observations, research logs, and detailed interviews with three participant groups: the health care professionals, family members, and the beneficiaries. The imposition of new practices in the form of house visits, supported by the deinstitutionalization ideal, allowed for a greater approximation between these groups, revealing the need to invent new forms of dealing with madness, and to go beyond the institutional walls to address the health care reality. The tensions between new and traditional ways, both at the practical level and the social representations of madness, were evident in this study. They point to the transformations that happen in the dynamics established between participants of the program, evidencing that the psychosocial model is a collective construction without ready answers, and with desires and practices to be experienced.Almeida, Angela Maria de OliveiraPacheco, Juliana Garcia2012-04-02T15:41:56Z2012-04-02T15:41:56Z2012-04-022011-11-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfPACHECO, Juliana Garcia. Representações sociais da loucura e práticas sociais: o desafio cotidiano da desinstitucionalização. 2011. 392 f.,il. Tese (Doutorado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações)-Universidade de Brasília, Brasília, 2011.http://repositorio.unb.br/handle/10482/10194info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-07-11T00:29:59Zoai:repositorio.unb.br:10482/10194Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-07-11T00:29:59Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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