uma “possibilidade impossível de dizer”: o acontecimento em filosofia e em literatura, segundo jacques derrida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Filho, Osvaldo Fontes
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Filosofia da UNESP
Texto Completo: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/2474
Resumo: Este artigo focaliza certa “possibilidade impossível de dizer o acontecimento”, motivo fértil nos últimos escritos de Derrida. A expressão “a possibilidade do impossível”, emprestada do pensamento heideggeriano da Ereignis, concorre a uma ética aporética que repensa as figuras da responsabilidade face à “inapropriabilidade do que acontece”. Nos lugares bem conhecidos da lógica derridiana da aporia – a justiça rebelde à regra, o “fantasma do indecidível” em cada acontecimento de decisão, a ilegalidade de toda invenção –, uma ética da alteridade propõe o sujeito apartado dos lugares da adequação a si, ao sabor da interpelação inderivável do acontecer. A dimensão da alteridade de toda decisão solicita a cada situação que se invente “a lei do acontecimento singular”, promessa de originalidade. Ora, dizer a “singularidade incalculável e excepcional” do acontecimento é propósito que, para Derrida, somente se justifica como promessa de uma “monolíngua do outro”, superfície comunicacional homogênea onde interromper a disseminação. Face às “reservas de indecidível” da ficção, essa promessa de unicidade conhece sua mais evidente impossibilidade, razão porque este artigo procura, por fim, avaliar a fertilidade desconstrutora da relação testemunho-ficção em literatura, nos momentos em que o pensamento de Derrida rompe com as categorias de verdade, de modo a revelar o literário como o “outro” do filosófico.
id UNESP-19_9f17cf4ecc897f6d546bd09a1a83e8ab
oai_identifier_str oai:ojs.www2.marilia.unesp.br:article/2474
network_acronym_str UNESP-19
network_name_str Revista de Filosofia da UNESP
spelling uma “possibilidade impossível de dizer”: o acontecimento em filosofia e em literatura, segundo jacques derridaEste artigo focaliza certa “possibilidade impossível de dizer o acontecimento”, motivo fértil nos últimos escritos de Derrida. A expressão “a possibilidade do impossível”, emprestada do pensamento heideggeriano da Ereignis, concorre a uma ética aporética que repensa as figuras da responsabilidade face à “inapropriabilidade do que acontece”. Nos lugares bem conhecidos da lógica derridiana da aporia – a justiça rebelde à regra, o “fantasma do indecidível” em cada acontecimento de decisão, a ilegalidade de toda invenção –, uma ética da alteridade propõe o sujeito apartado dos lugares da adequação a si, ao sabor da interpelação inderivável do acontecer. A dimensão da alteridade de toda decisão solicita a cada situação que se invente “a lei do acontecimento singular”, promessa de originalidade. Ora, dizer a “singularidade incalculável e excepcional” do acontecimento é propósito que, para Derrida, somente se justifica como promessa de uma “monolíngua do outro”, superfície comunicacional homogênea onde interromper a disseminação. Face às “reservas de indecidível” da ficção, essa promessa de unicidade conhece sua mais evidente impossibilidade, razão porque este artigo procura, por fim, avaliar a fertilidade desconstrutora da relação testemunho-ficção em literatura, nos momentos em que o pensamento de Derrida rompe com as categorias de verdade, de modo a revelar o literário como o “outro” do filosófico.TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de FilosofiaTRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia2012-08-03info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/2474TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol 35 No 02 (2012)TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; v. 35 n. 02 (2012)0101-31730101-3173reponame:Revista de Filosofia da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporhttp://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/2474/2012Filho, Osvaldo Fontesinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-08-04T10:42:36Zoai:ojs.www2.marilia.unesp.br:article/2474Revistahttp://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/oai1980-539X0101-3173opendoar:null2020-08-04 10:42:37.009Revista de Filosofia da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv uma “possibilidade impossível de dizer”: o acontecimento em filosofia e em literatura, segundo jacques derrida
title uma “possibilidade impossível de dizer”: o acontecimento em filosofia e em literatura, segundo jacques derrida
spellingShingle uma “possibilidade impossível de dizer”: o acontecimento em filosofia e em literatura, segundo jacques derrida
