Políticas de ação afirmativa e o experimento de listas : o caso das cotas raciais na universidade brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Turgeon, Mathieu
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Chaves, Bruno Sant'Anna, Wives, Willian Washington
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/21738
http://dx.doi.org/10.1590/1807-01912014203363
Resumo: Neste artigo adotamos uma metodologia de questionamento indireto para medir as opiniões de estudantes da UnB acerca do uso da cor/raça como um critério de admissão à Universidade. Partimos da hipótese de que opiniões sobre políticas afirmativas não são obtidas com confiabilidade em surveys convencionais, pois o grupo não elegível ao benefício (no caso, os estudantes brancos) poderia ocultar uma resposta de oposição por receio de parecer preconceituoso. Esse efeito é conhecido na literatura como efeito da desejabilidade social. Portanto, adotamos uma metodologia que garante privacidade aos respondentes, denominada experimento de listas, para medir as opiniões sinceras dos estudantes acerca do sistema de cotas raciais. Porém os resultados mostraram que o viés nas opiniões ocorreu, de forma inesperada, no grupo de estudantes elegíveis às cotas (afrodescendentes e indígenas). Precisamente, eles apoiaram fortemente o sistema de cotas raciais (68,3%) quando tiveram privacidade nas respostas, mas na pergunta direta demonstraram apenas uma tímida aprovação (29,0%). Chamamos esse efeito de efeito de inibição. Paralelamente, os estudantes brancos não demonstraram nenhum efeito de desejabilidade social, contrariando alguns achados de pesquisas similares nos EUA.
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