Dieta de Gracilinanus agilis (Didelphimorphia: Didelphidae) em áreas de cerradão no Brasil central : variações intraespecíficas e o papel da espécie como potencial dispersor de sementes
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UnB |
Texto Completo: | http://repositorio.unb.br/handle/10482/8608 |
Resumo: | Dissertação (mestrado)-Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, 2011. |
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Dieta de Gracilinanus agilis (Didelphimorphia: Didelphidae) em áreas de cerradão no Brasil central : variações intraespecíficas e o papel da espécie como potencial dispersor de sementesMamífero - hábitos alimentares - Brasil, Centro-OesteNutrição animal - sementes - Brasil, Centro-OesteEcologiaAnimais do CerradoDissertação (mestrado)-Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, 2011.Investigamos a composição e variação intra-populacional na dieta de Gracilinanus agilis em áreas de cerradão do Brasil central. Além disso, investigamos o consumo de frutos por meio de contagem direta das sementes encontradas nas fezes e viabilidade dessas após a passagem no trato gastrointestinal de G. agilis. Para tal, consideramos as variações específicas (sexo e condição reprodutiva) e sazonais (seca e chuva) na freqüência e abundância relativa dos itens alimentares consumidos, bem como no número de sementes encontradas nas fezes. Também avaliamos se esse didelfídeo se alimenta de acordo com a disponibilidade de recursos no ambiente, ou se existe algum tipo de seleção dos itens alimentares detectados. Insetos, aranhas, pássaros e frutos foram detectados em 422 amostras fecais de G. agilis. Entretanto, insetos (Hymenoptera, Isoptera, Hemiptera e Coleoptera) e frutos foram os itens mais freqüentes. Os resultados indicaram que machos e fêmeas tendem a se alimentar mais de cupins e percevejos na época seca. Já machos, na época chuvosa, consomem freqüentemente formigas, enquanto fêmeas se alimentam de besouros e formigas. Fêmeas reprodutivas se alimentam com maior freqüência de formigas e besouros em relação às não reprodutivas. Também, encontramos diferenças na seleção destas ordens, indicando que este marsupial se alimenta de forma qualitativa de acordo com as necessidades energéticas e nutricionais. Adicionalmente, foi verificado que machos se alimentam mais intensamente de insetos do que as fêmeas, assim como fêmeas reprodutivas se alimentam mais de insetos do que fêmeas não reprodutivas. Entretanto, a abundância de restos de frutos e de vertebrados presentes nas fezes não variou entre estações do ano, sexo ou condição reprodutiva. Já as análises realizadas por meio da contagem direta de sementes encontradas nas fezes de G. agilis indicaram que este mamífero se alimenta de plantas pioneiras da família Melastomataceae (Miconia albicans, M. pohliana, M. ferruginata, M. cuspidata, M. pepericarpo e Ossaea congestiflora), Solanaceae (uma espécie não identificada) e Viscaceae (erva-depassarinho - Phoradendron perrottetii). Detectamos o maior índice de consumo de frutos já registrado para o gênero Gracilinanus, com cerca de 45% das fezes contendo sementes e 86% contendo itens derivados de frutos. Com exceção de O. congestiflora, o restante das sementes das espécies testadas não sofreram efeitos negativos na germinabilidade ao passarem pelo trato digestório deste marsupial. A avaliação da variação intra-specífica no número total de sementes encontradas nas fezes indicou que fêmeas de G. agilis defecam maior quantidade de sementes em comparação com os machos. O fator estação do ano também foi significativo e existiu interação entre sexo e sazonalidade. Tanto fêmeas como machos aumentaram o consumo de frutos com sementes pequenas na seca, contudo fêmeas apresentaram mais sementes nas fezes do que machos na estação chuvosa. Observamos um maior número de sementes defecadas de Miconia spp. por fêmeas em relação aos machos e também por fêmeas reprodutivas em relação a fêmeas não reprodutivas. Nossos dados indicaram que G. agilis selecionou positivamente espécies da família Melastomataceae, sugerindo um papel relevante dessas plantas relacionadas a demanda energética e de água, principalmente na época seca. _________________________________________________________________________________ ABSTRACTWe investigated the composition and intra-population variation of Gracilinanus agilis diet in dry woodland areas (i.e. cerradão) in the Cerrado biome of central Brazil. Furthermore, we investigated fruit consumption trough direct counting of seeds found in feces and viability of these after passing through the gut of G. agilis. For that, we evaluated intra-specific variation (sex and reproductive condition) and seasonal patterns (cool-dry and warm-wet season) in frequency and relative abundance of food items, as well as the number of seeds found in feces. We also evaluated whether this didelphid feeds on food sources according to their availability in the environment, or if there was some sort of selection of food items detected. Insects, spiders, birds, and fruits were detected in 422 faecal samples of G. agilis. Insects (Hymenoptera, Isoptera, Hemiptera and Coleoptera) and fruits were the most frequently consumed resources. The results indicated that males and females tended to feed more on termites and bugs in the dry season. However, males in the cool-dry season, often consume ants, while females feed on beetles and ants. Additionally, reproductive females feed more frequently on ants and beetles in relation to non-reproductive ones. We also found differences in the selection of insect orders, indicating that G. agilis feeds qualitatively in agreement with its energetic and nutritional requirements. Additionally, we detected that males feeds more heavily on insects than females, whereas reproductive females feeds more on insects than non-reproductive females. However, the abundance of fruits and vertebrates found in faecal samples did not vary between seasons, sex or reproductive condition. The analysis performed only by direct counting of seeds found in G. agilis faeces indicated that this mammal feeds on seeds of pioneer plant species of Melastomataceae (Miconia albicans, M. pohliana, M. ferruginata, M. cuspidate, M. pepericarpo, and Ossaea congestiflora), Solanaceae (one unidentified species), and Viscaceae (mistletoe - Phoradendron perrottetii). We recorded the highest reported rate of fruit consumption for the Gracilinanus genus, with about 45% of the scats containing seeds and 86% containing items derived from fruits. With the exception of O. congestiflora, the remaining seed species tested did not suffer negative effects on germination rates after passing through the marsupial guts. The analysis of intraspecific variation in the total number of seeds found in scats indicated that females defecate a significantly greater number of seeds than males. The factor season was also significant as well as the interaction between sex and season. Both females and males increased their smallseeded fruit consumption in dry season, but in the rainy season females had more seeds than males in their faeces. We observed a higher number of Miconia seeds defecated by females than males and also by reproductive females compared to non-reproductive females. Our results indicated that G. agilis feeds selectively on melastomes, suggesting a relevant role of these plants related to energetic and water demands, mainly during the dry-cool season.Instituto de Ciências Biológicas (IB)Programa de Pós-Graduação em EcologiaVieira, Emerson MonteiroCamargo, Nícholas Ferreira de2011-06-22T17:17:18Z2011-06-22T17:17:18Z2011-06-222011-02-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfCAMARGO, Nícholas Ferreira de. Dieta de Gracilinanaus agilis (Didelphimorphia: didelphidae) em áreas de cerradão no Brasil central: variações intra-específicas e o papel da espécie como potencial de sementes. 2011. 66 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia)-Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, 2011.http://repositorio.unb.br/handle/10482/8608info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-10-21T15:17:02Zoai:repositorio.unb.br:10482/8608Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-10-21T15:17:02Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false |
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