Comportamento distinto dos sorotipos do fator reumatoide em avaliação seriada de pacientes com artrite reumatoide inicial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mota, Licia Maria Henrique da
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Santos Neto, Leopoldo Luiz dos, Burlingame, Rufus, Laurindo, Ieda Maria Magalhães
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/2252
Resumo: Introdução: O fator reumatoide (FR), apesar de suas limitações, ainda é o marcador sorológico mais utilizado para diagnóstico da artrite reumatoide (AR) inicial. Há controvérsias sobre sensibilidade, especificidade, correlação com prognóstico radiológico e variação ao longo do tempo dos títulos dos sorotipos IgG, IgM e IgA. Objetivo: Avaliar o comportamento dos diferentes sorotipos de FR (IgG, IgM e IgA), em avaliações seriadas, e sua correlaçãocom a ocorrência de erosões radiográficas. Pacientes e métodos: Foram avaliados 40 pacientes com o diagnóstico de AR inicial (menos de 12 meses de sintomas) durante três anos de acompanhamento. A titulação dos sorotipos de FR foi feita por ELISA, na avaliação inicial, e seriadamente ao longo de 36 meses. Aplicou-se um modelo de regressão de efeitos mistos, considerando-se como desfecho a ocorrência de erosões radiográficas (radiografia de mãos e punhos, pés e tornozelos anuais). Resultados: Na avaliação inicial, 30%, 42,5% e 50% dos pacientes foram positivos para FR IgG, IgA e IgM, respectivamente. Os títulos de FR IgA e FR IgM foram maiores nos pacientes que apresentaram erosões radiográficas durante o acompanhamento (10-220 UI/dL contra 0 a 10 UI/dL nos pacientes sem erosões, P < 0,05). Os títulos de FR IgM e IgG não variaram ao longo dos três anos de acompanhamento. Por outro lado, em relação aos títulos de FR IgA houve uma tendência linear positiva ascendente significativa (P = 0,0013) apenas no grupo que apresentou erosões radiográficas. Conclusão: 1) Pesquisa dos sorotipos FR IgA e FR IgG não aumenta a frequência de positividade do FR e, portanto, não contribui para o diagnóstico de AR; 2) a estabilidade observada do FR IgM ao longo do tempo não justifica solicitações repetidas do FR durante a evolução da AR; 3) títulos mais altos de FR IgA e FR IgM são observados nos pacientes mais graves, com erosões radiográficas; 4) FR IgA apresenta um comportamento claramente distinto nos pacientes que apresentam ou não erosões radiográficas, o que pode ter implicações na fisiopatogenia e na avaliação prognóstica da doença.
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