Páginas da escravidão: raça e gênero nas representações de cativos brasileiros na imprensa e na literatura Oitocentista.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de História (São Paulo) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/131489 |
Resumo: | Com a proibição do comércio atlântico de escravos em 1850 para o Brasil, as elites proprietárias tiveram que se adaptar a essa nova realidade, e tanto literatura como imprensa discutiram a questão escrava e seu futuro. Nesse contexto, é perceptível a emergência de uma nova sensibilidade em relação à escravidão, em que se observa a centralidade da mulher escravizada na década de 1850. Eu argumento que tais discussões apresentam um sentido duplo, pois tanto se relacionam com os debates antiescravistas que ocorriam em outras partes do Atlântico, como também com a questão brasileira que se via diante da necessidade de reproduzir a escravidão internamente. Essa análise se baseia nos textos de duas escritoras, a francesa Adèle Toussaint e a brasileira Nísia Floresta, e os discuto em diálogo com outras obras literárias e artigos da imprensa da década de 1850. Este artigo pretende-se, ainda, uma contribuição aos estudos sobre ideias antiescravistas para períodos anteriores à década de 1860 e, principalmente, considera a participação de mulheres nesses debates. |
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Páginas da escravidão: raça e gênero nas representações de cativos brasileiros na imprensa e na literatura Oitocentista.PAGES ON SLAVERY: RACIAL AND GENDER REPRESENTATIONS OF ENSLAVED PEOPLE IN BRAZIL IN MID-NINETEENTH-CENTURY PRESS AND LITERATUREFemale-writersBrazilian slaverynineteenth centuryEscritorasEscravidão BrasileiraSéculo XIXCom a proibição do comércio atlântico de escravos em 1850 para o Brasil, as elites proprietárias tiveram que se adaptar a essa nova realidade, e tanto literatura como imprensa discutiram a questão escrava e seu futuro. Nesse contexto, é perceptível a emergência de uma nova sensibilidade em relação à escravidão, em que se observa a centralidade da mulher escravizada na década de 1850. Eu argumento que tais discussões apresentam um sentido duplo, pois tanto se relacionam com os debates antiescravistas que ocorriam em outras partes do Atlântico, como também com a questão brasileira que se via diante da necessidade de reproduzir a escravidão internamente. Essa análise se baseia nos textos de duas escritoras, a francesa Adèle Toussaint e a brasileira Nísia Floresta, e os discuto em diálogo com outras obras literárias e artigos da imprensa da década de 1850. Este artigo pretende-se, ainda, uma contribuição aos estudos sobre ideias antiescravistas para períodos anteriores à década de 1860 e, principalmente, considera a participação de mulheres nesses debates.Due to the abolition of the transatlantic slave trade to Brazil in 1850, slave proprietors had to adapt to a new situation. Literary books and the press discussed slavery and its reduced prospects. In this context, one can observe the emergence of a new sensibility towards slavery, in which the image of enslaved women played a central role. I argue that these discussions have a double meaning in that context, first, they connect to anti-slavery debates from other parts of the Atlantic; second, they relate to the Brazilian context, where the nation faced the need to reproduce slavery internally. I base my analysis on the works of two female-writers, the French Adèle Toussaint and the Brazilian Nísia Floresta. I discuss their works in dialogue with other contemporary literary sources as well as with articles from the press in Rio de Janeiro during the 1850s. This article is also a contribution to the works about anti-slavery ideas in the decades before the 1860s, and considers the involvement of women in such debates. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2017-12-06info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/13148910.11606/issn.2316-9141.rh.2017.131489Revista de História; n. 176 (2017); 01-33Revista de História; No. 176 (2017); 01-33Revista de História; Núm. 176 (2017); 01-332316-91410034-8309reponame:Revista de História (São Paulo)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:UNESPporhttps://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/131489/136424https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/131489/179278Copyright (c) 2017 Revista de Históriahttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMaia, Ludmila de Souza2022-01-05T18:46:20Zoai:revistas.usp.br:article/131489Revistahttps://www.revistas.usp.br/revhistoriaPUBhttps://www.revistas.usp.br/revhistoria/oairevistahistoria@usp.br||revistahistoria@assis.unesp.br2316-91410034-8309opendoar:2022-01-05T18:46:20Revista de História (São Paulo) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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