Apresentação: Dossiê: Poder, Mídia e Democracia: usos e abusos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mustafá , Izani
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Mitozo , Isabele
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Desenvolvimento Socioeconômico em Debate
Texto Completo: https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/RDSD/article/view/7665
Resumo: A edição de número 1 de 2022, da Revista Desenvolvimento Socioeconômico em Debate (RDSD), do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioeconômico da UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense (Mestrado & Doutorado), foi produzida e publicada num momento político e social histórico. Esta edição conta com o Dossiê Temático: Poder, Mídia e Democracia: usos e abusos, que de sua chamada para os artigos, em 1º de julho de 2022, até a finalização das revisões, abarcou o processo eleitoral do Brasil, momento no qual as Fake News ganharam espaço nas redes sociais e nos canais de conversa como WhatsApp e Telegram, em uma guerra de informações nas mídias tradicionais, incluindo o espaço das propagandas eleitorais gratuitas no rádio e na televisão. O dossiê conta com cinco artigos que refletem sobre os últimos anos do Brasil, inseridos em um contexto histórico, no qual fica claro que, infelizmente, a mídia, compreendida como espaço que reúne todos os meios de comunicação – jornal, rádio, televisão, revista, internet – foi e continua sendo um importante instrumento utilizado para legitimar e/ou desestruturar posições nos campos da economia, da política e da cultura. É, sem dúvida, um espaço de disputa de poder. A primeira pesquisa O “mundo cão” e a tropa de elite: a discriminação da violência sagrada e da violência profana, do mestre Leonardo Corrêa Figueira (UFF) e doutor Marcos e Alexandre dos Santos Albuquerque (UERJ), analisa o longa-metragem Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010), do diretor José Padilha, a partir dos conceitos de “violência profana” e violência sagrada”. Os autores observam atentamente como a discriminação está presente em alguns personagens. De um lado estão os que são éticos e se consideram moralmente corretos e podem, assim, praticar a violência de caráter sagrado. Do outro lado estão os corruptos e imorais que praticam a violência de caráter profano. Dois tipos de violências e sem justificativas. Maquiavel e Foucault estão entre os autores que contribuem para a compreensão do maniqueísmo presente na sociedade real e nos programas de televisão sensacionalistas que focam no mundo cão a partir das denúncias e opiniões dos seus apresentadores, sempre cheios de preconceitos e discriminação.   O artigo Ressurge a Democracia? A influência da mídia no processo político brasileiro, da mestra Jéssica Maria Bertoli (UFA) e do professor Luiz Antonio Staub Mafra (UFA), utiliza a metodologia da Análise do Discurso, embasado em Fairclough, para estudar dois editorais do Grupo Globo: um de apoio ao regime militar brasileiro (1964) e outro de retratação a esse apoio (2013). Os pesquisadores inserem esses discursos em três categorias de análise e concluem, por exemplo, que a empresa faz uma tentativa de aproximação com seu público, que a partir de fatos históricos tenta justificar o seu posicionamento e deixa aberto como a mídia hegemônica pode e tem uma fala parcial e tendenciosa. Olhando para o cenário atual, eles identificam que casos como esses podem se repetir, principalmente porque não há uma regulamentação dos meios de comunicação. Meios que são concessões públicas e não empresas privadas e, por isso, têm uma função social dentro da sociedade, informando com ética e responsabilidade os fatos do cotidiano. No entanto, ao longo do artigo, os autores identificam a continuação do uso político das mídias e a interferência política presente nas narrativas dos acontecimentos. Mesmo que elas sejam contra a Democracia e em defesa do Grupo. No terceiro artigo, A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) nas páginas do jornal O Globo, o mestre Ramon Lamoso de Gusmão (Universidade Nova de Lisboa) faz uma análise do jornal brasileiro O Globo na cobertura da Guerra Civil Espanhola que aconteceu entre os anos de 1936 e 1939. A história do tempo presente tem sido contestada pelo revisionismo e perdeu força em 2020 quando o governo espanhol apresentou o projeto de Lei da Memória Democrática, substituindo a Lei de Memória Histórica, de 2007. O objetivo é reconhecer e reparar as vítimas dessa guerra e da ditadura franquista. Com a possibilidade de analisar o acervo digitalizado, portanto disponível na internet, o pesquisador faz um estudo detalhado das publicações produzidas por um veículo conservador, no período de 18 de julho de 1936 a 1º de abril de 1939. Para isso, examina o seu objeto a partir de quatro aspectos: o anticomunismo dos nacionalistas; o anticlericalismo dos republicanos; o envolvimento das potências estrangeiras; e o bombardeio de Guernica. De acordo com o autor, essa escolha está fundamentada em autores que estudaram e relataram a história da Guerra Civil. No artigo O papel da imprensa escrita na defesa do programa de desestatização do Governo Figueiredo (1979-1985), a