Modelo de evolução pedogeomorfológica da Serra da Canastra, MG

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vasconcelos, Vinicius
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Martins, Éder de Souza, Carvalho Júnior, Osmar Abílio de, Marques Junior, José, Siqueira, Diego Silva, Couto Júnior, Antônio Felipe, Guimarães, Renato Fontes, Gomes, Roberto Arnaldo Trancoso, Reatto, Adriana
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/15962
Resumo: A gibbsita e as formas de ferro em solos tropicais são preferencialmente controladas pela posição na paisagem e variação das condições hídricas ao longo das pedossequências. Normalmente, em escala regional, a gibbsita aumenta com a elevação do terreno e a idade da superfície, enquanto que, na escala local, decresce do topo para a base das vertentes. A razão entre o ferro oxalato e o ferro ditionito (Feo/Fed) em condições oxidantes e bem drenadas tendem a ser baixas (< 0,05), como no caso dos Latossolos. Por outro lado, razões mais elevadas (entre 0,5 e 1) caracterizam ambientes submetidos a condições redutoras, que indicam a dissolução de óxidos de ferro cristalinos e sua precipitação em formas menos estáveis. A razão entre o ferro ditionito e o ferro total (Fed/Fe2O3) é um indicativo do estágio de intemperismo do solo. Razões de Fed/Fe2O3> 0,8 são geralmente observadas em Latossolos. O comportamento destes parâmetros na paisagem é decorrente do processo evolutivo das catenas. Este trabalho tem como objetivo descrever uma pedossequência na Serra da Canastra, caracterizada por uma polaridade inversa da gibbsita e razões de Fed/Fe2O3eFeo/Fed próprias de um ambiente redutor. A pedossequência possui Latossolo no topo e Gleissolo na base. Entre a alta e média vertentes ocorrem solos desenvolvidos in situ, com uma sequência apresentando Latossolo a montante e Cambissolo a jusante. Na baixa vertente, ocorrem solos desenvolvidos sobre rampas de colúvio, mostrando a sequência Latossolo- Gleissolo para jusante. Foram coletadas amostras dos horizontes diagnósticos em 10 trincheiras ao longo de uma pedossequência. As amostras foram submetidas às seguintes análises: ferro extraído com ditionito-citrato-bicarbonato (Fed) e oxalato de amônio (Feo), análise termogravimétrica para quantifi cação direta de gibbsita e caulinita e susceptibilidade magnética. O conjunto de dados foi processado por análise multivariada: Análise de Componentes Principais (ACP) e Análise de Grupos (AG). Observou-se que os solos mostram uma evolução lateral de transformação de Latossolos em Gleissolos, de forma progressiva e descontinuada na paisagem. O limite superior da vertente onde ocorrem depósitos coluvionares é marcado pela variação da susceptibilidade magnética, textura e cor do solo. As análises multivariadas (ACP e AG) e os estudos de campo indicam que a pedossequência é derivada de sucessivos solapamentos provocados por erosão subsuperfi cial e deposição de colúvio, com avanço de ambientes hidromórfi cos nestas porções relativamente rebaixadas da paisagem. _________________________________________________________________________________ ABSTRACT
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Razões de Fed/Fe2O3> 0,8 são geralmente observadas em Latossolos. O comportamento destes parâmetros na paisagem é decorrente do processo evolutivo das catenas. Este trabalho tem como objetivo descrever uma pedossequência na Serra da Canastra, caracterizada por uma polaridade inversa da gibbsita e razões de Fed/Fe2O3eFeo/Fed próprias de um ambiente redutor. A pedossequência possui Latossolo no topo e Gleissolo na base. Entre a alta e média vertentes ocorrem solos desenvolvidos in situ, com uma sequência apresentando Latossolo a montante e Cambissolo a jusante. Na baixa vertente, ocorrem solos desenvolvidos sobre rampas de colúvio, mostrando a sequência Latossolo- Gleissolo para jusante. Foram coletadas amostras dos horizontes diagnósticos em 10 trincheiras ao longo de uma pedossequência. 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As análises multivariadas (ACP e AG) e os estudos de campo indicam que a pedossequência é derivada de sucessivos solapamentos provocados por erosão subsuperfi cial e deposição de colúvio, com avanço de ambientes hidromórfi cos nestas porções relativamente rebaixadas da paisagem. _________________________________________________________________________________ ABSTRACTThe gibbsite and iron compounds in tropical soils are controlled by landscape position and variation of hydric conditions along the pedosequences. Typically, in the regional scale the gibbsite ratio decrease with increasing elevation and surface age, while in the local scale the ratio decrease from top to base in a pedosequence. The ratio of oxalate iron and dithionite iron (Feo/Fed) under oxidizing conditions and well-drained tend to be low (<0.05), as in Oxisols. On other hand, higher ratios (between 0.5 and 1) characterized environments with reduction conditions, indicating the dissolution of crystalline iron forms and its precipitation on less stable forms. The ratio between dithionite iron and the total iron, (Fed/Fe2O3) is indicative of the stage of the soil weathering. Fed/Fe2O3 ratios > 0.8 are observed in Oxisols, generally. The behavior of these parameters in the landscape is the result of the evolutionary process of catenas. This paper aims to describe a pedosequence in Serra da Canastra, characterized by an opposite polarity of gibbsite and iron forms that indicate a reducing environment. This pedosequence has Oxisol in the top and Gleysol on the base. Samples were collected of the soil diagnostic horizon in 10 trenches. The samples were submitted the following procedures: geochemical analyses (major elements), iron extractable with dithionite-citratebicarbonate (Fed) and ammonium oxalate (Feo), thermogravimetric analysis for gibbsite and kaolinite direct quantifi cation and magnetic susceptibility. The data set was processed by multivariate analysis: Principal Component Analysis and Cluster Analysis. Soil transformation through upstream water saturation occurs gradually and discontinued in the landscape. The upper limit of colluvial deposits is marked by magnetic susceptibility, texture and color variation. Principal Components Analysis and Cluster Analysis show physical, chemical and mineralogical trends in the pedosequence. The analyses indicate that the pedosequence is derived of successive sinks and colluviums and the advancement of these hydromorphic environments to the hollows portions of the landscape.União da Geomorfologia Brasileira2014-07-23T15:16:20Z2014-07-23T15:16:20Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfVASCONCELOS, Vinicius et al. Modelo de evolução pedogeomorfológica da serra da Canastra, MG. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 14, n.2, p. 197-212, 2013. Disponível em: <http://www.lsie.unb.br/rbg/index.php/rbg/article/view/379/330>. Acesso em: 23 maio 2014.http://repositorio.unb.br/handle/10482/15962Revista Brasileira de Geomorfologia - Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons (Attribution 3.0 Unported (CC BY 3.0)). Fonte: http://www.lsie.unb.br/rbg/index.php/rbg/article/view/379/330. Acesso em: 23 maio 2014.info:eu-repo/semantics/openAccessVasconcelos, ViniciusMartins, Éder de SouzaCarvalho Júnior, Osmar Abílio deMarques Junior, JoséSiqueira, Diego SilvaCouto Júnior, Antônio FelipeGuimarães, Renato FontesGomes, Roberto Arnaldo TrancosoReatto, Adrianaporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-05-27T00:32:52Zoai:repositorio.unb.br:10482/15962Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-05-27T00:32:52Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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