O jogo das bolinhas. Uma simbólica da masculinidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, José Jorge de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: https://repositorio.unb.br/handle/10482/44574
Resumo: Apesar de sua enorme difusão e vigência, tanto no Brasil como na maioria dos países ocidentais, poucas são as descrições conhecidas do jogo de bolinhas e muito mais raras são as tentativas de interpretação de seu significado cultural especifico. Jogo de milenar antigüidade, já era conhecido pelos gregos antigos (Cascudo, 1972: 137 afirma que era então denominado pila vitrea) e é possível imaginar que fosse um dos jogos infantis que fascinaram os primeiros pensadores ocidentais, principalmente, por sua dimensão intelectual. Tal é, pelo menos, a sugestão contida no belíssimo comentário de Kostas Axelos sobre a vida de Anaxágoras: “Segundo o logos da lenda [Anaxágoras] teria solicitado, pouco antes de morrer, que se organizassem festas infantis em todos os aniversários de sua morte. Parece que esse costume se conservou. Os jogos infantis perpetuaram assim os jogos do pensamento" (Axelos, 1978: 228). É possível, igualmente, supor que o jogo de bolinhas tivesse admitido explicitamente, tempos atrás, uma dimensão sagrada ou cosmológica (assim como o tinha o jogo de pelota no México Antigo; ver Weisz 1986: 72), perdida em um certo momento como se perdeu uma parte do simbolismo do jogo da amarelinha, por exemplo. Entretanto, como pretendo mostrar, parecem existir ainda aspectos do jogo que tocam de perto o mundo do espírito.
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