Rochas albitizadas e albititos relacionados a mineralizações de estanho da Província Estanífera de Goiás : caracterização petrológica e gênese

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sirqueira, Ana Rita Félix
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/18924
http://dx.doi.org/10.26512/2014.10.D.18924
Resumo: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação, 2014.
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spelling Rochas albitizadas e albititos relacionados a mineralizações de estanho da Província Estanífera de Goiás : caracterização petrológica e gêneseCassiteritaAlbitito magmáticoEstanhoMineralização - Goiás (Estado)Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação, 2014.Os albititos mineralizados em estanho localizados nos garimpos Pelotas e Boa Vista, pertencentes à Província Estanífera de Goiás (PEG), cortam monzogranitos e tonalitos pertencentes à Suíte Aurumina e xistos da Formação Ticunzal. Os albititos são constituídos por albita, quartzo, cassiterita, apatita, K-feldspato e muscovita primária. Texturalmente apresentam alinhamento de “ripas” de albita e textura snowball, interpretados como texturas típicas de albititos de origem magmática. Os tonalitos, monzogranitos e xistos foram divididos em fácies: biotita-muscovita tonalito, muscovita-biotita tonalito, biotita-muscovita monzogranito, muscovita-biotita monzogranito, granada-clorita-biotita-quartzo xisto e grafita-clorita xisto. Os albititos são metaluminosos a peraluminosos, enquanto os monzogranitos e tonalitos são fortemente peraluminosos. Os albititos são enriquecidos em Na2O, Al2O3 e P2O5, contêm teores moderados de CaO e são empobrecidos em K2O, TiO2, Fe2O3 e MgO. Com relação aos elementos-traço, são enriquecidos em Sn, Ta, Rb, Nb e Zr e empobrecidos em Sr, Ba e Th. São enriquecidos em elementos terras raras leves (ETRL) em relação aos elementos terras raras pesados (ETRP). As anomalias de Eu são ausentes ou muito discretas, levemente positivas. Os tonalitos e monzogranitos são enriquecidos em TiO2, Fe2O3, MgO, CaO e K2O e empobrecidos em Al2O3, Na2O, P2O5, SnO2, TaO2, Rb, Nb e Zr. Os padrões de ETRs para os granitos e tonalitos mostram que são enriquecidos em ETRL e empobrecidos em ETRP. As anomalias de Eu para os monzogranitos são muito discretas, podendo ser levemente positivas ou negativas. Os tonalitos apresentam pronunciada anomalia positiva de Eu. Análises em microssonda eletrônica permitiram classificar a biotita do muscovita-biotita tonalito e do muscovita-biotita monzogranito como siderofilita, com razão Fe/(Fe+Mg) entre 0,58 a 0,71 a.f.u. e conteúdo de AlIV entre 2,1 a 3,3 a.f.u.. Composicionalmente, classifica-se como biotita de granitos peraluminosos. A muscovita dos albititos é mais enriquecida em Na2O e SiO2 e empobrecida em MgO, Fe2O3, Al2O3 e TiO2, e a muscovita da fácies biotita-muscovita tonalito é enriquecida em MgO, Fe2O3, Al2O3 e TiO2 e empobrecida em Na2O e SiO2. Os valores de TiO2 da muscovita secundária é sempre inferior a 0,5%. Entretanto, a muscovita primária possui teores variáveis de TiO2, desde quase nulos a 1%. A cassiterita é euedral a subedral, maclada, zonada e com forte pleocroísmo, com composições muito puras, com o Sn substituído principalmente por Nb e Ta. O plagioclásio apresenta composição de albita-oligoclásio (Ab77-99An22-1Or1) nos monzogranitos e de albita (Ab90-99An10-0,6Or0,4) nos tonalitos e albititos. A apatita é classificada como fluorapatita e é interpretada como sendo ígnea. Dados de isótopos de oxigênio em pares de albita e cassiterita mostraram que os albititos foram cristalizados em temperatura que varia de 653 a 1016ºC. As composições isotópicas do fluido calculadas para os albititos, 9,17 a 9,35‰ para o albitito do garimpo Pelotas e 8,66 a 9,72‰ para o albitito do garimpo Boa Vista, sugerem fluido de origem magmática. Valores de 40Ar/39Ar em muscovita dos albititos do garimpo Boa Vista resultaram em idade-platô de 1996,55±12,96 Ma, interpretada como idade da cristalização da muscovita. Esses dados geocronológicos