Para uma ética e uma política que vem: a figura do muçulmano nos campos de concentração
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Profanações |
Texto Completo: | http://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1138 |
Resumo: | Através de inúmeros testemunhos de sobreviventes dos campos de concentração, Giorgio Agamben, na obra: “O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha” constata a existência de uma lacuna. Para o filósofo italiano há um hiato na compreensão que a contemporaneidade tem sobre as implicâncias éticas e políticas dos campos. O vazio que habita a nossa compreensão é a ausência do testemunho do muçulmano, a testemunha integral dos campos de concentração. O muçulmano é o prisioneiro comum que passou pelos campos e o vivenciou em toda a sua violência, sendo submetido a uma condição de abando pelo grupo e pela linguagem. A partir deste ponto Agamben passa a questionar em que media tal figura pode reclamar a condição de humano, mas, mais do que isso, apontando para o risco que a solapa: ao considerar o muçulmano um não-homem, então temos que definir o que é o homem, por extensão, nos deparamos com as dificuldades de operacionalizar tal tarefa. Em não havendo limites claros entre o humano e o não-humano, o poder soberano é quem passa a definir a partir de suas vontades e critérios. Nesses termos, o problema que se coloca à ética que vem é a tensão de abarcar em seu seio a figura extrema que habita o humano – o muçulmano. |
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Para uma ética e uma política que vem: a figura do muçulmano nos campos de concentraçãoTestemunho. Muçulmano. Ética que vem.Através de inúmeros testemunhos de sobreviventes dos campos de concentração, Giorgio Agamben, na obra: “O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha” constata a existência de uma lacuna. Para o filósofo italiano há um hiato na compreensão que a contemporaneidade tem sobre as implicâncias éticas e políticas dos campos. O vazio que habita a nossa compreensão é a ausência do testemunho do muçulmano, a testemunha integral dos campos de concentração. O muçulmano é o prisioneiro comum que passou pelos campos e o vivenciou em toda a sua violência, sendo submetido a uma condição de abando pelo grupo e pela linguagem. A partir deste ponto Agamben passa a questionar em que media tal figura pode reclamar a condição de humano, mas, mais do que isso, apontando para o risco que a solapa: ao considerar o muçulmano um não-homem, então temos que definir o que é o homem, por extensão, nos deparamos com as dificuldades de operacionalizar tal tarefa. Em não havendo limites claros entre o humano e o não-humano, o poder soberano é quem passa a definir a partir de suas vontades e critérios. Nesses termos, o problema que se coloca à ética que vem é a tensão de abarcar em seu seio a figura extrema que habita o humano – o muçulmano.Universidade do Contestado (UnC)2016-12-20info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos Paresapplication/pdfhttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/113810.24302/prof.v3i2.1138Profanações; v. 3 n. 2 (2016); 65-822358-612510.24302/prof.v3i2reponame:Profanaçõesinstname:Universidade do Contestado (UNC)instacron:UNCporhttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1138/696Bazzanella, Sandro LuizAndrade, Paulo Flávioinfo:eu-repo/semantics/openAccess2016-12-20T01:25:24Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/1138Revistahttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/PRIhttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/oai||sandro@unc.br2358-61252358-6125opendoar:2016-12-20T01:25:24Profanações - Universidade do Contestado (UNC)false |
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