MUNDO REAL E MUNDO IDEAL EM ROUSSEAU: DA NECESSIDADE DA FICÇÃO PARA PENSAR O POLÍTICO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: LEONE, Maria
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Filosofia da UNESP
Texto Completo: http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5376
Resumo: A hipótese desenvolvida nos leva a confrontar três textos do corpus rousseauísta: o Segundo Discurso, Júlia ou A Nova Heloísa e o extrato do Primeiro Diálogo, em que há a ficção do mundo ideal, textos que, apesar do seu estatuto genérico diferente, estão em coerência e convergência teórica.Desejamos evidenciar um aspecto da unidade problemática do pensamento de Rousseau concernente à abordagem crítica da sociedade de seus contemporâneos e sua concepção do papel das Letras e dos Espetáculos. A preocupação do filósofo é de refundar a natureza humana, a fim de lançar as bases de uma nova organização social. Nessa empreitada, a ficção desempenha um papel crucial, o prefácio do Segundo Discurso o comprova: para bem conhecer o homem atual, deve-se supor o que ele não é mais. O homem do estado de natureza, ser de ficção, cujas paixões são retas e naturais, é o modelo teórico que reativa a sociedade dos seres ideais de Júlia. Dessa forma, a ficção é chamada a desempenhar um papel referencial fundamental para o pensamento social e político de Rousseau, aparecendo como um poderoso meio de ação sobre o público. O romance pode reeducar os povos corrompidos, pois, assim como o teatro, como denuncia a Carta a d’Alembert, possui os meios para perverter uma sociedade tida como virtuosa.
id UNESP-19_a67af879f5b9550133c256a70e648804
oai_identifier_str oai:ojs.www2.marilia.unesp.br:article/5376
network_acronym_str UNESP-19
network_name_str Revista de Filosofia da UNESP
spelling MUNDO REAL E MUNDO IDEAL EM ROUSSEAU: DA NECESSIDADE DA FICÇÃO PARA PENSAR O POLÍTICOA hipótese desenvolvida nos leva a confrontar três textos do corpus rousseauísta: o Segundo Discurso, Júlia ou A Nova Heloísa e o extrato do Primeiro Diálogo, em que há a ficção do mundo ideal, textos que, apesar do seu estatuto genérico diferente, estão em coerência e convergência teórica.Desejamos evidenciar um aspecto da unidade problemática do pensamento de Rousseau concernente à abordagem crítica da sociedade de seus contemporâneos e sua concepção do papel das Letras e dos Espetáculos. A preocupação do filósofo é de refundar a natureza humana, a fim de lançar as bases de uma nova organização social. Nessa empreitada, a ficção desempenha um papel crucial, o prefácio do Segundo Discurso o comprova: para bem conhecer o homem atual, deve-se supor o que ele não é mais. O homem do estado de natureza, ser de ficção, cujas paixões são retas e naturais, é o modelo teórico que reativa a sociedade dos seres ideais de Júlia. Dessa forma, a ficção é chamada a desempenhar um papel referencial fundamental para o pensamento social e político de Rousseau, aparecendo como um poderoso meio de ação sobre o público. O romance pode reeducar os povos corrompidos, pois, assim como o teatro, como denuncia a Carta a d’Alembert, possui os meios para perverter uma sociedade tida como virtuosa.TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de FilosofiaTRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia2015-09-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5376TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol 38 (2015): Número EspecialTRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; v. 38 (2015): Número Especial0101-31730101-3173reponame:Revista de Filosofia da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporhttp://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5376/3745LEONE, Mariainfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-08-04T10:42:41Zoai:ojs.www2.marilia.unesp.br:article/5376Revistahttp://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/oai1980-539X0101-3173opendoar:null2020-08-04 10:42:41.501Revista de Filosofia da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv MUNDO REAL E MUNDO IDEAL EM ROUSSEAU: DA NECESSIDADE DA FICÇÃO PARA PENSAR O POLÍTICO
title MUNDO REAL E MUNDO IDEAL EM ROUSSEAU: DA NECESSIDADE DA FICÇÃO PARA PENSAR O POLÍTICO
