DA REPRESENTAÇÃO NO PROCESSO EDUCACIONAL: ENTRE A FESTA E O ESPETÁCULO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: PAIVA, Wilson Alves de
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Filosofia da UNESP
Texto Completo: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5375
Resumo: No intercurso das relações sociais, o homem passa da representação dos objetos para a representação de si mesmo. Pelo relato do Segundo discurso, a ordem social fez dos acontecimentos um espetáculo enganoso porque, em vez de unir as pessoas, acabou por separá-las, interpondo o fenômeno, o parecer. Se o mundo se tornou, dessa forma, pura representação e a vida, uma encenação, a melhor máscara a ser colocada é a de um homem civil, e o papel a ser desenvolvido é o de um homem virtuoso, que tudo faz pela coletividade. A saída parece ser educacional, visto que o Emílio traz um projeto de formação humana que usa da representação de forma bem intencionada, já que não gera o espetáculo, a pompa e nem a usurpação. Tal situação pode ser entendida como o emprego da arte em benefício da moral, emprego da ficção, da brincadeira, do jogo e da imaginação em favor de uma ação cuja arte seja a de operar a restauração da natureza no homem e prepará-lo para o melhor convívio com seus semelhantes. Emílio é exercitado contra o sortilégio do jogo representativo e colocado em relação direta com a realidade, isto é, com a natureza e com as condições mais aproximadas do estado natural. Daí a valorização da vida campesina com suas festividades como ponto de partida de sua educação, a qual termina no pleno turbilhão social, tirando proveito inclusive dos espetáculos.
id UNESP-19_93fe11912765770c8051b986a71464cf
oai_identifier_str oai:ojs.www2.marilia.unesp.br:article/5375
network_acronym_str UNESP-19
network_name_str Revista de Filosofia da UNESP
spelling DA REPRESENTAÇÃO NO PROCESSO EDUCACIONAL: ENTRE A FESTA E O ESPETÁCULONo intercurso das relações sociais, o homem passa da representação dos objetos para a representação de si mesmo. Pelo relato do Segundo discurso, a ordem social fez dos acontecimentos um espetáculo enganoso porque, em vez de unir as pessoas, acabou por separá-las, interpondo o fenômeno, o parecer. Se o mundo se tornou, dessa forma, pura representação e a vida, uma encenação, a melhor máscara a ser colocada é a de um homem civil, e o papel a ser desenvolvido é o de um homem virtuoso, que tudo faz pela coletividade. A saída parece ser educacional, visto que o Emílio traz um projeto de formação humana que usa da representação de forma bem intencionada, já que não gera o espetáculo, a pompa e nem a usurpação. Tal situação pode ser entendida como o emprego da arte em benefício da moral, emprego da ficção, da brincadeira, do jogo e da imaginação em favor de uma ação cuja arte seja a de operar a restauração da natureza no homem e prepará-lo para o melhor convívio com seus semelhantes. Emílio é exercitado contra o sortilégio do jogo representativo e colocado em relação direta com a realidade, isto é, com a natureza e com as condições mais aproximadas do estado natural. Daí a valorização da vida campesina com suas festividades como ponto de partida de sua educação, a qual termina no pleno turbilhão social, tirando proveito inclusive dos espetáculos.TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de FilosofiaTRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia2015-09-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5375TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol 38 (2015): Número EspecialTRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; v. 38 (2015): Número Especial0101-31730101-3173reponame:Revista de Filosofia da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporhttp://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5375/3744PAIVA, Wilson Alves deinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-08-04T10:42:41Zoai:ojs.www2.marilia.unesp.br:article/5375Revistahttp://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/oai1980-539X0101-3173opendoar:null2020-08-04 10:42:41.49Revista de Filosofia da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv DA REPRESENTAÇÃO NO PROCESSO EDUCACIONAL: ENTRE A FESTA E O ESPETÁCULO
title DA REPRESENTAÇÃO NO PROCESSO EDUCACIONAL: ENTRE A FESTA E O ESPETÁCULO
