APRESENTAÇÃO DOSSIÊ ESTAR VIVO: APRENDER

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rigue, Fernanda Monteiro
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Dalmaso, Alice Copetti
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Criar Educação
Texto Completo: https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/criaredu/article/view/6356
Resumo: O Dossiê Estar vivo: aprender, Volume 9, Número 3, da revista Criar, emerge dos desassossegos em que as situações e forças mundiais contemporâneas têm colocado a todos nós, solicitando-nos um intervalo-suspensão, convidando-nos a resingularizarmos em nós novas configurações sociais, econômicas, relacionais, educacionais, novos modos de existir. Pensamos que aí reside alguma coisa que talvez não saibamos nomear ainda, devires que tratam de processos de aprendizagens em curso, na obscuridade de não saber, afinal, o que se está aprendendo enquanto habitamos a intensa zona de indeterminação atual, verdadeiras passagens vivas, fluxos que não se pode deter, acontecimentos que chamam e perduram.Estar vivo tem sido, entre tantas coisas, um processo de aprender a ler o mundo. O que o mundo tem nos pedido, aconselhado? Como a nossa casa, as pessoas, a escola, as crianças, os velhos, a fome, as matas e os animais, as chuvas, os ventos, a doença, os vírus, a morte, músicas, obras, seres humanos e não-humanos, coisas de toda ordem e lugar, com as quais habitamos a nossa existência, tem nos convocado a entrar numa relação de aprender? Como nos tornamos capazes de responder ao que o mundo vem nos dizendo? Qual o apelo que tem chegado até nós, pedindo criações micro corporais e subjetivas de nossos gestos, palavras, ações? Como tornar matéria de expressão esse aprender indeterminado e aberto? Como, afinal, isso nos leva a dar a ver e dizer sobre educação?Concebemos o estar vivo como um processo ininterrupto de criação, fabricação de si, inesgotável potência de aprendizagem. Os ecos desses processos são por vezes silenciosos, esquecidos, invisibilizados e perturbadores, porém, carregados de potência, de uma força multifacetada de alianças impensadas com o que quer que seja. Desejamos aqui que os sons das palavras desse viver-aprender chegue como um chamado a produzir uma inédita relação de composição com as palavras, conceitos, ideias, pensamentos, seres visíveis e invisíveis que habitam os textos dos autores e autoras deste material. Assim, ainda que sozinhas/os, estaremos ativas/os, deslizando sob as fronteiras, encontrando respiros, debruçando-nos pelas bordas, criando e brincando pelas superfícies.Apostamos na co-participação, escuta e atenção com a multiplicidade de perspectivas trazidas deste Dossiê, ampliando os meandros relativos aos infinitos processos de aprendizagens que podemos testemunhar. Por fim, o Dossiê, como uma grande extensão de nosso corpo - território que sente, pensa, age, experimenta a si mesmo - deseja que os estudos e pesquisas apresentados possam mover infinitos processos, autoconstitutivos, de aprender-criar-estar-vivo, evocando, em todos nós, novas maneiras de habitar o mundo e a educação.
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