spellingShingle MUNDO REAL E MUNDO IDEAL EM ROUSSEAU: DA NECESSIDADE DA FICÇÃO PARA PENSAR O POLÍTICO
LEONE, Maria
title_short MUNDO REAL E MUNDO IDEAL EM ROUSSEAU: DA NECESSIDADE DA FICÇÃO PARA PENSAR O POLÍTICO
title_full MUNDO REAL E MUNDO IDEAL EM ROUSSEAU: DA NECESSIDADE DA FICÇÃO PARA PENSAR O POLÍTICO
title_fullStr MUNDO REAL E MUNDO IDEAL EM ROUSSEAU: DA NECESSIDADE DA FICÇÃO PARA PENSAR O POLÍTICO
title_full_unstemmed MUNDO REAL E MUNDO IDEAL EM ROUSSEAU: DA NECESSIDADE DA FICÇÃO PARA PENSAR O POLÍTICO
title_sort MUNDO REAL E MUNDO IDEAL EM ROUSSEAU: DA NECESSIDADE DA FICÇÃO PARA PENSAR O POLÍTICO
author LEONE, Maria
author_facet LEONE, Maria
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv LEONE, Maria
dc.description.none.fl_txt_mv A hipótese desenvolvida nos leva a confrontar três textos do corpus rousseauísta: o Segundo Discurso, Júlia ou A Nova Heloísa e o extrato do Primeiro Diálogo, em que há a ficção do mundo ideal, textos que, apesar do seu estatuto genérico diferente, estão em coerência e convergência teórica.Desejamos evidenciar um aspecto da unidade problemática do pensamento de Rousseau concernente à abordagem crítica da sociedade de seus contemporâneos e sua concepção do papel das Letras e dos Espetáculos. A preocupação do filósofo é de refundar a natureza humana, a fim de lançar as bases de uma nova organização social. Nessa empreitada, a ficção desempenha um papel crucial, o prefácio do Segundo Discurso o comprova: para bem conhecer o homem atual, deve-se supor o que ele não é mais. O homem do estado de natureza, ser de ficção, cujas paixões são retas e naturais, é o modelo teórico que reativa a sociedade dos seres ideais de Júlia. Dessa forma, a ficção é chamada a desempenhar um papel referencial fundamental para o pensamento social e político de Rousseau, aparecendo como um poderoso meio de ação sobre o público. O romance pode reeducar os povos corrompidos, pois, assim como o teatro, como denuncia a Carta a d’Alembert, possui os meios para perverter uma sociedade tida como virtuosa.
description A hipótese desenvolvida nos leva a confrontar três textos do corpus rousseauísta: o Segundo Discurso, Júlia ou A Nova Heloísa e o extrato do Primeiro Diálogo, em que há a ficção do mundo ideal, textos que, apesar do seu estatuto genérico diferente, estão em coerência e convergência teórica.Desejamos evidenciar um aspecto da unidade problemática do pensamento de Rousseau concernente à abordagem crítica da sociedade de seus contemporâneos e sua concepção do papel das Letras e dos Espetáculos. A preocupação do filósofo é de refundar a natureza humana, a fim de lançar as bases de uma nova organização social. Nessa empreitada, a ficção desempenha um papel crucial, o prefácio do Segundo Discurso o comprova: para bem conhecer o homem atual, deve-se supor o que ele não é mais. O homem do estado de natureza, ser de ficção, cujas paixões são retas e naturais, é o modelo teórico que reativa a sociedade dos seres ideais de Júlia. Dessa forma, a ficção é chamada a desempenhar um papel referencial fundamental para o pensamento social e político de Rousseau, aparecendo como um poderoso meio de ação sobre o público. O romance pode reeducar os povos corrompidos, pois, assim como o teatro, como denuncia a Carta a d’Alembert, possui os meios para perverter uma sociedade tida como virtuosa.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-09-22
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5376
url http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5376
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/transformacao/article/view/5376/3745
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
publisher.none.fl_str_mv TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia
dc.source.none.fl_str_mv TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; Vol 38 (2015): Número Especial
TRANS/FORM/AÇÃO: Revista de Filosofia; v. 38 (2015): Número Especial
0101-3173
0101-3173
reponame:Revista de Filosofia da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
reponame_str Revista de Filosofia da UNESP
collection Revista de Filosofia da UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
repository.name.fl_str_mv Revista de Filosofia da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1674119824065691648