O moderno e a Vila Amaury : a dicotomia do pensamento na construção de Brasília

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fialho, Átila Rezende
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Silva, Carolina Pescatori Cândido da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/48091
http://orcid.org/0000-0003-2002-2621
http://orcid.org/0000-0002-4361-2598
Resumo: O presente artigo tem como objetivo expor e compreender o papel do apagamento de determinadas ocupações, tendo como enfoque a Vila Amaury (1959-1960), frente à tentativa de construção de uma imagem da nova capital do país, Brasília. O caso dessa vila em específico chama a atenção devido à maneira peculiar que o Estado operou em seu apagamento, localizando-a em terras baixas onde seria represado o Lago Paranoá, deflagrando uma temporalidade intencional e prescrita. Se por um lado houve uma permissividade para que a população pobre do Distrito Federal ocupasse uma região próxima do Congresso Nacional, por outro essa permissão cumpria o objetivo, também, de reunir em um só local diversas pequenas favelas espraiadas pelo território. A esse estágio da pesquisa, procuramos analisar esse caso com base em relatos orais presentes nos trabalhos de Ivany Neiva Câmara (2017) e no documentário de Vladimir Carvalho e Eugene Feldman, “Brasília segundo Feldman”, de 1979, além de fontes secundárias a respeito do tema. Em um segundo momento, partiremos das teses críticas com relação às teorias de modernização e como essas podem ter contribuído não somente para a construção de uma representação específica para a nova capital, por meio da influência no campo da Arquitetura, Urbanismo e das Ciências Sociais, bem como para a exclusão e a aversão às soluções socioespaciais das populações pobres urbanas, como favelas, cortiços e, termo bastante cunhado no caso do Distrito Federal, “invasões”.
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Acesso em: 17 abr. 2024.http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/48091http://orcid.org/0000-0003-2002-2621http://orcid.org/0000-0002-4361-2598O presente artigo tem como objetivo expor e compreender o papel do apagamento de determinadas ocupações, tendo como enfoque a Vila Amaury (1959-1960), frente à tentativa de construção de uma imagem da nova capital do país, Brasília. O caso dessa vila em específico chama a atenção devido à maneira peculiar que o Estado operou em seu apagamento, localizando-a em terras baixas onde seria represado o Lago Paranoá, deflagrando uma temporalidade intencional e prescrita. Se por um lado houve uma permissividade para que a população pobre do Distrito Federal ocupasse uma região próxima do Congresso Nacional, por outro essa permissão cumpria o objetivo, também, de reunir em um só local diversas pequenas favelas espraiadas pelo território. A esse estágio da pesquisa, procuramos analisar esse caso com base em relatos orais presentes nos trabalhos de Ivany Neiva Câmara (2017) e no documentário de Vladimir Carvalho e Eugene Feldman, “Brasília segundo Feldman”, de 1979, além de fontes secundárias a respeito do tema. Em um segundo momento, partiremos das teses críticas com relação às teorias de modernização e como essas podem ter contribuído não somente para a construção de uma representação específica para a nova capital, por meio da influência no campo da Arquitetura, Urbanismo e das Ciências Sociais, bem como para a exclusão e a aversão às soluções socioespaciais das populações pobres urbanas, como favelas, cortiços e, termo bastante cunhado no caso do Distrito Federal, “invasões”.The present article has the goal to expose and comprehend the role that vanishing certain occupations played, focusing in Vila Amaury (1959-1960), compared to the attempt of building an image of the new capital of Brazil, Brasilia. The case of this settlement speci cally calls attention due to the peculiar manner in which the State operated its erasure, locating it on low lands where the Paranoá lake would take place, triggering a prescribed and intentional lapse of time. If, on the one hand it had some permission for the poorer population of the Federal District to dwell nearby the National Congress, on the other hand this permission ful lled the goal of gathering in just one place numerous and small “favelas” once sprawled all around the territory. At this point of this research, we sought to analyze this case based in oral reports presented by Ivany Câmara Neiva (2017) and in the documentary of Vladimir Carvalho and Eugene Feldman, “Brasília according to Feldman”, from 1979, besides secondary sources in respect to the subject. In a second moment, we will depart from critical analysis in relation to the modernization theories and how these could have contributed not only for the construction of a speci c representation for the new capital, by means of in uencing on the eld of architecture, urbanism and social sciences, but also for the exclusion and aversion of socio-spatial appropriations of poorer urban populations, such as favelas, slums and, a very used term in the case of Distrito Federal, “invasions”.Este artículo tiene como objetivo exponer y comprender el papel del borrado de ciertas ocupaciones, centrándose en Vila Amaury, frente al intento de construir una imagen de la nueva capital del país, Brasilia. El caso de este pueblo en particular llama la atención por la forma peculiar en que el Estado operó en su borrado, ubicándolo en las tierras bajas donde se represaría el lago Paranoá, desencadenando una temporalidad intencional y prescrita. Si por un lado había permiso para que la población pobre del Distrito Federal ocupara un área cercana al Congreso Nacional, por otro lado, este permiso también cumplía el objetivo de reunir en un mismo lugar a varias pequeñas favelas repartidas por todo el territorio. el territorio. En esta etapa de la investigación, buscamos analizar este caso a partir de relatos orales presentes en los trabajos de Ivany Neiva Câmara (2017) y en el documental de Vladimir Carvalho y Eugene Feldman, “Brasília según Feldman”, de 1979, en además de fuentes secundarias al respecto del tema. En un segundo momento, partiremos de tesis críticas sobre las teorías de la modernización y cómo estas pueden haber contribuido no sólo a la construcción de una representación especí ca para la nueva capital, a través de su in uencia en el campo de la arquitectura, el urbanismo y las ciencias sociales, sino también a la exclusión y aversión a las soluciones socioespaciales de las poblaciones urbanas pobres, a ejemplo de los barrios marginales, las vencidades y, término con frecuencia usado en el caso del Distrito Federal, las “invasiones”.Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e UrbanismoporInstituto de Ciências Sociais da Universidade de BrasíliaO moderno e a Vila Amaury : a dicotomia do pensamento na construção de BrasíliaThe modern and Vila Amaury : the dichotomy of thought in the construction of BrasiliaLo moderno y Vila Amaury : la dicotomía del pensamiento em la construcción de Brasiliainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleBrasília (DF)ModernizaçãoSegregação socioespacialinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBORIGINALARTIGO_ModernoVilaAmaury.pdfARTIGO_ModernoVilaAmaury.pdfapplication/pdf397106http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/48091/1/ARTIGO_ModernoVilaAmaury.pdf6c01afcd2109978f0c16350a12425d4eMD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain102http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/48091/2/license.txtaed4704d04bb260d4decd80db311aaa5MD52open access10482/480912024-04-17 12:09:10.712open accessoai:repositorio2.unb.br:10482/48091U3VibWlzc8OjbyBlZmV0aXZhZGEgZGUgYWNvcmRvIGNvbSBsaWNlbsOnYSBjb25jZWRpZGEgcGVsbyBhdXRvciBlL291IGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcy4KBiblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestopendoar:2024-04-17T15:09:10Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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