permitem propor que os albititos da área foram formados durante o Paleoproterozóico, sendo correlacionados às fases tardias do magmatismo da Suíte Aurumina (2,12-2,17 Ga – U-Pb em zircão). Os dados mineralógicos, geoquímicos, de química mineral e isotópicos obtidos permitiram classificar as mineralizações de Sn hospedadas em albititos dos garimpos Pelotas e Boa Vista como magmáticas, associadas a um sistema granítico peraluminosos rico em boro, do tipo LCT. Os dados aqui apresentados permitem concluir que os albititos estudados são de origem magmática, tendo sido formados por cristalização de um magma altamente sódico, sendo que esse magma muito evoluído passou por vários processos de cristalização fracionada. Os tonalitos e monzogranitos mostraram-se também relativamente ricos em Na2O, o que é evidenciado pela química do plagioclásio. Essa composição pode estar ligada ao baixo grau de fusão de rochas metassedimentares que deram origem a essas rochas. A ordem de cristalização sugerida para as rochas estudadas é monzogranito-tonalito-albitito. Os resultados obtidos no presente trabalho demonstram que, além de conter mineralização de estanho hidrotermal, hospedada em greisens e geneticamente associada ao magmatismo granítico intraplaca de aproximadamente 1,7 Ga, a Província Estanífera de Goiás possui concentrações econômicas de estanho magmáticas, hospedadas em albitito ígneo e formadas por cristalização fracionada de granitos peraluminosos da Suíte Aurumina, de aproximadamente 2,0Ga. Esses resultados, portanto, ampliam as possibilidades de fonte de estanho na Província Estanífera de Goiás e têm implicações para o potencial econômico da Província. Estudos experimentais ou petrológicos adicionais devem ser realizados para avaliar a existência de relação genética entre o magmatismo intraplaca e o magmatismo sincolisional e, por conseguinte, entre a concentração hidrotermal e a magmática de estanho na Província Estanífera de Goiás. Sugerem-se, ainda, estudos para verificar o papel dos xistos da Formação Ticunzal na gênese dos granitos peraluminosos e na fonte de estanho na Província Estanífera de Goiás.The tin-mineralized albitites from the Pelotas and Boa Vista artisanal mines, in the Goiás Tin Province (GTP), cut the granites and tonalities from the Aurumina Suite and schists from the Ticunzal Formation. The albitites consist of albite, quartz, cassiterite, apatite, K-feldspar and primary muscovite. Texturally they contain alignment of albite “laths” and snowball texture, interpreted as typical of albitites from magmatic origin. The tonalites, granites and schists were divided in facies: biotite-muscovite tonalite, muscovite-biotite tonalite, biotite-muscovite monzogranite, muscovite-biotite monzogranite, garnet-chlorite-biotite-quartz schist and graphite-chlorite schist. The albitites are metaluminous to peraluminous,while the granites and tonalites are strongly peraluminous. The albitites are enriched in Na2O, Al2O3 and P2O5, contain moderate levels of CaO and are depleted in K2O, TiO2, Fe2O3 and MgO. With respect to trace elements, they are enriched in Sn, Ta, Rb, Nb and Zr and depleted in Sr, Ba and Th. The albitites are enriched in light rare earth elements (LREE) in relation to heavy rare earth elements (HREE). Eu anomalies are absent or very smooth and slightly positive. The tonalites and monzogranites are enriched in Al2O3, TiO2, Fe2O3, MgO, CaO and K2O and depleted in Na2O, P2O5, SnO2, TaO2, Rb, Nb and Zr. The REE patterns for the granites and tonalite shows enrichment in LREE and depletion in HREE. Eu anomalies for the monzogranites are very discrete and can be slightly positive or negative. The tonalites have a pronounced positive Eu anomaly. Microprobe analyzes allowed classifying the biotite from the muscovite-biotite tonalite and biotite-muscovite monzogranite as siderophyllite, with Fe/(Fe + Mg) between 0.58 to 0.71 a.f.u. and AlIV content between 2.1 and 3.3 afu. It is compositionally classified as biotite from peraluminous granites. Muscovite from the albitites have