A evolução tectônica da Faixa Brasília, Brasil central : uma abordagem geocronológica e isotópica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pimentel, Márcio Martins
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/30488
http://dx.doi.org/10.1590/2317-4889201620150004
Resumo: A Faixa Brasília é um dos mais completos orógenos Neoproterozoicos no Gondwana Ocidental. Durante os últimos dez anos, o rápido progresso no entendimento da evolução tectônica desse orógeno foi proporcionado pela produção de novos dados geocronológicos U-Pb SHRIMP e LA-ICPMS, combinados com análises Sm-Nd e Lu-Hf. Os dados demonstraram que a evolução da Faixa Brasília acontenceu ao longo de um prolongado intervalo de tempo (900 - 600 Ma), envolvendo subducção, atividade ígnea e acreção de terrenos, como resultado do consumo da litosfera do oceano Goiás. Estudos de proveniência de sedimentos baseados em geocronologia U-Pb de minerais detríticos indicam que as unidades sedimentares da Faixa Brasília também registram diferentes ambientes tectônicos e estágios de evolução da Faixa. Os grupos Paranoá e Canastra representam sequências de margem passiva, derivadas da erosão do Craton do São Francisco. Por outro lado, as rochas sedimentares dos grupos Araxá e Ibiá contêm uma grande quantidade de zircões detríticos neoproterozoicos, tão jovens quanto 650 Ma, sugerindo proveniência a partir do Arco Magmático de Goiás. Os dados geocronológicos disponíveis até o momento demonstram que o Arco Magmático de Goiás, na porção oeste do orógeno, representa um terreno de arco formado pela acreção de arcos de ilha intraoceânicos mais antigos (ca. 0.9 - 0.8 Ga), seguida do desenvolvimento de arcos continentais mais evoluídos. O arco magmático se extende por alguns milhares de quilômetros na direção NNE, desde o sudoeste de Goiás, através do Nordeste brasileiro, se prolongando para o continente africano. Idades de metamorfismo, muito embora não muito abundantes, indicam pico do metamorfismo entre 650 - 630 Ma, o que provavelmente corresponde à época de fechamento do oceano e colisão continental.
id UNB_ccab4c0b482cf0289dba51be12595707
oai_identifier_str oai:repositorio.unb.br:10482/30488
network_acronym_str UNB
network_name_str Repositório Institucional da UnB
repository_id_str
spelling A evolução tectônica da Faixa Brasília, Brasil central : uma abordagem geocronológica e isotópicaThe tectonic evolution of the Neoproterozoic Brasília Belt, central Brazil : a geochronological and isotopic approachNeoproterozoico­GeocronologiaSedimentos (Geologia)Faixa BrasíliaA Faixa Brasília é um dos mais completos orógenos Neoproterozoicos no Gondwana Ocidental. Durante os últimos dez anos, o rápido progresso no entendimento da evolução tectônica desse orógeno foi proporcionado pela produção de novos dados geocronológicos U-Pb SHRIMP e LA-ICPMS, combinados com análises Sm-Nd e Lu-Hf. Os dados demonstraram que a evolução da Faixa Brasília acontenceu ao longo de um prolongado intervalo de tempo (900 - 600 Ma), envolvendo subducção, atividade ígnea e acreção de terrenos, como resultado do consumo da litosfera do oceano Goiás. Estudos de proveniência de sedimentos baseados em geocronologia U-Pb de minerais detríticos indicam que as unidades sedimentares da Faixa Brasília também registram diferentes ambientes tectônicos e estágios de evolução da Faixa. Os grupos Paranoá e Canastra representam sequências de margem passiva, derivadas da erosão do Craton do São Francisco. Por outro lado, as rochas sedimentares dos grupos Araxá e Ibiá contêm uma grande quantidade de zircões detríticos neoproterozoicos, tão jovens quanto 650 Ma, sugerindo proveniência a partir do Arco Magmático de Goiás. Os dados geocronológicos disponíveis até o momento demonstram que o Arco Magmático de Goiás, na porção oeste do orógeno, representa um terreno de arco formado pela acreção de arcos de ilha intraoceânicos mais antigos (ca. 0.9 - 0.8 Ga), seguida do desenvolvimento de arcos continentais mais evoluídos. O arco magmático se extende por alguns milhares de quilômetros na direção NNE, desde o sudoeste de Goiás, através do Nordeste brasileiro, se prolongando para o continente africano. Idades de metamorfismo, muito embora não muito abundantes, indicam pico do metamorfismo entre 650 - 630 Ma, o que provavelmente corresponde à época de fechamento do oceano e colisão continental.The Brasília Belt is one of the most complete Neoproterozoic orogens in western Gondwana. Rapid progress on the understanding of the tectonic evolution of the belt was achieved due to new U-Pb data, combined with Sm-Nd and Lu-Hf analyses. The evolution of the Brasília orogen happened over a long period of time (900 - 600 Ma) involving subduction, magmatism and terrain accretion, as a result of the consumption of the Goiás oceanic lithosphere. Provenance studies, based on U-Pb zircon data, indicate that the sedimentary rock units record different tectonic settings and stages of the evolution of the orogen. The Paranoá and Canastra groups represent passive margin sequences derived from the erosion of the São Francisco Craton. The Araxá and Ibiá groups, however, have dominant Neoproterozoic detrital zircon populations, as ­young as 650 Ma, suggesting derivation from the Goiás Magmatic Arc. The Goiás Magmatic Arc represents a composite arc terrain, formed by the accretion of older (ca. 0.9 - 0.8 Ga) intraoceanic island arc(s), followed by more evolved continental arcs. It extends for several thousand kilometers, from SW Goiás, through NE Brazil and into Africa. Metamorphism took place between 650 - 630 Ma reflecting final closure of the Goiás Ocean and continental collision.Sociedade Brasileira de Geologia2017-12-07T05:19:35Z2017-12-07T05:19:35Z2016-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfPIMENTEL, Márcio Martins. The tectonic evolution of the Neoproterozoic Brasília Belt, central Brazil: a geochronological and isotopic approach. Brazilian Journal of Geology, São Paulo, v. 46, p. 67-82, jun. