Reações adversas em pacientes hospitalizados com doenças infecciosas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Escalante Saavedra, Pamela Alejandra
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.26512/2014.12.D.18003
Resumo: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2014.
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spelling Reações adversas em pacientes hospitalizados com doenças infecciosasDoenças infecciosasPacientes hospitalizadosReações adversas a medicamentos (RAM)Doenças infecciosas - pacientesPacientes hospitalizadosPacientes hospitalizados - reações adversas a medicamentos (RAM)FarmacovigilânciaDissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2014.As reações adversas a medicamentos (RAM) constituem um problema de saúde pública por sua influência sobre as taxas de morbidade e mortalidade e sobre os custos de saúde. Neste estudo observacional retrospectivo buscou-se caracterizar as RAM ocorridas em adultos hospitalizados com doenças infecciosas no Hospital Universitário de Brasília e determinar a frequência, distribuição e classificação das suspeitas dessas reações, identificar a conduta adotada para seu manejo e a evolução clínica dos pacientes, descrever os medicamentos envolvidos nas reações, estabelecer relações de causalidade e identificar os fatores predisponentes às suspeitas de RAM. Foram incluídos pacientes com doenças infecciosas hospitalizados na clínica médica do hospital no período de março de 2013 a março de 2014. Para diagnóstico de RAM, adotou-se a definição proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As reações foram identificadas nos formulários de notificação de suspeita de reações adversas e nas fichas de seguimento farmacoterapêutico e prontuários dos pacientes. Adicionalmente, foram revisados os resultados laboratoriais, as prescrições e os relatórios de dispensação de antirretrovirais, quando aplicáveis, para complementação das informações de uso de medicamentos. As descrições das suspeitas de RAM foram harmonizadas de acordo com a Terminologia de Reações Adversas da OMS. As suspeitas de reações foram classificadas, de acordo com Rawlins e Thompson, em tipo A e tipo B. Utilizou-se o algoritmo de Naranjo para estabelecer causalidades. Os medicamentos envolvidos nas suspeitas de RAM foram categorizados segundo a classificação Anatomical Therapeutic Chemical (ATC). Realizou-se análise estatística bivariada para comparar pacientes com RAM e sem RAM quanto a idade, sexo, diagnóstico de aids, terapia antirretroviral (TARV), tempo de hospitalização, reinternação, mudança de nível de complexidade de tratamento, presença de alergia e óbito. Empregou-se a razão de chances (odds ratio, OR) como medida de associação, com intervalo de confiança de 95% e grau de significância de 5% (p < 0,05). Dos 113 pacientes incluídos no estudo, 13 (11,5%) apresentaram 22 suspeitas de RAM (1,7 por paciente acometido). Entre os que tiveram RAM, houve predomínio de homens (9, ou 69%), idade inferior a 60 anos (12, ou 92%) e diagnóstico negativo de HIV/aids (9, ou 69%). Em sua maior parte, as reações suspeitas foram dermatológicas (7, ou 31%), hepatobiliares (4, ou 18%) e gastrintestinais (4, ou 18%). Em 21 (95%) dos casos, as RAM foram do tipo A (reações farmacológicas previsíveis). Houve envolvimento de medicamentos anti-infecciosos sistêmicos em 16 reações (72%). A relação causal entre a suspeita de RAM e o medicamento foi classificada como provável em seis (27%) dos eventos, possível em 15 (68%) e duvidosa em um (5%). Em 11 (84%) dos pacientes com suspeita de RAM, houve recuperação sem sequelas. Dois (16%) morreram em decorrência de qualquer causa. Os pacientes que morreram apresentaram chance aproximadamente nove vezes maior de ter tido RAM (OR = 8,91; IC = 1,14-69,67; p = 0,06). O tempo de hospitalização foi significativamente maior (p = 0,02) em pacientes com suspeita de RAM (mediana de 19 dias, intervalo de 2 a 77 dias) do que naqueles que não apresentaram RAM (mediana de 9 dias, intervalo de 2 a 81 dias). Idade (p = 0,17), sexo (OR = 1,1; IC = 0,24-2,5; p = 0,65), presença de aids (OR = 0,77; IC = 0,24-2,5; p = 0,65), uso de TARV (OR = 0,51; IC = 0,13-1,98; p = 0,25), reinternação (OR = 2,43; IC = 0,58-10,19; p = 0,2) e mudança de nível de complexidade de tratamento (OR = 2,2; IC = 0,53-9,14; p = 0,24) não se revelaram como fatores significativamente predisponentes a RAM. Nenhum dos pacientes que desenvolveram RAM tinha histórico de alergia. Identificar RAM e determinar sua causalidade podem contribuir para seu manejo mais adequado e influenciar o tempo de