high SiO2 and Na2O contents and low MgO, Fe2O3, Al2O3 and TiO2, while muscovite from the biotite-muscovite tonalite facies are enriched in MgO, Fe2O3, TiO2 and Al2O3 and depleted in Na2O and SiO2. The TiO2 values of secondary muscovite are always less than 0.5%. However, primary muscovite has variable amounts of TiO2, from almost zero to 1%. Cassiterite forms strongly pleochroic, twinned and zoned euhedral to subhedral crystals, and has very pure composition, with Sn being replaced mostly by Nb and Ta. Plagioclase has composition of albite-oligoclase (Ab77-99An22-1Or1) in monzogranites and of albite (Ab90-99An10-0,6Or0,4) in the tonalites and albitites. Apatite is classified as fluorapatite,and is interpreted as igneous. Oxygen isotope data in pairs of albite and cassiterite showed thatalbitites were crystallized in a temperature range of 653-1016°C. The isotopic compositions of the fluid calculated for the albitites, 9.17 to 9.35‰ for Pelotas mine and from 8.66 to 9.72‰ for the Boa Vista mine, suggest that the fluid is of magmatic origin. 40Ar/39Ar values obtained in muscovite from albitite of the Boa Vista mine resulted in plateau age of 1996.55 ± 12.96 Ma, interpreted as the crystallization age of the muscovite. This allows the proposition that albitites have been formed during the Paleoproterozoic, and can be correlated with the late stages of the Aurumina magmatic Suite (2.12 to 2.17 Ga - U-Pb zircon). The mineralogical, geochemical and isotopic data obtained in this research allow classify the tin mineralization hosted in the albitites of Pelotas and Boa Vista mines as magmatic, associated with a peraluminous granitic system rich in boron, of LCT type. The data presented here allow conclude that the studied albitites are of magmatic origin, formed by crystallization of a highly evolved and sodic magma, and which underwent various steps of fractional crystallization. Tonalites and monzogranites are also relatively rich in Na2O, which is evidenced by plagioclase chemistry. This composition may be related to low amount of fusion of the metasedimentary rocks that gave rise to these rocks. The crystallization order suggested for the studied rocks is monzogranite-tonalite-albitite. The results obtained in this study demonstrate that, besides containing hydrothermal tin mineralization, hosted in greisen and genetically associated with the granitic intraplate magmatism of approximately 1.7 Ga, the Goiás Tin Province has economic concentration of magmatic tin, hosted in igneous albitite formed by fractional crystallization of peraluminous granites from the Aurumina suite, of approximately 2.0 Ga. These results thus increase the possibilities of tin source in the Goiás Tin Province and have implications for the economic potential of the Province. Additional petrological or experimental studies are encouraged to evaluate the existence of genetic relationship between the intraplate and sin-colisional magmatism and, therefore, between hydrothermal and magmatic concentration of tin in the Goiás Tin Province. Further studies to verify the role of the Ticunzal Formation schists in the genesis of the peraluminous granites and tin in the Goiás Tin Province are also suggested.Moura, Márcia AbrahãoBotelho, Nilson FrancisquiniSirqueira, Ana Rita Félix2015-12-15T18:29:16Z2015-12-15T18:29:16Z2015-12-152014-10-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfSIRQUEIRA, Ana Rita Félix. Rochas albitizadas e albititos relacionados a mineralizações de estanho da Província Estanífera de Goiás: caracterização petrológica e gênese. 2014. xiv, 129 f., il. Dissertação (Mestrado em Geociências)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.http://repositorio.unb.br/handle/10482/18924http://dx.doi.org/10.26512/2014.10.D.18924A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-07-14T20:16:06Zoai:repositorio.unb.br:10482/18924Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-07-14T20:16:06Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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