Filho, Osvaldo Fontes
title_short uma “possibilidade impossível de dizer”: o acontecimento em filosofia e em literatura, segundo jacques derrida
title_full uma “possibilidade impossível de dizer”: o acontecimento em filosofia e em literatura, segundo jacques derrida
title_fullStr uma “possibilidade impossível de dizer”: o acontecimento em filosofia e em literatura, segundo jacques derrida
title_full_unstemmed uma “possibilidade impossível de dizer”: o acontecimento em filosofia e em literatura, segundo jacques derrida
title_sort uma “possibilidade impossível de dizer”: o acontecimento em filosofia e em literatura, segundo jacques derrida
author Filho, Osvaldo Fontes
author_facet Filho, Osvaldo Fontes
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Filho, Osvaldo Fontes
dc.description.none.fl_txt_mv Este artigo focaliza certa “possibilidade impossível de dizer o acontecimento”, motivo fértil nos últimos escritos de Derrida. A expressão “a possibilidade do impossível”, emprestada do pensamento heideggeriano da Ereignis, concorre a uma ética aporética que repensa as figuras da responsabilidade face à “inapropriabilidade do que acontece”. Nos lugares bem conhecidos da lógica derridiana da aporia – a justiça rebelde à regra, o “fantasma do indecidível” em cada acontecimento de decisão, a ilegalidade de toda invenção –, uma ética da alteridade propõe o sujeito apartado dos lugares da adequação a si, ao sabor da interpelação inderivável do acontecer. A dimensão da alteridade de toda decisão solicita a cada situação que se invente “a lei do acontecimento singular”, promessa de originalidade. Ora, dizer a “singularidade incalculável e excepcional” do acontecimento é propósito que, para Derrida, somente se justifica como promessa de uma “monolíngua do outro”, superfície comunicacional homogênea onde interromper a disseminação. Face às “reservas de indecidível” da ficção, essa promessa de unicidade conhece sua mais evidente impossibilidade, razão porque este artigo procura, por fim, avaliar a fertilidade desconstrutora da relação testemunho-ficção em literatura, nos momentos em que o pensamento de Derrida rompe com as categorias de verdade, de modo a revelar o literário como o “outro” do filosófico.
description Este artigo focaliza certa “possibilidade impossível de dizer o acontecimento”, motivo fértil nos últimos escritos de Derrida. A expressão “a possibilidade do impossível”, emprestada do pensamento heideggeriano da Ereignis, concorre a uma ética aporética que repensa as figuras da responsabilidade face à “inapropriabilidade do que acontece”. Nos lugares bem conhecidos da lógica derridiana da aporia – a justiça rebelde à regra, o “fantasma do indecidível” em cada acontecimento de decisão, a ilegalidade de toda invenção –, uma ética da alteridade propõe o sujeito apartado dos lugares da adequação a si, ao sabor da interpelação inderivável do acontecer. A dimensão da alteridade de toda decisão solicita a cada situação que se invente “a lei do acontecimento singular”, promessa de originalidade. Ora, dizer a “singularidade incalculável e excepcional” do acontecimento é propósito que, para Derrida, somente se justifica como promessa de uma “monolíngua do outro”, superfície comunicacional homogênea onde interromper a disseminação. Face às “reservas de indecidível” da ficção, essa promessa de unicidade conhece sua mais evidente impossibilidade, razão porque este artigo procura, por fim, avaliar a fertilidade desconstrutora da relação testemunho-ficção em literatura, nos momentos em que o pensamento de Derrida rompe com as categorias de verdade, de modo a revelar o literário como o “outro” do filosófico.
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-08-03
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/2474
url http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/2474
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/2474/2012
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
publisher.none.fl_str_mv TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
dc.source.none.fl_str_mv TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol 35 No 02 (2012)
TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; v. 35 n. 02 (2012)
0101-3173
0101-3173
reponame:Revista de Filosofia da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
reponame_str Revista de Filosofia da UNESP
collection Revista de Filosofia da UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
repository.name.fl_str_mv Revista de Filosofia da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1674119823398797312