Química mineral de magnetita e assinatura isotópica de enxofre em sulfetos de Cu-Fe : implicações para o modelo evolutivo do depósito tipo IOCG metamorfizado do salobo, província mineral de Carajás

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodríguez, Yuri Tatiana Campo
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: https://repositorio.unb.br/handle/10482/39126
Resumo: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2020.
id UNB_d7edac426c30463c4976b3e7491626ff
oai_identifier_str oai:repositorio.unb.br:10482/39126
network_acronym_str UNB
network_name_str Repositório Institucional da UnB
repository_id_str
spelling Química mineral de magnetita e assinatura isotópica de enxofre em sulfetos de Cu-Fe : implicações para o modelo evolutivo do depósito tipo IOCG metamorfizado do salobo, província mineral de CarajásIOCGIsótoposQuímica de magnetitaEnxofreDissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2020.Os depósitos tipo IOCG são formados por fluidos magmático -hidrotermais com forte controle estrutural, e são ricos em óxidos de Fe e sulfetos de Cu-Fe precedidos por alteração hidrotermal sódico-cálcica. No entanto, modelos conceituais ainda não esclarecem se a fonte de enxofre deriva da mesma fonte do magma ou apresenta contribuições de fontes externas, e quais processos hidrotermais geram o enriquecimento em óxido de ferro no depósito. Além disso, modelos atuais não estabelecem um paralelo quando comparado a outros tipos de depósitos de cobre magmáticos de alta temperatura. O principal depósito IOCG do Brasil, o depósito do Salobo localiza-se na Província Mineral de Carajás, sudeste do Cráton Amazônico. Contém recursos de 986 Mt a 0,82% Cu e 0,49 g/t Au. O minério é caraterizado por um alto teor de sulfetos de cobre (bornita e calcocita) hospedados em rochas ricas em magnetita as quais apresentam metamorfismo-deformação e alteração hidrotermal sobreposta. Diversos eventos geológicos como metamorfismo Neoarqueno associado à atividade da zona de Cizalhamente de Cinzento e alterações hidrotermais produto de magmatismo Paleoproterozoico tem dificultado interpretações geoquímicas e da origem do minério no depósito. À parte de discussões relacionadas à geocronologia desse depósito, este estudo tem o objetivo de contribuir para melhor compreensão do modelo evolutivo da mineralização primária, a partir da combinação de análises texturais e mineralógicas de óxidos com isótopos de enxofre em sulfetos de Cu e Fe. Os estudos mineralógicos indicam que há pelo menos três episódios de formação de magnetita. A primeira magnetita (Mgt tipo I) rica em Pb (média 884 ppm), antecede a formação dos sulfetos constituindo a matriz de uma brecha composta por silicatos ricos em Fe (Ferrosilita, Faialita e Hastingsita). A segunda geração (Mgt tipo II) é rica em inclusões de Apatita, Calcopirita, Pirita e Monazita, e ocorre como xenocristais em brechas cimentadas por calcopirita, refletido em maiores concentrações de Cu (média 712 ppm). A terceira fase (Mgt tipo III) constitui um agregado granoblástico em xistos miloníticos ricos em magnetita com altos valores de V (média 503 ppm). No entanto, os padrões composicionais não apresentam um zoneamento geoquímico nem distinção entre os três tipos de magnetita quando analisados em diagramas discriminantes. Os dados isotópicos revelaram um intervalo no δ34SV-CDT de 0,88 a 5,04 ‰ que em conjunto com as associações texturais da calcopirita relacionada a Mgt I e II apontam para uma fonte de enxofre principalmente magmática sem/ou com contribuições mínimas de fluidos altamente salinos externos e indicam um processo de desproporcionalização do enxofre na formação inicial dos sulfetos. Portanto, nossos resultados suportam os tipos de magnetita I e II foram formados a partir de um fluido magmático-hidrotermal oxidado rico em Cu em evolução durante o magmatismo Neoarqueano (anterior à ~2,5 Ga), sob condições atmosféricas não oxidantes. Além disso a oxidação no