Religiosidade e espiritualidade em oncologia : um estudo sobre as concepções de profissionais de saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gobatto, Caroline Amado
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/10720
Resumo: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, 2012.
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Sendo assim, realizou-se uma pesquisa exploratória com o objetivo de conhecer as concepções de profissionais de saúde da área oncológica acerca da associação entre saúde, religiosidade e espiritualidade. Na primeira etapa, participaram 85 profissionais da saúde, das seguintes categorias: assistente social (n = 1); biólogo (n = 1); enfermeiros (n = 2); fisioterapeutas (n = 3); fonoaudiólogos (n = 2); médicos (n = 17); nutricionistas (n = 16); odontólogo (n = 1), psicólogos (n = 40); psico-oncologista (n = 1); técnico de enfermagem (n = 1). Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se um questionário, disponibilizado na internet, composto por itens elaborados para esta pesquisa e a Escala Breve de Enfrentamento Religioso. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva e inferencial. Na etapa seguinte, uma subamostra participou de grupos focais online, sendo que um grupo reuniu uma nutricionista e dois psicólogos e outro grupo contou com um médico, uma nutricionista e duas psicólogas. Os relatos obtidos foram submetidos à análise de conteúdo temática. De acordo com os resultados do questionário eletrônico, aproximadamente metade da amostra não pratica atividades religiosas. Contudo, 49 profissionais revelaram grau elevado de espiritualidade. Apenas três respondentes não se consideraram espiritualizados. As influências positivas da religiosidade/espiritualidade na saúde foram percebidas como predominantes. Temas religiosos são frequentes nos atendimentos e sua abordagem tende a ser realizada por meio de exemplos positivos e promoção de estratégias de enfrentamento adaptativas. Para 41 respondentes, todos os profissionais de saúde são responsáveis pela abordagem da temática religiosa/espiritual. Somente 15 participantes informaram contar com o apoio de capelães em sua instituição de trabalho. Setenta e um respondentes assinalaram não ter encaminhado seus pacientes para profissionais religiosos. Sobre as influências da religiosidade/espiritualidade nas vivências do paciente, constatou-se o predomínio de percepção positiva, notadamente como fonte de conforto. O impacto negativo mais enfatizado foi a avaliação do câncer como punição. No tocante ao enfrentamento religioso/espiritual dos próprios participantes, verificou-se maior uso de estratégias positivas do que negativas, sem distinção relevante por categorias profissionais. Estratégias positivas correlacionaram-se diretamente com práticas religiosas, espiritualidade e percepção de efeitos positivos para a saúde. A categorização das discussões feitas nos grupos focais evidenciou concepções positivas e negativas da religiosidade/espiritualidade para pacientes e familiares. Ressalta-se, ainda, que nenhum profissional recebeu formação acadêmica para lidar com tais assuntos em suas intervenções. Em geral, profissionais da saúde e representantes religiosos atuam isoladamente. Recomenda-se a condução de mais pesquisas visando, sobretudo, subsidiar programas de capacitação e treinamento destinados aos futuros profissionais da área da saúde. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACTThere is increasing interest in investigating the influence of religiosity and spirituality in general stress management and other adverse conditions such as chronic diseases and their treatment. Specifically, religious/spiritual coping has been denominated as the adoption of cognitive or behavioral strategies that are based on the use of a religion or faith. In Oncology, many studies show correlations with patients’ social support, well-being and adaptive strategies. However, although to a lesser extent, studies have related worse indexes of quality of life to greater use of strategies that are assessed as harmful. Therefore, an exploratory study was carried out with the means of understanding of the concepts of health professionals working with Oncology regarding the association amongst health, religion and spirituality. In the first stage of the study, participants included 85 health professionals of the following categories: social worker (n = 1), biologist (n = 1), nurses (n = 2), physiotherapists (n = 3), speech therapists (n = 2), physicians (n = 17), dietitians (n = 16), dentist (n = 1), psychologists (n = 40), psycho-oncologist (n = 1), nursing technicians (n = 1). To collect data an online questionnaire, consisting of items that were specifically developed for this study and the Brief Religious Coping Scale was used. Data were analyzed by descriptive and inferential statistics. In the following stage, a subset sample participated in online focus groups, one that included a dietician and two psychologists and another group included a doctor, a nutritionist and two psychologists. The results of such groups underwent thematic content analysis. According to the results obtained from the online questionnaire, about half of the sample does not practice religious activities. However, 49 professionals revealed a high degree of spirituality. Only three respondents did not consider themselves spiritualized. The positive influences of religiosity/spirituality on health were perceived as predominant. Religious themes are frequent in care and their approach tends to be accomplished through positive examples and the promotion of adaptive coping strategies. For 41 respondents, all categories of health professionals are responsible for discussing religious/spiritual issues. Only 15 participants reported as having the support of chaplains at their working environment. Seventy-one respondents reported not having referred their patients to religious professionals. In regard to the influence of religiosity/spirituality in the oncological experience, there was a predominance of positive perceptions, especially as a source of comfort. The most highlighted negative impact was the assessment of cancer as a punishment. With regard to religious/spiritual coping of the participants, greater use of positive over negative strategies was identified, with no relevant distinction amongst occupational categories. Positive strategies correlated directly with religious practices, spirituality and perception of positive effects on health status. The categorization of discussions as a result of the focus groups demonstrated positive and negative conceptions of religiousness/spirituality for patients and families. It should be noted that none of the professionals had received any formal academic training to deal with such matters in their interventions. In general, health professionals and religious representatives act apart from one another. It is recommended that further research be conducted to above all subsidize training programs that are intended for future professionals of the health field.Araújo, Tereza Cristina Cavalcanti Ferreira deGobatto, Caroline Amado2012-06-15T14:44:04Z2012-06-15T14:44:04Z2012-06-152012-03-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfGOBATTO, Caroline Amado. Religiosidade e espiritualidade em oncologia: um estudo sobre as concepções de profissionais de saúde. 2012. 138 f., il. 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