Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pacheco, Cíntia da Silva
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/17791
http://dx.doi.org/10.26512/2014.12.T.17791
Resumo: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2014.
id UNB_eeacfa74ac7938cc615e35ad7ab57b25
oai_identifier_str oai:repositorio2.unb.br:10482/17791
network_acronym_str UNB
network_name_str Repositório Institucional da UnB
repository_id_str
spelling Pacheco, Cíntia da SilvaCarvalho, Ana MariaScherre, Maria Marta Pereira2015-03-13T16:52:33Z2015-03-13T16:52:33Z2015-03-132014-12-11PACHECO, Cíntia da Silva. Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá). 2014. 311 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.http://repositorio.unb.br/handle/10482/17791http://dx.doi.org/10.26512/2014.12.T.17791Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2014.O objetivo desta pesquisa é identificar e analisar a entrada do pronome a gente na comunidade bilíngue uruguaia em Aceguá (fronteira Brasil-Uruguai) e verificar se esse fenômeno constitui um elemento ratificador da variedade do português uruguaio da fronteira e se aproxima do português brasileiro da fronteira e do restante do Brasil. A hipótese principal é de que se trata de uma mudança linguística recente na variedade do português uruguaio, mesmo porque até então não havia registros de a gente como pronome, mas apenas como item lexical, semelhante ao que acontece no espanhol (ELIZAINCÍN 1987, p. 85). O marco teórico da pesquisa é a Teoria da Variação, proposta por Labov (1972), a Teoria da Mudança Linguística, desenvolvida por Weinreich, Labov e Herzog (1968), e o estudo sobre o contato linguístico do ponto de vista da variação linguística, que tem como precursoras Poplack (1993) e posteriormente Meyerhoff (2009). A análise quantitativa dos dados, obtidos por meio de entrevistas, é feita através do novo pacote de programas Goldvarb-X (SANKOFF, 1988; SANKOFF, TAGLIAMONTE & SMITH, 2005). A análise é complementada com uma discussão sobre a identidade sociolinguística da fronteira a respeito da inserção do pronome a gente na comunidade uruguaia como sujeito discursivo sem ferir a identidade múltipla e fluida dos moradores da fronteira. O resultado estatístico indica que, no nível linguístico e social, o português brasileiro e o português uruguaio (sem os falantes categóricos de nós) são semelhantes quanto ao favorecimento do pronome sujeito a gente nos contextos de: (i) faixa etária jovem, (ii) sujeito explícito, (iii) referência genérica, (iv) dados de a gente precedidos de a gente, (v) tempo verbal do presente. A função sintática e a concordância verbal são analisadas apenas em percentagens, e o sexo não foi selecionado em nenhuma análise. O resultado aponta para uma diferença social e duas linguísticas. No primeiro caso, a análise uruguaia com todos os falantes mostra os adultos favorecendo o uso de a gente por questões de mobilidade social e pela existência de falantes categóricos. A diferença linguística está no tempo verbal, já que o pretérito perfeito sem neutralização favorece o uso de a gente na análise uruguaia e desfavorece na análise brasileira; e no tipo de referência, já que não é selecionada na análise uruguaia, mas é selecionada na análise brasileira. Portanto, os resultados obtidos apontam semelhanças e diferenças importantes nas duas comunidades de fala da fronteira Brasil-Uruguai, que as aproximam e as individualizam.This research aims at identifying and analyzing the use of pronoun a gente in uruguayan bilingual community of Aceguá (Brazilian-Uruguayan border), as well as verifying whether this phenomenon ratifies the uruguayan portuguese variety spoken in the borderland, and if it closes on the brazilian portuguese spoken there and on the one used elsewhere in Brazil. The main hypotheses points at this phenomenon as a linguistic change in the uruguayan portuguese variety, considering that there were no previous records of the use of a gente as a pronoun, but only as a lexical item, resembling what happens in the Spanish case (ELIZAINCÍN 1987, p. 85). The theoretical framework of this investigation is made up by the Variation Theory (LABOV, 1972), The Linguistic Change Theory (WINREICH, LABOV & HERZOG, 1968), and by the pioneer study of Poplack (1993) and more recent research of Meyerhoff (2009) on linguistic contact from the linguistic variation perspective. The quantitative analysis of data collected from interviews was made with the support of the newest Goldvarb-X program package (SANKOFF, 1988; SANKOFF, TAGLIAMONTE & SMITH, 2005). This analysis includes a discussion on sociolinguistic identity in the borderland, mainly about the insertion of a gente pronoun as a discursive subject in the uruguayan community, without hurting the multiple and fluid identity of the borderland neighbors. The statistical result indicates that, on the linguistic and social level, the brazilian portuguese and the uruguayan portuguese (excluding the categorical users of nós) equally favors the use of a gente subject pronoun in contexts of: (i) youngsters age group, (ii) explicit subject, (iii) generic reference (iv) a gente data proceeded by a gente, and (v) present verbal tense. The syntactic function and the verbal concordance are analyzed only on their percentages, and gender was not chosen in any round. The result points at one social diference and two linguistic ones. In the first case, the uruguayan analysis with all of the participants shows adults preferring the use of a gente due to social mobility and to the existence of categorical users. The linguistic differences have to do with the verbal tense because the perfect past without neutralization favors a gente in the uruguayan analysis, but not in the brazilian one, and with the type of reference, wich is not chosen in the uruguayan analysis, but in the brazilian one. Therefore, the results obtained indicate important similiarities and differences in the two speech communities of the Brazil-Uruguay, which approximates and individualizes them as well.El objetivo de esta investigación es identificar y analizar la entrada del pronombre a gente en la comunidad bilingüe uruguaya en Aceguá (frontera Brasil-Uruguay) y comprobar si ese fenómeno constituye un elemento ratificador de la variedad del portugués uruguayo de la frontera y se aproxima al portugués brasileño de esa zona y al del resto Brasil. La hipótesis principal ve ese fenómeno como un cambio lingüístico en la variedad del portugués uruguayo, porque no hay registros anteriores del uso de a gente como pronombre, sino solamente como elemento lexical, algo semejante a lo que sucede en español (ELIZAINCÍN 1987, p. 85). El marco teórico de este estudio está integrado por la Teoría de la Variación, propuesta por Labov (1972), la Teoría del Cambio Lingüístico, desarrollada por Weinreich, Labov y Herzog (1968), y el estudio pionero de Poplack (1993) sobre el contacto lingüístico desde la perspectiva de la variación lingüística, y la investigación posterior de Meyerhoff (2009) sobre ese asunto. El análisis cuantitativo de los datos recogidos por medio de entrevistas se hizo con el auxilio del nuevo paquete de programas Goldvarb-X (SANKOFF, 1988; SANKOFF, TAGLIAMONTE & SMITH, 2005). Ese análisis se completa con una discusión acerca de la identidad sociolingüística en la frontera en relación con la inserción del pronombre a gente en la comunidad uruguaya como sujeto discursivo sin menoscabar la identidad múltiple y fluida de los habitantes de la región fronteriza. El resultado estadístico indica que, en los niveles lingüístico y social, el portugués brasileño y el portugués uruguayo (excluyendo a los usuarios categóricos de nós) favorecen igualmente el uso del pronombre a gente en función de sujeto en los contextos de: (i) grupo etario joven, (ii) sujeto explícito, (iii) referencia genérica, (iv) datos de a gente precedidos de a gente, (v) tiempo verbal del presente. La función sintáctica y la concordancia verbal se analizan solo en porcentajes y el sexo no se seleccionó en ningun análisis. El resultado indica una diferencia social y dos lingüísticas. En el primer caso, el análisis uruguayo con todos los participantes muestra que prefieren el uso de a gente en razón de la movilidad social y de la existencia usuarios categóricos. Las diferencias lingüísticas se localizan, por un lado, en el tiempo verbal, puesto que el pretérito perfecto sin neutralización favorece al pronombre a gente en el análisis uruguayo, pero no en el brasileño y, por otro, en el tipo de referencia, ya que esta no se selecciona en el análisis uruguayo, pero sí en el brasileño. Por lo tanto, los resultados obtenidos indican similitudes y diferencias importantes en las dos comunidades de habla de la frontera Brasil-Uruguay, que las aproximan y las individualizan.Instituto de Letras (IL)Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (IL LIP)Programa de Pós-Graduação em LinguísticaA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessAlternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisContato linguísticoLíngua portuguesa - BrasilBrasil - Uruguaiporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBORIGINAL2014_CintiadaSilvaPacheco.pdf2014_CintiadaSilvaPacheco.pdfapplication/pdf3825190http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/17791/1/2014_CintiadaSilvaPacheco.pdfa7634165a8fa9dc6a456e7f6c0efcf72MD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain774http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/17791/2/license.txt59bec0ea19bc99a4044ec17618e2de53MD52open access10482/177912024-01-25 17:05:58.38open accessoai:repositorio2.unb.br:10482/17791TGljZW5zZSBncmFudGVkIGJ5IEFuYSBDcmlzdGluYSBCYXJib3NhIGRhIFNpbHZhIChhbm5hYmRzQGhvdG1haWwuY29tKSBvbiAyMDE1LTAzLTA5VDE2OjExOjQ4WiAoR01UKToKCkEgY29uY2Vzc8OjbyBkYSBsaWNlbsOnYSBkZXN0ZSBpdGVtIHJlZmVyZS1zZSBhbyB0ZXJtbyBkZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGltcHJlc3NvIGFzc2luYWRvIA0KcGVsbyBhdXRvciBjb20gYXMgc2VndWludGVzIGNvbmRpw6fDtWVzOg0KDQpOYSBxdWFsaWRhZGUgZGUgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgZGEgcHVibGljYcOnw6NvLCBhdXRvcml6byBhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBkZSBCcmFzw61saWENCiBlIG8gSUJJQ1QgYSBkaXNwb25pYmlsaXphciBwb3IgbWVpbyBkb3Mgc2l0ZXMgd3d3LmJjZS51bmIuYnIsIHd3dy5pYmljdC5iciwNCiBodHRwOi8vaGVyY3VsZXMudnRscy5jb20vY2dpLWJpbi9uZGx0ZC9jaGFtZWxlb24/bG5nPXB0JnNraW49bmRsdGQgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIA0KZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIGRlIGFjb3JkbyBjb20gYSBMZWkgbsK6IDk2MTAvOTgsIG8gdGV4dG8gaW50ZWdyYWwgZGEgb2JyYSBkaXNwb25pYmlsaXphZGEsDQogY29uZm9ybWUgcGVybWlzc8O1ZXMgYXNzaW5hbGFkYXMsIHBhcmEgZmlucyBkZSBsZWl0dXJhLCBpbXByZXNzw6NvIGUvb3UgZG93bmxvYWQsIGEgdMOtdHVsbyBkZSANCmRpdnVsZ2HDp8OjbyBkYSBwcm9kdcOnw6NvIGNpZW50w61maWNhIGJyYXNpbGVpcmEsIGEgcGFydGlyIGRlc3RhIGRhdGEuBiblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestopendoar:2024-01-25T20:05:58Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.en.fl_str_mv Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá)
title Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá)
spellingShingle Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá)
Pacheco, Cíntia da Silva
Contato linguístico
Língua portuguesa - Brasil
Brasil - Uruguai
title_short Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá)
title_full Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá)
title_fullStr Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá)
title_full_unstemmed Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá)
title_sort Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá)
author Pacheco, Cíntia da Silva
author_facet Pacheco, Cíntia da Silva
author_role author
dc.contributor.advisorco.none.fl_str_mv Carvalho, Ana Maria
dc.contributor.author.fl_str_mv Pacheco, Cíntia da Silva
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Scherre, Maria Marta Pereira
contributor_str_mv Scherre, Maria Marta Pereira
dc.subject.keyword.en.fl_str_mv Contato linguístico
Língua portuguesa - Brasil
Brasil - Uruguai
topic Contato linguístico
Língua portuguesa - Brasil
Brasil - Uruguai
description Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2014.
publishDate 2014
dc.date.submitted.none.fl_str_mv 2014-12-11
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2015-03-13T16:52:33Z
dc.date.available.fl_str_mv 2015-03-13T16:52:33Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2015-03-13
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv PACHECO, Cíntia da Silva. Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá). 2014. 311 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unb.br/handle/10482/17791
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv http://dx.doi.org/10.26512/2014.12.T.17791
identifier_str_mv PACHECO, Cíntia da Silva. Alternância nós e a gente no português brasileiro e no português uruguaio da fronteira Brasil - Uruguai (Aceguá). 2014. 311 f., il. Tese (Doutorado em Linguística)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
url http://repositorio.unb.br/handle/10482/17791
http://dx.doi.org/10.26512/2014.12.T.17791
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UnB
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Repositório Institucional da UnB
collection Repositório Institucional da UnB
bitstream.url.fl_str_mv http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/17791/1/2014_CintiadaSilvaPacheco.pdf
http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/17791/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv a7634165a8fa9dc6a456e7f6c0efcf72
59bec0ea19bc99a4044ec17618e2de53
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801864202740039680