sistema provocada pela cristalização da magnetita desencadeou a desproporcionalização do enxofre no fluido de caráter magmático -hidrotermal, assim a redução do sulfato contido nesse fluido resultou na formação dos sulfetos de cobre, ou seja, na formação da mineralização de Cu-Au nas brechas de calcopirita (Mgt tipo II), a qual também teve uma contribuição em Cu pela substituição de pirita por calcopirita. O metamorfismo/metasomatismo subsequente de baixo grau asso ciado ao emplacement do Granito Old Salobo e à reativação da Zona de Cisalhamento Cinzento em ~ 2,5 Ga resultou em uma recristalização de magnetita (Mgt tipo III). Finalmente, um magmatismo granítico regional volumoso do tipo A durante o Paleoproterozoico produziu uma remobilização e reconcentração dos sulfetos de Cu, resultando em veios de caráter rúptil e discordantes, de bornita, digenita, covelita e calcocita, além de texturas de exsoluções de minerais de baixa temperatura. Durante esse evento de remobilização não se produziu um novo crescimento de magnetita.The genesis of IOCG deposits has been intensely debated, in particular, conceptual models are not yet clear whether the sulfur source is derived from the same magma source or have external contributions and which hydrothermal processes create the iron oxide enrichment. The Salobo deposit is a world-class iron oxide copper and gold (IOCG) deposit located in the Carajás Mineral Province, southeastern Amazon Craton, Brazil. It contains resources of 986 Mt @ 0.82% Cu and 0.49 g/t Au. The ore is characterized by a high tenor of copper-sulfides (bornite and chalcocite) hosted in magnetite-rich rocks with superimposed hydrothermal alteration and metamorphism- deformation, which have complicated ore-genesis and the geochemical interpretations. In this study, we combine mineralogical and chemical analysis of magnetite with sulfur isotopes on Cu-Fe sulfides of the Salobo deposit. Mineralogical studies show that there are three magnetite types, including massive, pristine to inclusion-poor magnetite breccia (Mgt type I), inclusion-rich magnetite-bearing breccia (Mgt type II), and the granoblastic magnetite schist (Mgt type III). The Mgt type I is characterized by an association with high-temperature Fe-rich silicate minerals (i.e., ferrosilite, fayalite, and hastingsite), whereas the Mgt type II is associated with Cu- Fe sulfides relate to chalcopyrite-rich breccias. The Mgt type III is related to the mylonitic schist crosscutted by discordant veins of low-temperature Cu-Fe sulfides. In general, the trace element composition of these magnetite populations is similar without display a distinctive geochemical trend in discrimination diagrams. Thus, the Mgt type III represents recrystallization possible of the other magnetite types during Neoarchean metamorphism/metasomatism with an overprint of magmatic-hydrothermal alteration during the Paleoproterozoic. The range in δ34SV-CDT of 0.88 to 5.04‰ is consistent with a magmatic-hydrothermal sulfur source without/or minimal external contributions and indicates a sulfur disproportionation process in the early sulfide formation. Therefore, our data support that the magnetite types I and II were formed from an evolving oxidized -magmatic-hydrothermal Cu- rich fluid, under non-oxidizing atmospheric conditions. Moreover, the magnetite oxidation (crystallization) triggered the sulfur disproportionation, thus the sulfate reduction and the sulfide formation. Subsequent low-grade metamorphism associated with the emplacement of the Old Salobo Granite and reactivation of the Cinzento Shear Zone in ca. ~2.5 Ga resulted in the recrystallized Mgt type, which subsequently underwent hydrothermal alteration as a result of Paleoproterozoic magmatism.Instituto de Geociências (IG)Programa de Pós-Graduação em GeologiaDella Giustina, Maria Emilia SchuteskyRodríguez, Yuri Tatiana Campo2020-07-07T11:47:08Z2020-07-07T11:47:08Z2020-07-072020-02-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfRODRÍGUEZ, Yuri Tatiana Campo. Quimica Mineral de Magnetita e Assinatura Isotópica de Enxofre em Sulfetos de Cu-Fe: implicações para o Modelo Evolutivo do Depósito Tipo IOCG Metamorfizado do Salobo, Província Mineral de Carajás. 