doutoranda Valesca de Souza Almeida (UFF) pesquisa como a imprensa escrita defendeu com entusiasmo o programa de desestatização de empresas realizado pelo último governo da ditatura militar brasileira, do general João Baptista Figueiredo (1979-1985). Ela chama atenção do poder massivo que os meios de comunicação exercem e agem, em alguns momentos, a favor ou contra a Democracia a partir da forma como seus conteúdos são produzidos. Em matérias dos Jornais O Globo, Folha de São Paulo e Jornal do Brasil, a autora identifica elogios à desestatização do governo Figueiredo, com o uso de fontes autorizadas como os próprios donos dos jornais, ministros e representantes de diferentes áreas empresariais. Todos, de alguma forma, defendendo a iniciativa como necessária. Ao mesmo tempo, os jornais não deram espaço para o contraditório. Para aqueles que não concordavam com a desestatização.              O quinto artigo deste dossiê trata de um tema que esteve presente na eleição de 2022 com muito mais força. Com o título A agenda setting das fake news: uma análise da desinformação contra a esquerda brasileira à luz da ciência política, a doutoranda em Ciência Política (UFScar) e Comunicação (UFPR) Miguel Quessada utiliza a análise de discurso para investigar como surgem e como se propagam as desinformações contra a esquerda brasileira e propõe uma tipologia das Fake News utilizadas. O estudo está delimitado a três partidos PC oB, PT e PSOL  e a seis políticos: Fernando Haddad, Jean Wyllys, Manuela D’Ávila, Marcelo Freixo, Maria do Rosário e Marielle Franco. Para completar a pesquisa, a autora observou as desinformações que foram desmentidas por sites e agências de fack-checking, a saber: Aos Fatos, Boatos.org, E-farsas, Lupa e Estadão Verifica.             Além do dossiê est edição ainda conta com um relato de experiência com o título de Coleta seletiva de resíduos em prédios residenciais: relato dum experimento que dimensiona o desafio de atender às modestas expectativas da administração municipal e um artigo livre intitulado Desempenho produtivo dos agronegócios da formação sócio-espacial do sul catarinense (2003-2016)
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O dossiê conta com cinco artigos que refletem sobre os últimos anos do Brasil, inseridos em um contexto histórico, no qual fica claro que, infelizmente, a mídia, compreendida como espaço que reúne todos os meios de comunicação – jornal, rádio, televisão, revista, internet – foi e continua sendo um importante instrumento utilizado para legitimar e/ou desestruturar posições nos campos da economia, da política e da cultura. É, sem dúvida, um espaço de disputa de poder. A primeira pesquisa O “mundo cão” e a tropa de elite: a discriminação da violência sagrada e da violência profana, do mestre Leonardo Corrêa Figueira (UFF) e doutor Marcos e Alexandre dos Santos Albuquerque (UERJ), analisa o longa-metragem Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010), do diretor José Padilha, a partir dos conceitos de “violência profana” e violência sagrada”. Os autores observam atentamente como a discriminação está presente em alguns personagens. De um lado estão os que são éticos e se consideram moralmente corretos e podem, assim, praticar a violência de caráter sagrado. Do outro lado estão os corruptos e imorais que praticam a violência de caráter profano. Dois tipos de violências e sem justificativas. Maquiavel e Foucault estão entre os autores que contribuem para a compreensão do maniqueísmo presente na sociedade real e nos programas de televisão sensacionalistas que focam no mundo cão a partir das denúncias e opiniões dos seus apresentadores, sempre cheios de preconceitos e discriminação.   O artigo Ressurge a Democracia? A influência da mídia no processo político brasileiro, da mestra Jéssica Maria Bertoli (UFA) e do professor Luiz Antonio Staub Mafra (UFA), utiliza a metodologia da Análise do Discurso, embasado em Fairclough, para estudar dois editorais do Grupo Globo: um de apoio ao regime militar brasileiro (1964) e outro de retratação a esse apoio (2013). Os pesquisadores inserem esses discursos em três categorias de análise e concluem, por exemplo, que a empresa faz uma tentativa de aproximação com seu público, que a partir de fatos históricos tenta justificar o seu posicionamento e deixa aberto como a mídia hegemônica pode e tem uma fala parcial e tendenciosa. Olhando para o cenário atual, eles identificam que casos como esses podem se repetir, principalmente porque não há uma regulamentação dos meios de comunicação. Meios que são concessões públicas e não empresas privadas e, por isso, têm uma função social dentro da sociedade, informando com ética e responsabilidade os fatos do cotidiano. No entanto, ao longo do artigo, os autores identificam a continuação do uso político das mídias e a interferência política presente nas narrativas dos acontecimentos. Mesmo que elas sejam contra a Democracia e em defesa do Grupo. No terceiro artigo, A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) nas páginas do jornal O Globo, o mestre Ramon Lamoso de Gusmão (Universidade Nova de Lisboa) faz uma análise do jornal brasileiro O Globo na cobertura da Guerra Civil Espanhola que aconteceu entre os anos de 1936 e 1939. A história do tempo presente tem sido contestada pelo revisionismo e perdeu força em 2020 quando o governo espanhol apresentou o projeto de Lei da Memória Democrática, substituindo a Lei de Memória Histórica, de 2007. O objetivo é reconhecer e reparar as vítimas dessa guerra e da ditadura franquista. Com a possibilidade de analisar o acervo digitalizado, portanto disponível na internet, o pesquisador faz um estudo detalhado das publicações produzidas por um veículo conservador, no período de 18 de julho de 1936 a 1º de abril de 1939. 