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892016000700067&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 8 dez. 2017. doi: http://dx.doi.org/10.1590/2317-4889201620150004.http://repositorio.unb.br/handle/10482/30488http://dx.doi.org/10.1590/2317-4889201620150004Brazilian Journal of Geology - This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License (CC BY 4.0). Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892016000700067&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 8 dez. 2017.info:eu-repo/semantics/openAccessPimentel, Márcio Martinsengreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-05-27T00:23:05Zoai:repositorio.unb.br:10482/30488Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-05-27T00:23:05Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.none.fl_str_mv A evolução tectônica da Faixa Brasília, Brasil central : uma abordagem geocronológica e isotópica
The tectonic evolution of the Neoproterozoic Brasília Belt, central Brazil : a geochronological and isotopic approach
title A evolução tectônica da Faixa Brasília, Brasil central : uma abordagem geocronológica e isotópica
spellingShingle A evolução tectônica da Faixa Brasília, Brasil central : uma abordagem geocronológica e isotópica
Pimentel, Márcio Martins
Neoproterozoico
­Geocronologia
Sedimentos (Geologia)
Faixa Brasília
title_short A evolução tectônica da Faixa Brasília, Brasil central : uma abordagem geocronológica e isotópica
title_full A evolução tectônica da Faixa Brasília, Brasil central : uma abordagem geocronológica e isotópica
title_fullStr A evolução tectônica da Faixa Brasília, Brasil central : uma abordagem geocronológica e isotópica
title_full_unstemmed A evolução tectônica da Faixa Brasília, Brasil central : uma abordagem geocronológica e isotópica
title_sort A evolução tectônica da Faixa Brasília, Brasil central : uma abordagem geocronológica e isotópica
author Pimentel, Márcio Martins
author_facet Pimentel, Márcio Martins
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Pimentel, Márcio Martins
dc.subject.por.fl_str_mv Neoproterozoico
­Geocronologia
Sedimentos (Geologia)
Faixa Brasília
topic Neoproterozoico
­Geocronologia
Sedimentos (Geologia)
Faixa Brasília
description A Faixa Brasília é um dos mais completos orógenos Neoproterozoicos no Gondwana Ocidental. Durante os últimos dez anos, o rápido progresso no entendimento da evolução tectônica desse orógeno foi proporcionado pela produção de novos dados geocronológicos U-Pb SHRIMP e LA-ICPMS, combinados com análises Sm-Nd e Lu-Hf. Os dados demonstraram que a evolução da Faixa Brasília acontenceu ao longo de um prolongado intervalo de tempo (900 - 600 Ma), envolvendo subducção, atividade ígnea e acreção de terrenos, como resultado do consumo da litosfera do oceano Goiás. Estudos de proveniência de sedimentos baseados em geocronologia U-Pb de minerais detríticos indicam que as unidades sedimentares da Faixa Brasília também registram diferentes ambientes tectônicos e estágios de evolução da Faixa. Os grupos Paranoá e Canastra representam sequências de margem passiva, derivadas da erosão do Craton do São Francisco. Por outro lado, as rochas sedimentares dos grupos Araxá e Ibiá contêm uma grande quantidade de zircões detríticos neoproterozoicos, tão jovens quanto 650 Ma, sugerindo proveniência a partir do Arco Magmático de Goiás. Os dados geocronológicos disponíveis até o momento demonstram que o Arco Magmático de Goiás, na porção oeste do orógeno, representa um terreno de arco formado pela acreção de arcos de ilha intraoceânicos mais antigos (ca. 0.9 - 0.8 Ga), seguida do desenvolvimento de arcos continentais mais evoluídos. O arco magmático se extende por alguns milhares de quilômetros na direção NNE, desde o sudoeste de Goiás, através do Nordeste brasileiro, se prolongando para o continente africano. Idades de metamorfismo, muito embora não muito abundantes, indicam pico do metamorfismo entre 650 - 630 Ma, o que provavelmente corresponde à época de fechamento do oceano e colisão continental.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-06
2017-12-07T05:19:35Z
2017-12-07T05:19:35Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv PIMENTEL, Márcio Martins. The tectonic evolution of the Neoproterozoic Brasília Belt, central Brazil: a geochronological and isotopic approach. Brazilian Journal of Geology, São Paulo, v. 46, p. 67-82, jun. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892016000700067&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 8 dez. 2017. doi: http://dx.doi.org/10.1590/2317-4889201620150004.
http://repositorio.unb.br/handle/10482/30488
http://dx.doi.org/10.1590/2317-4889201620150004
identifier_str_mv PIMENTEL, Márcio Martins. The tectonic evolution of the Neoproterozoic Brasília Belt, central Brazil: a geochronological and isotopic approach. Brazilian Journal of Geology, São Paulo, v. 46, p. 67-82, jun. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2317-48892016000700067&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 8 dez. 2017. doi: http://dx.doi.org/10.1590/2317-4889201620150004.
url http://repositorio.unb.br/handle/10482/30488
http://dx.doi.org/10.1590/2317-4889201620150004
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Geologia
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Geologia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UnB
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Repositório Institucional da UnB
collection Repositório Institucional da UnB
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv repositorio@unb.br
_version_ 1810580913861427200