Ser e não ver/ver e não ser: a questão racial e o silêncio no colégio estadual de Junco
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/20.500.11896/1828 |
Resumo: | Este texto apresenta os resultados da pesquisa desenvolvida no âmbito do Colégio Estadual de Junco, que buscou investigar o silêncio pedagógico e institucional sobre os temas relacionados às questões étnico-raciais em seu espaço e a relação deste silêncio na percepção da identidade racial dos alunos que compõem sua clientela, através de um estudo de caso utilizando os instrumentos e técnicas da etnometodologia e da pesquisa participante, bem como a pesquisa documental. Constatamos através dos discursos do alunado, presentes em questionários de pesquisa, que existe realmente uma ausência desses temas nas ações do Colégio, e que a situação do aluno afrodescendente não é levada em consideração dentro do trabalho pedagógico do CEJ. Tal situação, também verificada nos documentos institucionais, nos leva a afirmar que a Lei 10.639\03 não se efetiva na unidade, colaborando para que situações de discriminação e preconceitos ainda sejam veiculadas através de discursos e silêncios no espaço escolar, contribuindo para o processo de negação desses alunos acerca de sua própria identidade. Buscamos, no texto, apresentar revisão bibliográfica ancorada em pesquisas e autores que discutem as relações étnico raciais como Munanga (1994, 1996, 2004) Gomes (2003, 2005), Cavalleiro (2003, 2005), os processos de reconhecimento da identidade cultural com Hall (2003,2004), Ferreira (2009) ,e os conceitos de cultura escolar como Barroso (1996), Viñao Frago (2000) e Julia (2001) buscando a compreensão de como se elaboram e sistematizam as construções sobre as diferenças raciais, e, de que forma são representadas no espaço escolar, as contribuições da população e da cultura negra na formação do país. Pretendemos, dessa forma, articular as noções de identidade racial dos sujeitos com a percepção do espaço da escola como território de construção de representações e identidades coletivas. Entendemos o espaço do Colégio Estadual de Junco, como um organismo único, que recebe e reproduz, através de seus alunos, o todo cultural no qual se insere e, percebemos que o discurso isonômico muito interfere no complexo processo de construção das identidades e nas relações estabelecidas entre os sujeitos. Acreditamos que, a partir deste trabalho, teremos possibilidade de colaborar com uma nova postura política diante da questão racial no lócus da pesquisa, contribuindo com a efetivação das Leis 10.639\03 e 11.645/08, na medida em que trazemos ao espaço escolar a visão plural diante da questão racial, e a compreensão dos desdobramentos desta com as questões sociais, culturais, históricas e políticas de nosso alunado. |
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Ser e não ver/ver e não ser: a questão racial e o silêncio no colégio estadual de JuncoBeing and not seeing/seeing and not being: the racial issue and silence at the Junco state schoolIdentidadeRelações étnico-raciaisEste texto apresenta os resultados da pesquisa desenvolvida no âmbito do Colégio Estadual de Junco, que buscou investigar o silêncio pedagógico e institucional sobre os temas relacionados às questões étnico-raciais em seu espaço e a relação deste silêncio na percepção da identidade racial dos alunos que compõem sua clientela, através de um estudo de caso utilizando os instrumentos e técnicas da etnometodologia e da pesquisa participante, bem como a pesquisa documental. Constatamos através dos discursos do alunado, presentes em questionários de pesquisa, que existe realmente uma ausência desses temas nas ações do Colégio, e que a situação do aluno afrodescendente não é levada em consideração dentro do trabalho pedagógico do CEJ. Tal situação, também verificada nos documentos institucionais, nos leva a afirmar que a Lei 10.639\03 não se efetiva na unidade, colaborando para que situações de discriminação e preconceitos ainda sejam veiculadas através de discursos e silêncios no espaço escolar, contribuindo para o processo de negação desses alunos acerca de sua própria identidade. Buscamos, no texto, apresentar revisão bibliográfica ancorada em pesquisas e autores que discutem as relações étnico raciais como Munanga (1994, 1996, 2004) Gomes (2003, 2005), Cavalleiro (2003, 2005), os processos de reconhecimento da identidade cultural com Hall (2003,2004), Ferreira (2009) ,e os conceitos de cultura escolar como Barroso (1996), Viñao Frago (2000) e Julia (2001) buscando a compreensão de como se elaboram e sistematizam as construções sobre as diferenças raciais, e, de que forma são representadas no espaço escolar, as contribuições da população e da cultura negra na formação do