"Pretendemos ensinar bem os moços [...] aprendendo pouco a pouco a lingua para que entremos pelo sertão dentro": Gestão das línguas e as relações de ensino na América portuguesa (1549-1560)
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB |
Texto Completo: | https://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/5023 |
Resumo: | Desde a chegada dos portugueses à América, a língua portuguesa vem sendo introduzida nas terras “descobertas” desse lado de cá do Atlântico Sul. Nesses primeiros séculos da conquista e colonização, podem-se observar os contatos linguísticos do português com as línguas indígenas, africanas e, mais para meados do século XIX, as de imigração, além das interferências advindas da atuação da Companhia de Jesus, até meados do século XVIII. Fundamentando-se na História Social Linguística do Brasil em diálogo com a História Social da Cultura Escrita, essa monografia tem como objetivo apresentar uma análise da atuação dos jesuítas nos primeiros anos de missão catequética, bem como o funcionamento da gestão linguística durante este período e as relações de ensino havidas na América portuguesa, através de sistematizações de documentos presentes na obra intitulada de Cartas do Brasil (1549-1560), que constituiu o corpus da pesquisa. Para análise da documentação, foi-se utilizado o método indiciário, proposto por Ginzburg ([1989] 2014) e leituras e interpretações a contra, nos termos de Benjamin ([1940] 2012). O aporte teórico desta pesquisa parte das questões discutidas por Mattos e Silva (1998, 2004), Souza (2019), Saviani (2013), Calvet (2007), entre outros. A partir da análise documental, constatou-se como ocorreram os primeiros contatos dos povos originários da costa com os falantes da língua portuguesa através do ensino da doutrina cristã, da leitura e da escrita, além disso mapearam-se outras práticas de políticas e de planejamento linguístico, como a construção dos primeiros colégios jesuíticos, o uso de intérpretes para mediar os primeiros contatos e a atuação de mulheres, órfãos e mamelucos nos processos de instrução. Dessa forma, com esse trabalho, caminhos são abertos para uma maior compreensão dos processos linguísticos e educacionais que estão na gênese da formação do português brasileiro e das relações de ensino no Brasil. |
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"Pretendemos ensinar bem os moços [...] aprendendo pouco a pouco a lingua para que entremos pelo sertão dentro": Gestão das línguas e as relações de ensino na América portuguesa (1549-1560)"We intend to teach the young people well [...] learning the language little by little so that we can enter the hinterland": Language management and teaching relations in Portuguese America (1549-1560).Sócio-história Políticas linguísticasAmérica portuguesaCompanhia de JesusDesde a chegada dos portugueses à América, a língua portuguesa vem sendo introduzida nas terras “descobertas” desse lado de cá do Atlântico Sul. Nesses primeiros séculos da conquista e colonização, podem-se observar os contatos linguísticos do português com as línguas indígenas, africanas e, mais para meados do século XIX, as de imigração, além das interferências advindas da atuação da Companhia de Jesus, até meados do século XVIII. Fundamentando-se na História Social Linguística do Brasil em diálogo com a História Social da Cultura Escrita, essa monografia tem como objetivo apresentar uma análise da atuação dos jesuítas nos primeiros anos de missão catequética, bem como o funcionamento da gestão linguística durante este período e as relações de ensino havidas na América portuguesa, através de sistematizações de documentos presentes na obra intitulada de Cartas do Brasil (1549-1560), que constituiu o corpus da pesquisa. Para análise da documentação, foi-se utilizado o método indiciário, proposto por Ginzburg ([1989] 2014) e leituras e interpretações a contra, nos termos de Benjamin ([1940] 2012). O aporte teórico desta pesquisa parte das questões discutidas por Mattos e Silva (1998, 2004), Souza (2019), Saviani (2013), Calvet (2007), entre outros. A partir da análise documental, constatou-se como ocorreram os primeiros contatos dos povos originários da costa com os falantes da língua portuguesa através do ensino da doutrina cristã, da leitura e da escrita, além disso mapearam-se outras práticas de políticas e de planejamento linguístico, como a construção dos primeiros colégios jesuíticos, o uso de intérpretes para mediar os primeiros contatos e a atuação de mulheres, órfãos e mamelucos nos processos de instrução. Dessa forma, com esse trabalho, caminhos são abertos para uma maior compreensão dos processos linguísticos e educacionais que estão na gênese da formação do português brasileiro e das relações de ensino no Brasil.Since the arrival of the Portuguese in America, the Portuguese language has been introduced in the lands "discovered" on this side of the South Atlantic. In these first centuries of conquest and colonization, one can