hospitalização. São ferramentas essenciais para monitorar a segurança do paciente e melhorar a qualidade do cuidado em saúde.Adverse drug reactions (ADRs) constitute a public-health problem, given their high morbidity and mortality rates and the increased healthcare costs incurred. This observational, retrospective study sought to describe ADRs that affected adult patients hospitalized for infectious diseases in the Hospital Universitário de Brasília, a teaching hospital located in Brazil’s capital city, classify suspected ADRs and determine their frequency and distribution, identify the approach adopted for its management and the clinical outcomes, describe the drugs implicated, establish causal links, and identify factors that predisposed to suspected ADRs. The study included patients hospitalized for infectious diseases at the hospital’s medical clinic from March 2013 to March 2014. ADR diagnosis was based on the definition proposed by the World Health Organization (WHO). Cases were identified by reviewing the reporting forms for suspected ADRs, drug therapy follow-up charts, and medical records. Additional data on drug use were collected by reviewing laboratory findings, prescriptions, and antiretroviral dispensing reports (when applicable). The descriptions of suspected ADRs were harmonized with the WHO Adverse Drug Reaction Terminology. The suspected reactions were categorized as type A and type B, according to Rawlins and Thompson’s criteria. The Naranjo algorithm was employed to establish causal links. The Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) classification was applied to categorize the drugs implicated in suspected cases. Bivariate statistical analysis was performed to compare patients with and without ADRs. The variables considered were age, sex, diagnosis of AIDS, antiretroviral therapy (ART), length of hospital stay, readmission, changes in treatment complexity level, presence of allergies, and death. Odds ratio was used as a measure of association, with a confidence interval of 95% and a significance level of 5% (p < 0.05). Of the 113 patients included in the study, 13 (11.5%) accounted for 22 episodes of suspected ADR (1.7 ADR per patient). Most patients with ADRs were male (9, or 69%), younger than 60 years (12, or 92%), and negative for AIDS (9, or 61%). Dermatological (7, or 31%), hepatobiliary (4, or 18%), and gastrointestinal reactions (4, or 18%) predominated. Type-A (predictable) pharmacological reactions accounted for 95% of cases (21). Systemic anti-infective agents were implicated in 60% of reactions (16). Causal links between suspected reactions and drugs were categorized as probable in six events (27%), possible in 15 (68%), and uncertain in one (5%). Eleven patients (84%) experienced clinical recovery without sequels. Two patients (16%) died, irrespective of cause. Patients who died were nine times more likely to have had ADRs (OR = 8.91; CI = 1.14-69.67, p = 0.06). Length of hospital stay was significantly (p = 0.02) longer for patients with suspected ADRs (median: 19 days; range: 2-77 days) than for those without ADRs (median: 9 days; range: 2-81 days). Age (p = 0.17), sex (OR = 1.1; Cl = 0.24-2.5; p = 0.65, presence of AIDS (OR = 0.77; CI = 0.24-2.5; p = 0.65), use of ART (OR = 0.51; CI = 0.13-1.98; p = 0.25), readmissions (OR = 2.43; CI = 0.58-10.19; p = 0.2), and changes in treatment complexity level (OR = 2.2; CI = 0.53-9.14; p = 0.24) were not found to be factors significantly predisposing to ADRs. No patients who developed ADRs had a history of allergies. By contributing to improved management of cases and influencing the length of hospital stay, the identification of ADRs and determination of their causal links constitute essential tools for monitoring patient safety and improving healthcare quality.Faculdade de Ciências da Saúde (FS)Programa de Pós-Graduação em Ciências da SaúdeToledo, Maria Inês deEscalante Saavedra, Pamela Alejandra2015-04-27T18:11:47Z2015-04-27T18:11:47Z2015-04-272014-12-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfESCALANTE SAAVEDRA, Pamela Alejandra. Reações adversas em pacientes hospitalizados com doenças infecciosas. 2014. 74 f., il. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.repositorio.unb.br/handle/10482/18003http://dx.doi.org/10.26512/2014.12.D.18003A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-02-06T20:49:07Zoai:repositorio.unb.br:10482/18003Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-02-06T20:49:07Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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