2020. 72 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.https://repositorio.unb.br/handle/10482/39126A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-02-20T16:45:45Zoai:repositorio.unb.br:10482/39126Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-02-20T16:45:45Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.none.fl_str_mv Química mineral de magnetita e assinatura isotópica de enxofre em sulfetos de Cu-Fe : implicações para o modelo evolutivo do depósito tipo IOCG metamorfizado do salobo, província mineral de Carajás
title Química mineral de magnetita e assinatura isotópica de enxofre em sulfetos de Cu-Fe : implicações para o modelo evolutivo do depósito tipo IOCG metamorfizado do salobo, província mineral de Carajás
spellingShingle Química mineral de magnetita e assinatura isotópica de enxofre em sulfetos de Cu-Fe : implicações para o modelo evolutivo do depósito tipo IOCG metamorfizado do salobo, província mineral de Carajás
Rodríguez, Yuri Tatiana Campo
IOCG
Isótopos
Química de magnetita
Enxofre
title_short Química mineral de magnetita e assinatura isotópica de enxofre em sulfetos de Cu-Fe : implicações para o modelo evolutivo do depósito tipo IOCG metamorfizado do salobo, província mineral de Carajás
title_full Química mineral de magnetita e assinatura isotópica de enxofre em sulfetos de Cu-Fe : implicações para o modelo evolutivo do depósito tipo IOCG metamorfizado do salobo, província mineral de Carajás
title_fullStr Química mineral de magnetita e assinatura isotópica de enxofre em sulfetos de Cu-Fe : implicações para o modelo evolutivo do depósito tipo IOCG metamorfizado do salobo, província mineral de Carajás
title_full_unstemmed Química mineral de magnetita e assinatura isotópica de enxofre em sulfetos de Cu-Fe : implicações para o modelo evolutivo do depósito tipo IOCG metamorfizado do salobo, província mineral de Carajás
title_sort Química mineral de magnetita e assinatura isotópica de enxofre em sulfetos de Cu-Fe : implicações para o modelo evolutivo do depósito tipo IOCG metamorfizado do salobo, província mineral de Carajás
author Rodríguez, Yuri Tatiana Campo
author_facet Rodríguez, Yuri Tatiana Campo
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Della Giustina, Maria Emilia Schutesky
dc.contributor.author.fl_str_mv Rodríguez, Yuri Tatiana Campo
dc.subject.por.fl_str_mv IOCG
Isótopos
Química de magnetita
Enxofre
topic IOCG
Isótopos
Química de magnetita
Enxofre
description Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, 2020.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-07-07T11:47:08Z
2020-07-07T11:47:08Z
2020-07-07
2020-02-28
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv RODRÍGUEZ, Yuri Tatiana Campo. Quimica Mineral de Magnetita e Assinatura Isotópica de Enxofre em Sulfetos de Cu-Fe: implicações para o Modelo Evolutivo do Depósito Tipo IOCG Metamorfizado do Salobo, Província Mineral de Carajás. 2020. 72 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
https://repositorio.unb.br/handle/10482/39126
identifier_str_mv RODRÍGUEZ, Yuri Tatiana Campo. Quimica Mineral de Magnetita e Assinatura Isotópica de Enxofre em Sulfetos de Cu-Fe: implicações para o Modelo Evolutivo do Depósito Tipo IOCG Metamorfizado do Salobo, Província Mineral de Carajás. 2020. 72 f., il. Dissertação (Mestrado em Geologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
url https://repositorio.unb.br/handle/10482/39126
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UnB
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Repositório Institucional da UnB
collection Repositório Institucional da UnB
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv repositorio@unb.br
_version_ 1814508405231976448