spellingShingle DA REPRESENTAÇÃO NO PROCESSO EDUCACIONAL: ENTRE A FESTA E O ESPETÁCULO
PAIVA, Wilson Alves de
title_short DA REPRESENTAÇÃO NO PROCESSO EDUCACIONAL: ENTRE A FESTA E O ESPETÁCULO
title_full DA REPRESENTAÇÃO NO PROCESSO EDUCACIONAL: ENTRE A FESTA E O ESPETÁCULO
title_fullStr DA REPRESENTAÇÃO NO PROCESSO EDUCACIONAL: ENTRE A FESTA E O ESPETÁCULO
title_full_unstemmed DA REPRESENTAÇÃO NO PROCESSO EDUCACIONAL: ENTRE A FESTA E O ESPETÁCULO
title_sort DA REPRESENTAÇÃO NO PROCESSO EDUCACIONAL: ENTRE A FESTA E O ESPETÁCULO
author PAIVA, Wilson Alves de
author_facet PAIVA, Wilson Alves de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv PAIVA, Wilson Alves de
dc.description.none.fl_txt_mv No intercurso das relações sociais, o homem passa da representação dos objetos para a representação de si mesmo. Pelo relato do Segundo discurso, a ordem social fez dos acontecimentos um espetáculo enganoso porque, em vez de unir as pessoas, acabou por separá-las, interpondo o fenômeno, o parecer. Se o mundo se tornou, dessa forma, pura representação e a vida, uma encenação, a melhor máscara a ser colocada é a de um homem civil, e o papel a ser desenvolvido é o de um homem virtuoso, que tudo faz pela coletividade. A saída parece ser educacional, visto que o Emílio traz um projeto de formação humana que usa da representação de forma bem intencionada, já que não gera o espetáculo, a pompa e nem a usurpação. Tal situação pode ser entendida como o emprego da arte em benefício da moral, emprego da ficção, da brincadeira, do jogo e da imaginação em favor de uma ação cuja arte seja a de operar a restauração da natureza no homem e prepará-lo para o melhor convívio com seus semelhantes. Emílio é exercitado contra o sortilégio do jogo representativo e colocado em relação direta com a realidade, isto é, com a natureza e com as condições mais aproximadas do estado natural. Daí a valorização da vida campesina com suas festividades como ponto de partida de sua educação, a qual termina no pleno turbilhão social, tirando proveito inclusive dos espetáculos.
description No intercurso das relações sociais, o homem passa da representação dos objetos para a representação de si mesmo. Pelo relato do Segundo discurso, a ordem social fez dos acontecimentos um espetáculo enganoso porque, em vez de unir as pessoas, acabou por separá-las, interpondo o fenômeno, o parecer. Se o mundo se tornou, dessa forma, pura representação e a vida, uma encenação, a melhor máscara a ser colocada é a de um homem civil, e o papel a ser desenvolvido é o de um homem virtuoso, que tudo faz pela coletividade. A saída parece ser educacional, visto que o Emílio traz um projeto de formação humana que usa da representação de forma bem intencionada, já que não gera o espetáculo, a pompa e nem a usurpação. Tal situação pode ser entendida como o emprego da arte em benefício da moral, emprego da ficção, da brincadeira, do jogo e da imaginação em favor de uma ação cuja arte seja a de operar a restauração da natureza no homem e prepará-lo para o melhor convívio com seus semelhantes. Emílio é exercitado contra o sortilégio do jogo representativo e colocado em relação direta com a realidade, isto é, com a natureza e com as condições mais aproximadas do estado natural. Daí a valorização da vida campesina com suas festividades como ponto de partida de sua educação, a qual termina no pleno turbilhão social, tirando proveito inclusive dos espetáculos.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-09-22
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5375
url http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5375
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5375/3744
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
publisher.none.fl_str_mv TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
dc.source.none.fl_str_mv TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol 38 (2015): Número Especial
TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; v. 38 (2015): Número Especial
0101-3173
0101-3173
reponame:Revista de Filosofia da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
reponame_str Revista de Filosofia da UNESP
collection Revista de Filosofia da UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
repository.name.fl_str_mv Revista de Filosofia da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1674119824063594496