Teoria política feminista e liberalismo : o caso das cotas de representação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2000 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UnB |
Texto Completo: | http://repositorio.unb.br/handle/10482/7115 https://dx.doi.org/10.1590/S0102-69092000000300005 |
Resumo: | Uma inovação na democracia brasileira, as cotas para mulheres em eleições têm sido discutidas, em geral, sob a perspectiva de sua eficácia (ou não). No entanto, a adoção deste tipo de medida merece uma análise mais aprofundada, do ponto de vista da teoria política, já que implica rupturas significativas com o ordenamento liberal. Em primeiro lugar, há um reconhecimento de grupos (no caso, as mulheres), e não apenas indivíduos, como sujeitos de direitos. Além disso, é rompido o isolamento formal da esfera política, local em que se encontram cidadãos "livres e iguais", em relação às desigualdades sociais. Por fim, fica evidenciada a insuficiência dos mecanismos de accountability (responsividade diante dos constituintes) dos representantes, o que motiva a reivindicação de presença direta dos grupos sociais nos loci de poder. O artigo discute estas questões, procurando mostrar tanto a força das políticas de cotas quanto os novos dilemas que elas geram. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT |
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Teoria política feminista e liberalismo : o caso das cotas de representaçãoFeminist political theory and liberalism : the case of representation quotasThéorie politique féministe et libéralisme : i'exemple des quotas de représentationDemocraciaLiberalismoFeminismoEleições - cotas de representaçãoIgualdadeUma inovação na democracia brasileira, as cotas para mulheres em eleições têm sido discutidas, em geral, sob a perspectiva de sua eficácia (ou não). No entanto, a adoção deste tipo de medida merece uma análise mais aprofundada, do ponto de vista da teoria política, já que implica rupturas significativas com o ordenamento liberal. Em primeiro lugar, há um reconhecimento de grupos (no caso, as mulheres), e não apenas indivíduos, como sujeitos de direitos. Além disso, é rompido o isolamento formal da esfera política, local em que se encontram cidadãos "livres e iguais", em relação às desigualdades sociais. Por fim, fica evidenciada a insuficiência dos mecanismos de accountability (responsividade diante dos constituintes) dos representantes, o que motiva a reivindicação de presença direta dos grupos sociais nos loci de poder. O artigo discute estas questões, procurando mostrar tanto a força das políticas de cotas quanto os novos dilemas que elas geram. _______________________________________________________________________________ ABSTRACTGender quotas for women in elections, an innovation in Brazilian democracy, have been discussed in general and in its efficacy. However, this kind of measure deserves a deeper analysis in the light of political theory, since it involves a significant rupture with liberal tenets. First, groups (in this case women), as well as individuals, are recognized as subjects of rights. Moreover, the refraction of social inequalities breaks through the formal isolation of the political sphere considered by liberal thinkers as the domain of "free and equal" citizens. Finally, the adoption of policies based on quotas acknowledges that the existing accountability mechanisms for representatives are insufficient. This motivates the demand for direct presence of social groups in the loci of power. The article discusses these issues and attempts to show the political strength of quotas as well as the new dilemmas they entail. _______________________________________________________________________________ RÉSUMÉLes quotas électoraux pour des femmes représentent une innovation dans la démocratie brésilienne. En général, ces quotas sont discutés dans la perspective de leur efficacité (ou pas). Pourtant, l'adoption de cette sorte de mesure mérite une analyse plus approfondie du point de vue de la théorie politique, car elle implique des ruptures notables avec l'ordonnance libérale. D'une part, il y a la reconnaissance de groupes (dans ce cas, les femmes) — et pas seulement d'individus — comme des sujets de droits. D'autre part, l'isolement formel entre la sphère politique, lieu où les citoyens "libres et égaux" se rencontrent, et les inégalités sociales, est rompu. Enfin, la politique de quotas met en avant l'insuffisance des mécanismes d'accountability (responsabilité des représentants face à leurs électeurs), en motivant la revendication par la participation directe des groupes sociaux dans les lieux du pouvoir. L'article examine ces questions pour montrer la force des politiques de quotas ainsi que les nouveaux dilemmes qu'elles créent.2011-03-15T11:45:06Z2011-03-15T11:45:06Z2000-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfMIGUEL, Luis Felipe. Teoria política feminista e liberalismo: o caso das cotas de representação. Rev. bras. Ci. Soc., São Paulo, v. 15, n. 44, p. 91-102, out. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v15n44/4149.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2011. doi: 10.1590/S0102-69092000000300005.http://repositorio.unb.br/handle/10482/7115https://dx.doi.org/10.1590/S0102-69092000000300005Miguel, Luis Felipeinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-06-04T22:15:35Zoai:repositorio.unb.br:10482/7115Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-06-04T22:15:35Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false |
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