observe the linguistic contacts of Portuguese with indigenous, African and, more towards the middle of the 19th century, immigration languages, as well as the interferences arising from the action of the Society of Jesus, until the middle of the 18th century. Based on the Social Linguistic History of Brazil in dialogue with the Social History of Written Culture, this monograph aims to present an analysis of the performance of the Jesuits in the first years of catechetical mission, as well as the functioning of linguistic management during this period and the teaching relations that existed in Portuguese America, through systematizations of documents present in the work entitled Letters from Brazil (1549-1560), which constituted the corpus of the research. For the analysis of the documentation, the indicial method, proposed by Ginzburg ([1989] 2014) and readings and interpretations against, in Benjamin's terms ([1940] 2012), was used. The theoretical contribution of this research is based on the issues discussed by Mattos e Silva (1998, 2004), Souza (2019), Saviani (2013), Calvet (2007), among others. From the documentary analysis, it was verified how the first contacts of the original peoples of the coast with the speakers of the Portuguese language occurred through the teaching of Christian doctrine, reading and writing, in addition to mapping other practices of linguistic policies and planning, such as the construction of the first Jesuit colleges, the use of interpreters to mediate the first contacts and the performance of women, orphans and mamelukes in the instruction processes. Thus, with this work, paths are opened for a greater understanding of the linguistic and educational processes that are at the genesis of the formation of Brazilian Portuguese and teaching relations in Brazil.Universidade do Estado da BahiaSouza, Pedro Daniel dos SantosSobral, Lícia da SilvaNascimento, Hérvickton de OliveiraPereira, Liliane Gomes2024-01-11T14:04:52Z2024-01-11T14:04:52Z2023-12-11info:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfPEREIRA, Liliane Gomes. "Pretendemos ensinar bem os moços [...] aprendendo pouco a pouco a lingua para que entremos pelo sertão dentro": Gestão das línguas e as relações de ensino na América portuguesa (1549-1560). 2023. 71f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras) - Universidade do Estado da Bahia, Eunápolis, 2023.https://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/5023porinfo:eu-repo/semantics/openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/reponame:Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEBinstname:Universidade do Estado da Bahia (UNEB)instacron:UNEB2024-06-12T15:34:43Zoai:saberaberto.uneb.br:20.500.11896/5023Repositório InstitucionalPUBhttps://saberaberto.uneb.br/server/oai/requestrepositorio@uneb.br || sisb@uneb.bropendoar:2024-06-12T15:34:43Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)false |
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Desde a chegada dos portugueses à América, a língua portuguesa vem sendo introduzida nas terras “descobertas” desse lado de cá do Atlântico Sul. Nesses primeiros séculos da conquista e colonização, podem-se observar os contatos linguísticos do português com as línguas indígenas, africanas e, mais para meados do século XIX, as de imigração, além das interferências advindas da atuação da Companhia de Jesus, até meados do século XVIII. Fundamentando-se na História Social Linguística do Brasil em diálogo com a História Social da Cultura Escrita, essa monografia tem como objetivo apresentar uma análise da atuação dos jesuítas nos primeiros anos de missão catequética, bem como o funcionamento da gestão linguística durante este período e as relações de ensino havidas na América portuguesa, através de sistematizações de documentos presentes na obra intitulada de Cartas do Brasil (1549-1560), que constituiu o corpus da pesquisa. Para análise da documentação, foi-se utilizado o método indiciário, proposto por Ginzburg ([1989] 2014) e leituras e interpretações a contra, nos termos de Benjamin ([1940] 2012). O aporte teórico desta pesquisa parte das questões discutidas por Mattos e Silva (1998, 2004), Souza (2019), Saviani (2013), Calvet (2007), entre outros. A partir da análise documental, constatou-se como ocorreram os primeiros contatos dos povos originários da costa com os falantes da língua portuguesa através do ensino da doutrina cristã, da leitura e da escrita, além disso mapearam-se outras práticas de políticas e de planejamento linguístico, como a construção dos primeiros colégios jesuíticos, o uso de intérpretes para mediar os primeiros contatos e a atuação de mulheres, órfãos e mamelucos nos processos de instrução. Dessa forma, com esse trabalho, caminhos são abertos para uma maior compreensão dos processos linguísticos e educacionais que estão na gênese da formação do português brasileiro e das relações de ensino no Brasil. |
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