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O estudo está delimitado a três partidos PC oB, PT e PSOL  e a seis políticos: Fernando Haddad, Jean Wyllys, Manuela D’Ávila, Marcelo Freixo, Maria do Rosário e Marielle Franco. 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Os pesquisadores inserem esses discursos em três categorias de análise e concluem, por exemplo, que a empresa faz uma tentativa de aproximação com seu público, que a partir de fatos históricos tenta justificar o seu posicionamento e deixa aberto como a mídia hegemônica pode e tem uma fala parcial e tendenciosa. Olhando para o cenário atual, eles identificam que casos como esses podem se repetir, principalmente porque não há uma regulamentação dos meios de comunicação. Meios que são concessões públicas e não empresas privadas e, por isso, têm uma função social dentro da sociedade, informando com ética e responsabilidade os fatos do cotidiano. No entanto, ao longo do artigo, os autores identificam a continuação do uso político das mídias e a interferência política presente nas narrativas dos acontecimentos. Mesmo que elas sejam contra a Democracia e em defesa do Grupo. No terceiro artigo, A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) nas páginas do jornal O Globo, o mestre Ramon Lamoso de Gusmão (Universidade Nova de Lisboa) faz uma análise do jornal brasileiro O Globo na cobertura da Guerra Civil Espanhola que aconteceu entre os anos de 1936 e 1939. A história do tempo presente tem sido contestada pelo revisionismo e perdeu força em 2020 quando o governo espanhol apresentou o projeto de Lei da Memória Democrática, substituindo a Lei de Memória Histórica, de 2007. O objetivo é reconhecer e reparar as vítimas dessa guerra e da ditadura franquista. Com a possibilidade de analisar o acervo digitalizado, portanto disponível na internet, o pesquisador faz um estudo detalhado das publicações produzidas por um veículo conservador, no período de 18 de julho de 1936 a 1º de abril de 1939. Para isso, examina o seu objeto a partir de quatro aspectos: o anticomunismo dos nacionalistas; o anticlericalismo dos republicanos; o envolvimento das potências estrangeiras; e o bombardeio de Guernica. De acordo com o autor, essa escolha está fundamentada em autores que estudaram e relataram a história da Guerra Civil. No artigo O papel da imprensa escrita na defesa do programa de desestatização do Governo Figueiredo (1979-1985), a doutoranda Valesca de Souza Almeida (UFF) pesquisa como a imprensa escrita defendeu com entusiasmo o programa de desestatização de empresas realizado pelo último governo da ditatura militar brasileira, do general João Baptista Figueiredo (1979-1985). Ela chama atenção do poder massivo que os meios de comunicação exercem e agem, em alguns momentos, a favor ou contra a Democracia a partir da forma como seus conteúdos são produzidos. Em matérias dos Jornais O Globo, Folha de São Paulo e Jornal do Brasil, a autora identifica elogios à desestatização do governo Figueiredo, com o uso de fontes autorizadas como os próprios donos dos jornais, ministros e representantes de diferentes áreas empresariais. Todos, de alguma forma, defendendo a iniciativa como necessária. Ao mesmo tempo, os jornais não deram espaço para o contraditório. Para aqueles que não concordavam com a desestatização.              O quinto artigo deste dossiê trata de um tema que esteve presente na eleição de 2022 com muito mais força. Com o título A agenda setting das fake news: uma análise da desinformação contra a esquerda brasileira à luz da ciência política, a doutoranda em Ciência Política (UFScar) e Comunicação (UFPR) Miguel Quessada utiliza a análise de discurso para investigar como surgem e como se propagam as desinformações contra a esquerda brasileira e propõe uma tipologia das Fake News utilizadas. O estudo está delimitado a três partidos PC oB, PT e PSOL  e a seis políticos: Fernando Haddad, Jean Wyllys, Manuela D’Ávila, Marcelo Freixo, Maria do Rosário e Marielle Franco. Para completar a pesquisa, a autora observou as desinformações que foram desmentidas por sites e agências de fack-checking, a saber: Aos Fatos, Boatos.org, E-farsas, Lupa e Estadão Verifica.             Além do dossiê est edição ainda conta com um relato de experiência com o título de Coleta seletiva de resíduos em prédios residenciais: relato dum experimento que dimensiona o desafio de atender às modestas expectativas da administração municipal e um artigo livre intitulado Desempenho produtivo dos agronegócios da formação sócio-espacial do sul catarinense (2003-2016)
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