país. Pretendemos, dessa forma, articular as noções de identidade racial dos sujeitos com a percepção do espaço da escola como território de construção de representações e identidades coletivas. Entendemos o espaço do Colégio Estadual de Junco, como um organismo único, que recebe e reproduz, através de seus alunos, o todo cultural no qual se insere e, percebemos que o discurso isonômico muito interfere no complexo processo de construção das identidades e nas relações estabelecidas entre os sujeitos. Acreditamos que, a partir deste trabalho, teremos possibilidade de colaborar com uma nova postura política diante da questão racial no lócus da pesquisa, contribuindo com a efetivação das Leis 10.639\03 e 11.645/08, na medida em que trazemos ao espaço escolar a visão plural diante da questão racial, e a compreensão dos desdobramentos desta com as questões sociais, culturais, históricas e políticas de nosso alunado.This text brings the results of the research developed at the State School of Junco (CEJ), which looked at the pedagogic and institutional silence on the themes related to the ethnicracial subjects in his/her space and the relationship of this silence in the perception of the students' racial identity that you/they compose his/her clientele, through a case study using the instruments and techniques of the ethnomethodology and of the participant research, as well as the documentary method. We verified through the speeches of the students, present in research questionnaires, that an absence of those themes in the actions of the School really exists, and that the situation of the student African-descending is not taken into account inside of the pedagogic work of CEJ. Such situation, also verified in the institutional documents, in the group to affirm that the Law No. 10.639\03 is not executed in the unit, collaborating so that discrimination situations and prejudices are still transmitted through speeches and silences in the school space, contributing to the process of those students' denial concerning his/her own identity. We aimed, in the text, to present bibliographical revision anchored in research and authors discussing the racial ethnic relationships such as Munanga (1994, 1996 2004) Gomes (2003, 2005), Cavalleiro (2003, 2005), the processes of recognition of the cultural identity with Hall (2003, 2004), Ferreira (2009), and the concepts of school culture as Clayish (1996), Viñao Frago (2000) and Julia (2001) having as intention the understanding of as they are elaborated and they systematize the constructions on the racial differences, and, that forms are acted, in the school space, the contributions of the population and of the black culture in the formation of the country. We intended, in that way, to articulate the notions of racial identity of the subject with the perception of the space of the school as territory of construction of representations and collective identities. We understood the space of the CEJ, as an only organism, that receives and it reproduces, through their students, the all cultural in which interferes, and we noticed that the speech isonomic, a lot interferes in the compound process of construction of the identities and in the established relationships among the subjects. We believed that, starting from this work, we will have possibility to collaborate with a new political posture before the racial subject in the locus of the research, contributing with the tenure of the Laws No. 10.639\03 and 11.645/08, in the measure in that we bring to the school space the plural vision before the racial subject, and the understanding of the unfolding’s of this with the subjects social, cultural, historical and politics of our students.Miranda, Carmélia Aparecida SilvaSoares, Cecília Conceição MoreiraBarros, Zelinda dos SantosLopes, Renata Freitas2021-08-12T20:20:34Z2021-08-12T20:20:34Z2018info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfLOPES, Renata Freitas. Ser e não ver/ ver e não ser: a questão racial e o silêncio no colégio estadual de Junco. Orientadora: Carmélia Aparecida Silva Miranda. 2018. 202f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Educação e Diversidade da Universidade do Estado da Bahia, MPED. Departamento de Ciências Humanas – Campus IV. Universidade do Estado da Bahia, 2018.http://hdl.handle.net/20.500.11896/1828porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEBinstname:Universidade do Estado da Bahia (UNEB)instacron:UNEB2024-05-09T03:00:29Zoai:saberaberto.uneb.br:20.500.11896/1828Repositório InstitucionalPUBhttps://saberaberto.uneb.br/server/oai/requestrepositorio@uneb.br || sisb@uneb.bropendoar:2024-05-09T03:00:29Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)false |
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