No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, Eduardo Soares
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/10332
Resumo: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2012.
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spelling No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO)Índios Karajá - Goiás (Estado)Índios da América do Sul - Goiás (Estado) - vida e costumes sociaisRelações étnicasDissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, 2012.Buridina é uma pequena aldeia Karajá incrustada no centro da turística cidade de Aruanã (GO). Os moradores dessa aldeia têm um longo histórico de relações com os brancos e, desde a década de 1970, casam-se com eles. Falando não apenas dos filhos resultantes desses casamentos, mas também dos índios puros, eu defino esses indígenas como pessoas misturadas, pessoas internamente repartidas entre uma “metade inỹ” (Karajá) e uma “metade tori”. A mistura é a forma indígena da relação entre os pontos de vista indígena e não-indígena. Ela não pode ser representada por uma equação do tipo A + B = C, mas sim por uma do tipo A(/b) + (a/)B = A/B. O resultado de “se misturar” com os brancos não é um terceiro tipo de povo, mestiço, mas uma comunidade inỹ composta de pessoas misturadas. Nessa dissertação elaboro a idéia da mistura e tento etnografar os mecanismos por meio dos quais esses Karajá logram produzi-la cotidianamente. Investindo sobre as relações entre os índios e destes com os brancos, mostro como a vida desses Inỹ – sua comunidade e suas pessoas – é produzida pela coexistência dos movimentos de aparentamento e alteração. Para se ser uma pessoa misturada, é preciso fazer esses dois movimentos “ao mesmo tempo”, “virar índio” e “virar branco”. “Ao mesmo tempo” entre aspas, pois, se eles coexistem, apenas um pode ser ativado a cada momento. Na parte final, faço uma reflexão sobre o lugar dos não-indígenas no processo de auto-constituição desse coletivo Karajá e sobre os problemas do “virar branco”. ______________________________________________________________________________ ABSTRACTBuridina is a small Karajá village located in the very center of the touristic city of Aruanã (Goiás, Brazil). The inhabitants of this village have a long history of interaction with the whites, and since the 1970’s they marry with them. Dealing not only with the children resulting of this interethnic marriages but also with the índios puros [“pure Indians”], I define this Indians as mixed persons, persons internally divided between an Inỹ, indigenous half and a tori, non-indigenous half. Mixture [mistura] is the indigenous form of the relation between Karajá’s and white’s points of view. It cannot be represented by an equation of the type A + B = C, but only by another one of the type A(/b) + (a/)B = A/B. The result of ‘mixing’ with the whites is not a third kind of people, mestiço, but an Inỹ community composed of mixed persons. In this dissertation, I explore this idea of mixture trying to make an ethnographic description of the mechanisms by which these Karajá manage to produce it in a daily basis. Focusing on the relations between the Indians and between them and the whites I show how the life of these Inỹ – their community and their persons – is produced by the coexistence of the movements of kin-becoming and other-becoming. To be a mixed person it is necessary to perform this two movements ‘at one and the same time’, to ‘became Inỹ’ and to ‘become tori’. ‘At one and the same time’ quoted because, although they coexist, only one may be performed at each time. In the final chapter, I make some comments on the place the whites play on the self-constitution process of this Karajá group and equally on the problems of the white-becoming.Souza, Marcela Stockler Coelho deNunes, Eduardo Soares2012-04-26T13:09:26Z2012-04-26T13:09:26Z2012-04-262012-02-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfNUNES, Eduardo Soares. No asfalto não se pesca : parentesco, mistura e transformação entre os Karajá de Buridina (Aruanã-GO). 2012. iv, 425 f., il. Dissertação(Mestrado em Antropologia Social)-Universidade de Brasília, Brasília, 2012.http://repositorio.unb.br/handle/10482/10332info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-07-14T18:19:49Zoai:repositorio.unb.br:10482/10332Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-07-14T18:19:49Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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